O local que sempre foi palco de muito barulho e superlotação, agora é apenas um grande prédio vazio e silencioso. Após a inauguração da penitenciária Jorge Thiago Aguiar Afonso, o 603, em Porto Velho, o Presídio Urso Branco foi totalmente desocupado. O prédio deve passar por uma reforma antes de voltar a receber detentos.
A unidade prisional foi palco de alguns dos maiores massacres do estado. Entre 2002 e 2011, pelo menos 100 presos foram torturados e mortos. A última rebelião foi registrada em 2015. Um pouco antes disso, a Corte Interamericana de Direitos Humanos passou a atuar em defesa dos detentos. Em 2007 em um período de seis meses quatro diretores foram exonerados acusados de tortura.
Na primeira grande rebelião, em 2002, o presídio tinha capacidade para 360 presos, mas tinha 1,3 mil detentos. Cada cela com 30m², com espaço para seis homens, abrigava 20 apenados. O presídio foi ampliado e ficou com 456 vagas. A lotação limite estipulada pela Corte Interamericana foi de 672.
Entre os dias 15 e 16 de junho, os prédios foram totalmente desocupados e 653 homens foram transferidos em uma grande esquema de segurança.
Agora, segundo a Secretaria de Justiça de Rondônia (Sejus) o Urso Branco vai passar por uma reforma antes de voltar a receber novos detentos, dessa vez de baixa periculosidade.
“Vamos ocupar a unidade novamente e trazer para cá presos que, depois de classificados, demonstrar menos riscos de motins”, disse o coordenador do sistema penitenciário, Célio Luiz Lima.