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Aldeias abrem as portas para o turismo e visitantes podem conhecer a rotina e cultura dos índios Pareci em Mato Grosso


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Turistas podem vivenciar a cultura indígena (Foto: Júnior Silgueiro/Gcom-MT)

ldeias indígenas em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, abriram espaço para o turismo e estão recebendo visitantes. Os turistas podem acompanhar a rotina dos indígenas e, algumas delas, participar dos rituais sagrados e danças culturais.

Atualmente, é possível conhecer cinco das 12 aldeias indígenas da região.

Os turistas também podem acampar nos locais, inclusive dormir em casas tradicionais dos indígenas da etnia Pareci.

Cachoeiras e cavernas localizadas nos municípios também podem ser exploradas pelos visitantes.

Histórias míticas, rituais de dança, canções tradicionais e pinturas corporais indígenas são alguns dos atrativos do roteiro de visita a cinco aldeias, localizadas em Campo Novo do Parecis e Sapezal, a 397 km e 473 km da capital.

O turista pode escolher as aldeias e a duração do passeio, que pode variar entre um e cinco dias.

  Passeios podem durar entre um e cinco dias (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Passeios podem durar entre um e cinco dias (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Para visitar as aldeias, o turista precisa procurar agências de turismo da região, pois os passeios só podem ser realizados com autorização do cacique de cada uma delas.

A rota é uma das alternativas para quem deseja escapar da correria do dia a dia. Nas visitas, os turistas poderão vivenciar experiências e culturas da população indígena.

Além das visitas nas aldeias, o turista também poderá conhecer cachoeiras localizadas no município, sendo uma delas a cachoeira Salto Utiariti.

 Cachoeira Salto Utiariti pode ser visitada durante passeio  (Foto: José Medeiros/ Sedec-MT)

Cachoeira Salto Utiariti pode ser visitada durante passeio (Foto: José Medeiros/ Sedec-MT)

É proibido levar bebidas alcoólicas para o passeio e fazer fotografias e filmagens que sejam usadas para fins comerciais. No local também não há venda de alimentos.

Para aqueles que optarem pelo roteiro de dois a cinco dias, algumas aldeias oferecem área para acampamento. O turista poderá vivenciar a experiência de dormir dentro das casas tradicionais indígenas, chamadas de “hati”.

 Turistas podem participar de danças indígenas (Foto: José Medeiros/ Sedec-MT)

Turistas podem participar de danças indígenas (Foto: José Medeiros/ Sedec-MT)

Aldeia Wazare

Localizada em Campo Novo do Parecis, a Aldeia Wazare é uma das cinco opções do passeio. O turismo indígena é uma das principais atividades da aldeia, que tem 35 membros da etnia Paresi-Haliti. Entre apresentações de dança, esportes tradicionais e feira de artesanato, o visitante também pode fazer um passeio ao Rio Verde.

O cacique da Aldeia Wazare, Rony Paresi, contou ao G1 que o projeto de turismo começou em 2018, mas só foi colocado em prática no dia 6 de julho de 2011, quando os indígenas da aldeia decidiram convidar amigos para conhecer o local.

“Começamos de forma tímida. Pensamos em criar um local onde, além de termos a liberdade de vivermos como índios, possamos também incentivar a geração de renda e emprego para a aldeia”, disse.

Para começar a receber turistas, a Aldeia Wazare precisou passar por mudanças em sua estrutura. De acordo com o cacique, os índios do local aprenderam juntos sobre a prática do turismo.

“Hoje a comunidade entende que o turismo permite que nossa cultura seja divulgada. A família Wazare sempre concordou com a abertura da aldeia à turistas”, contou.

 Turistas em meio aos índios em aldeia Pareci (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Turistas em meio aos índios em aldeia Pareci (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Rony contou que a maior barreira enfrentada pelos índios é consequência de um estereótipo que foi construído ao longo do tempo.

“A maioria pensa que os índios são todos iguais. Nós podemos ter bens materiais de outras culturas e ainda permanecer com a nossa (indígena)”, avaliou.

De acordo com ele, não são todos os caciques que possuem a mesma visão sobre o turismo. Rony contou que algumas aldeias possuem muitas paisagens naturais, mas os indígenas não querem visitas de turistas. “Existem comunidades que aceitam e outras não. Alguns indígenas são mais conservadores”, disse.

 Aldeia Quatro Cachoeiras (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Aldeia Quatro Cachoeiras (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Aldeia Quatro Cachoeiras

A Aldeia Quatro Cachoeiras, no mesmo município, possui 98 habitantes da etnia Paresi-Haliti, sendo que todos são parentes do cacique. Anualmente, o local é sede do Festival de Cultura e Jogos Indígenas de Pareci e chega a receber, em média, 700 índios de diferentes etnias.

O nome da aldeia foi dado por existirem quatro cachoeiras próximas ao local, formadas pelo Rio Sacre. O acesso às quedas d’água é feito através de uma trilha cercada por mata.

 Cacique diz que turismo começou de forma tímida (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Cacique diz que turismo começou de forma tímida (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Aldeia Utiariti

Na divisa com entre os municípios de Campo Novo do Parecis e Sapezal, a 473 km de Cuiabá, está localizada a Aldeia Utiariti. O local possui grande valor histórico para a etnia Paresí. “Utiariti” significa lugar de gente sábia. Diz a lenda indígena que a etnia Uthya vivia no local, a população era conhecida por fazer previsões do futuro atrás de uma cachoeira. A aldeia também é famosa por ter sito parte da rota de Marechal Rondon e das Missões Jesuítas.

 Banho de rio está entre as opções durante passeio (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Banho de rio está entre as opções durante passeio (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Aldeia Salto da Mulher

Localizada a 80 km do município de Campo Novo do Parecis, a Aldeia Indígena Salto da mulher possui como atrativo a cachoeira Salto da Mulher. Para acessar a queda d’água o turista precisa andar por 600 metros em uma trilha. A cachoeira é formada pelo Rio Sacre.

 Passeios em aldeias indígenas são guiados  (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Passeios em aldeias indígenas são guiados (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Aldeia Ponte de Pedra

A Aldeia Ponte de Pedra está localizada na divisa dos municípios de Diamantino e Nova Maringá, a 209 km e 392 km de Cuiabá. Um dos pontos turísticos da aldeia é a Ponte de Pedra, formada naturalmente pela escavação fluvial ao longo dos anos. A ponte passa sobre o Rio Sucuruína, que possui corredeiras e quedas d’água, entre elas a Cachoeira Pata de Onça e a Cachoeira Ponte de Pedra.

O local é sagrado para os índios Paresi-Haliti. Segundo a mitologia, um índio da etnia morava no interior da pedra, de onde teria saído por uma fenda, criada por um raio. Ao sair da pedra, o índio descobriu o mundo superior e deu origem a população da etnia.

Outro ponto turístico do roteiro é a Cidade de Pedra. O local é conhecido pelos indígenas como a “terra dos mortos”, pois eles acreditam que as almas de seus ancestrais estão presas nas rochas.

As rochas possuem aproximadamente 20 metros de altura, com formato arredondado, pontas estreitas e cores avermelhadas.

 Costumes podem ser conhecidos por visitantes (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

Costumes podem ser conhecidos por visitantes (Foto: João Ricardo Bispo/ Arquivo pessoal)

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