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Grave: Investigado por 33 erros médicos, “Dr. Faz Tudo” é suspenso por trinta dias


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Paulo Marcelino foi investigado em MS por erro em parto que matou criança e no PR por dezenas de cirurgias e morte.

O médico Paulo Marcelino Andreoli Gonçalves foi punido com suspensão do exercício da profissão por 30 dias. Com registro profissional em Mato Grosso do Sul e Paraná, ele já havia sido suspenso em 2013, por morte de criança em parto. Este ano, passou a ser investigado por dezenas cirurgias que tiveram complicações e pelo menos uma morte em Guaíra (PR), onde era conhecido como “Doutor Faz Tudo”.

O edital de punição disciplinar por 30 dias é válido de 15 de julho a 13 de agosto e foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial de MS. Consta que a penalidade refere-se aos artigos 1º, 8º, 17º e 18º do Código de Ética Médica, sendo que dois referem-se a causar dano ao paciente por ação ou omissão, caracterizada como imperícia, imprudência e negligência e afastar-se de suas atividades profissionais, em deixar outro médico encarregado de pacientes internados ou em estado grave.

A assessoria do CRM-MS disse que não poderia comentar sobre o caso por estar em segredo de Justiça. Mas, em MS, já havia sido suspenso em janeiro de 2013, por má condução de parte, resultando na morte do bebê, ocorrido em Antônio João, em fevereiro de 2009.

A carreira de Paulo Marcelino transitou entre os estados de MS e PR por décadas. De 2001 a 2004 foi prefeito de Campina da Lagoa (PR), atuando posteriormente com médico. Em novembro de 2010, trabalhou como cirurgião geral do Hospital Regional de Amambai e, posteriormente, em Antônio João, onde aconteceu o parto mal sucedido.

De volta ao Paraná foi diretor clínico do único hospital de Guaíra por 3 anos. Lá, segundo relato dos pacientes se autodenominava “Dr. Faz Tudo”. Formado como generalista (clínico geral) fazia praticamente todas as cirurgias na cidade. De acordo com reportagem do Fantástico, de janeiro deste ano, seria responsável por 90% dos procedimentos na instituição.

A reportagem indica que ele teria sido responsável por 33 procedimentos que tiveram complicações e pelo menos três mortes. A informação do CRM-PR é que a maioria das irregularidades atribuídas a ele aconteceu em MS. Porém, pelo menos um dos óbitos foi registrado em Guaíra: a gestante Cleide da Silva, que teve complicações após suposta laqueadura.

Assista reportagem:

Depois da reportagem do Fantástico, a prefeitura de Guaíra pediu a suspensão dele do hospital. No dia 27 de janeiro, chegou a ser preso em Campina da Lagoa, em processo sobre contratação sem licitação, de quando era prefeito. Poucas horas depois, foi liberado pela Justiça.

No site do conselho no Paraná, constam duas suspensões por 30 dias por irregularidades no exercício da profissão, em 2013 e 2015, além de censura pública de 2018.

A suspensão determinada pelo conselho em MS é válida em todo o território nacional.

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