Acre
Acre recebe 36 doses de vacinas contra varíola dos macacos para imunizar 18 pacientes
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A Saúde do Acre recebeu nesta segunda-feira (13) 36 doses de vacinas contra a mpox, doença também chamada de ‘varíola dos macacos’. Essas doses serão aplicadas em 18 pacientes que vivem com HIV/aids (PVHA) e são acompanhados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie).
O esquema de vacinação tem indicação de duas doses para cada pessoa. A partir desta segunda a vacinação contra a mpox deverá estar disponível em todos os serviços de vacinação do Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, nessa primeira fase da campanha a imunização focará em grupos de risco para as formas graves da doença, como pessoas que vivem com HIV/aids e profissionais de laboratórios que atuam em locais de exposição ao vírus.
No Acre, apenas pessoas que vivem com HIV/AIDS com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células serão vacinadas.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunização no Acre (PNI-AC), Renata Quiles, confirmou ao g1 que o Crie vai começar a agendar o atendimento desses pacientes. A vacinação será realizada em domicílio e em sigilo para não expor as pessoas.
“O Crie até poderá fazer imagem sem expor o paciente e a família”, resumiu.
O Acre tem apenas um caso de mpox confirmado. O diagnóstico foi feito em julho de 2022. O paciente, de 27 anos, viajou para o exterior, e em seu retorno apresentou febre, cansaço físico e pápulas espalhadas pelos braços e abdômen, sendo notificado no dia 11 do mesmo mês pela Unimed.
O quadro de saúde dele evoluiu bem, com poucos sintomas, sendo acompanhado pela Secretaria de Saúde de Rio Branco e pela Vigilância Epidemiológica do Estado.
O estado tem 46 casos notificados, sendo 43 descartados, um suspeito e um com perda de seguimento.
Público-alvo
Ainda segundo a pasta, neste primeiro momento, essa população-alvo seguirá as seguintes recomendações:
No caso da vacinação pré-exposição ao vírus, receberão as doses:
- Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses [condição que deixa o sistema imune menos capaz de combater determinadas infecções]. De acordo com o Ministério da Saúde, este público representa atualmente cerca de 16 mil pessoas em todo o país;
- E profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.
Já no caso da vacinação pós-exposição ao vírus, receberão as doses:
- Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS.
Em ambos os casos, quem já foi diagnosticado com a mpox ou apresentar uma lesão suspeita no momento da vacinação não deverá receber a dose.
6 meses após a aprovação do imunizante
Em agosto do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação do uso da vacina, chamada de Jynneos/Imvanex. A medida tinha validade de seis meses, mas quando o prazo esgotou em fevereiro, a pedido do ministério, a agência prorrogou a dispensa de registro para que a pasta importe e utilize no Brasil o imunizante, que é fabricado pela empresa Bavarian Nordic A/S..
A vacina é destinada a adultos com idade igual ou superior a 18 anos e possui prazo de até 60 meses de validade, quando conservada entre -60°C e -40°C. A prorrogação da dispensa temporária e excepcional é válida por mais seis meses e se aplica somente ao Ministério da Saúde.
No Brasil, segundo os últimos dados disponíveis, foram notificados 50.803 casos suspeitos para a mpox. Destes, 10.301 casos (20,3%) foram confirmados, 339 (0,7%) classificados como prováveis, 3.665 (7,2%) suspeitos e 36.498 (71,8%) descartados.
No segundo semestre de 2022, foram adquiridas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e importadas pelo governo federal 49 mil doses da vacina, que não foram utilizadas até então. Desse número, 47 mil doses chegaram e estão à disposição do ministério.
Desde setembro do ano passado, porém, o número de casos no país está em declínio considerável. A curva epidêmica dos casos confirmados e prováveis teve sua maior frequência registrada no período de 17 de julho a 20 de agosto.
Mudança de nome
A mpox era chamada de varíola dos macacos porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em 1958. Só foi detectada em humanos em 1970. Entretanto, o surto mundial do ano passado não tem relação nenhuma com os primatas – todas as transmissões identificadas foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
Por causa disso, no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um processo de consulta pública para encontrar um novo nome para a doença e assim combater o racismo e estigma provocado pelo nome. Durante o processo, foram ouvidos vários órgãos consultivos até chegar no termo “mpox” (do inglês, “monkeypox”).
https://g1.globo.com