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A Gripe e suas complicações
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A gripe é uma doença aguda que acomete as vias respiratórias e tem o vírus influenza como responsável. Os resfriados são causados por rinovírus ou coronavírus e têm apresentação diferente.
A gripe pode ocorrer em surtos no decorrer do ano, mas é mais frequente no inverno ou em períodos mais frios. No Brasil, a temporada de gripe ocorre geralmente entre abril e outubro, principalmente nas regiões em que as condições climáticas são mais definidas.
Geralmente, a maioria das infecções é causada pelos vírus da influenza A e B, mas também podem ser causadas pelos vírus H1N1 ou H5N1. Como a incidência maior de casos se dá no período mais frio do ano, o quadro recebe o nome de gripe sazonal.
Transmissão do Vírus
A transmissão do vírus da gripe acontece por via respiratória, geralmente pela inalação de partículas de secreção infectada em suspensão no ar. Por esse motivo, é importante tomarmos certos cuidados ao tossir ou espirrar, quando estamos doentes. Sabe-se que é possível que o contato com uma superfície que acaba de receber o vírus pode facilitar sua transmissão, mas esta via de transmissão ainda não foi totalmente esclarecida.
O vírus influenza entra nas células do sistema respiratório, começa a replicar-se e após o período de incubação, que dura entre 3 a 4 dias, começam as manifestações iniciais da gripe, provocadas pela multiplicação dos vírus e pela resposta inflamatória que induzem.
No início da gripe temos como sintomas febre alta, dores de cabeça e no corpo, mal estar e fraqueza. Outros sintomas possíveis são tosse, inicialmente seca, dor de garganta e coriza.
A gripe não complicada costuma melhorar em até 5 dias, mas em alguns casos, o quadro pode estender-se por mais de uma semana. Geralmente a recuperação é rápida, no entanto, algumas pessoas demoram semanas para se recuperar.
Em pessoas vulneráveis, a gripe pode ser mais perigosa e é chamada de gripe complicada. Isso acontece quando ocorre a pneumonia causada diretamente pelo vírus influenza (pneumonia viral); pneumonia bacteriana (quando bactérias se aproveitam da fragilidade do organismo e infectam os pulmões); acometimento dos músculos (miosite) ou do sistema nervoso (encefalite ou polirradiculoneurite)
Estão sob maior risco de apresentarem essas complicações as crianças com menos de 2 anos, os idosos com mais de 65 anos, doentes crônicos e obesos.
Diagnóstico
Nos períodos de epidemia de gripe, em geral o diagnóstico é clínico, ou seja, as pessoas com febre e sintomas respiratórios que se manifestaram há menos de 48 horas recebem esse diagnóstico. Entretanto nos pacientes que devem ser hospitalizados devido a gripe, aqueles em que a doença evolui rapidamente ou de forma mais grave, pessoas com mais de 65 anos e gestantes, pode ser necessário confirmar o diagnóstico com exames, pois isso pode exigir uma mudança no tratamento.
Tratamento
Como a gripe é uma doença autolimitada, na maioria dos casos basta o tratamento de suporte, com analgésicos, antitérmicos, repouso e hidratação.
Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso de medicamentos antivirais, que só funcionam se forem administrados nas primeiras 48 horas a partir do início dos sintomas.
Antibióticos não funcionam para tratar a gripe e são prescritos somente nos casos de eventuais infecções bacterianas, que podem advir como complicação do quadro.
Prevenção
A prevenção da gripe consiste em medidas relativamente simples: vacinação e cuidados básicos de higiene.
As medidas de higiene úteis para a prevenção da gripe são simples: cobrir a boca quando tossir ou espirrar (para evitar a disseminação maior de partículas que carregam os vírus), sempre lavar as mãos com água e sabão para evitar eventual transmissão por contato e deixar os ambientes arejados.
A vacinação tem a função de evitar que a pessoa contraia a infecção ou que tenha um quadro mais grave da doença, com menor risco de complicações. A vacina pode ter efeitos colaterais como dor e inchaço na região da aplicação. Eventualmente, pode provocar um quadro semelhante ao de um resfriado comum.
A vacinação deve ser realizada anualmente, porque os vírus se alteram. Geralmente, a pessoa demora duas semanas para desenvolver os anticorpos adequados.
Entre a população, os adultos com mais de 50 anos, imunossuprimidos (transplantados, pacientes com HIV), doentes crônicos, crianças de até 5 anos e profissionais de saúde estão entre aqueles que devem receber a vacina anualmente.
Dra. Jacqueline Cássia de Castro é geriatra e fundadora do Projeto Cuidar – Geriatria Goiânia (https://geriatriagoiania.com.br).