Acidente de avião que matou pecuarista e filho: o que se sabe e o que falta saber

O avião decolou do aeroporto de Vilhena (RO) por volta de 17h50 e desapareceu do radar minutos depois, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

Buscas foram iniciadas na região ainda na noite do sábado (29), inclusive com sobrevoos, mas as equipes não encontraram nenhum sinal da aeronave. Na manhã do último domingo (30) os militares adentraram a pé na área de mata fechada e encontraram os destroços do bimotor e os corpos de pai e filho.

Ainda conforme o Corpo de Bombeiros, a aeronave das vítimas bateu violentamente contra árvores de um trecho de mata. Houve um forte impacto e moradores da região ouviram o estrondo.

A área do acidente fica em uma região de mata na divisa entre Vilhena e Comodoro (MT) próximo a um local conhecido como Cachoeira das Cavernas.

Registros do site Flightradar24 indicam que o avião perdeu sinal cerca de 25 quilômetros após a decolagem, o equivalente a oito minutos de voo.

Segundo a Anac, o avião bimotor que caiu em Vilhena é um Beechcraft Baron G58, fabricado em 2011. A aeronave tinha permissão para transportar até cinco passageiros.

Conforme dados do Registro Aeronáutico Brasileiro, o avião tinha autorização para voos noturnos, inclusive estava registrado na categoria de serviços aéreos privados. A situação de aeronavegabilidade estava normal.

As vítimas eram de Campo Grande (MS) e foram identificadas como Garon Maia Filho, de 42 anos, conhecido como ‘Garonzinho’, e Francisco Veronezi Maia, de 11 anos.

Garonzinho era pecuarista e considerado piloto experiente de avião de pequeno porte. Ele viajava no avião na companhia do filho, chamado carinhosamente de Kiko pelos familiares.

Garonzinho era neto de Braulino Maia, também chamado de Garon Maia, um dos maiores pecuaristas que chegou a cuidar de 50 fazendas e 40 mil cabeças de gado. Braulino faleceu em 2019 aos 93 anos.

A família do pecuarista Garon Maia e do menino Francisco Veronezi Maia divulgou nota oficial na segunda-feira (31) pedindo amparo para enfrentar a perda e respeito pelo luto.

A nota de pesar divulgada em nome da família Maia cita que o pai e filho, apelidado como Kiko, tocaram as vidas das pessoas por onde passavam, e que o sorriso iluminou a vida de todo.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o menino de 11 anos pilotando um avião bimotor ao lado de um homem. Ainda não se sabe, no entanto, se as imagens são do mesmo dia do acidente aéreo nem a identidade do homem que deixou a criança conduzir a aeronave.

O Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai realizar os trabalhos para identificar os motivos da queda do bimotor em Vilhena. Não foram divulgadas ainda, no entanto, informações preliminares sobre as investigações e o que teria causado a queda.