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A receita para reduzir o risco de demência e ter um cérebro mais ágil na velhice é uma vida intelectual ativa


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Com o crescente aumento da expectativa média de vida e maior longevidade, o contingente de pessoas que atinge a idade avançada é cada vez maior. Uma das consequências negativas deste benefício de viver mais está associada a um declínio cognitivo natural da idade e a um aumento do risco de demência. Isto tem concentrado muita atenção dos profissionais de saúde e dos governos que fixam políticas públicas de saúde.

Um estilo de vida que contempla a atividade intelectual é vista como uma forma de proteção do declínio cognitivo do idoso. A fim de testar esta possível associação, um grupo de pesquisadores desenvolveu um estudo que investigou como a atividade intelectual regular pode colaborar com a redução do risco de demência e piora cognitiva relacionados com a idade. A pesquisa acompanhou cerca de 1995 homens e mulheres entre 2004 e 2009. Os indivíduos foram avaliados no início do estudo e 1718 foram considerados cognitivamente saudáveis, enquanto 277 apresentavam uma deficiência cognitiva moderada.

A cognição era avaliada por diferentes testes de memória e capacidade de raciocínio. Dois principais componentes foram analisados em separado na história de cada participante, por meio de questionário:

1) o nível de educação formal e o tipo de ocupação (mais ou menos intelectual); e
2) o grau de atividade intelectual (nos 12 meses anteriores ao estudo) na idade adulta (dos 50 aos 65 anos) e na velhice.

Foi considerada uma alta atividade de estímulo intelectual quem desenvolvia atividades estimulantes da cognição por, no mínimo, 3 vezes por semana, na idade adulta e na velhice. Estas atividades correspondiam a ler livros e revistas, atividades artísticas, jogos, tocar instrumentos musicais, atividades sociais e de grupos, assim como atividades no computador. O trabalho foi recentemente publicado online na revista científica JAMA Neurology.

Os resultados demonstraram que, independentemente da história educacional e ocupacional, somente o estímulo intelectual nas horas de lazer foi suficiente para reduzir o risco de demência e atrasar o declínio cognitivo em 3 anos, no mínimo. As pessoas com maior grau de educação e que tinham ocupação que exigia atividade intelectual obtiveram um benefício ainda maior.

Estes resultados servem como um sólido suporte para encorajar o desenvolvimento de atividades intelectuais, mesmo na velhice e mesmo que a pessoa tenha tido durante a sua vida um menor grau educacional ou estímulo intelectual no trabalho.

Sempre é tempo de se obter o benefício, independente da sua história.

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