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Bandidos que mataram estudante em Nova Iguaçu anunciaram telefone roubado da jovem 40 minutos depois


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Policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) identificaram, no início da tarde desta quarta-feira, os dois suspeitos do envolvimento no assassinato da estudante Marcela de Souza Oliveira, de 26 anos, em Nova Iguaçu. Os agentes prenderam Moisés Amorim da Silva e conseguiram identificar Nilton Pereira como o autor do disparo. Ele está foragido e sendo procurado pela especializada. Marcela foi morta com um tiro na nuca no último sábado. Cerca de 40 minutos após o crime, Moisés publicou um anúncio de venda do telefone da vítima em uma página da internet.

Segundo a polícia, Marcela foi vítima de latrocínio. Os dois a abordaram para roubar o aparelho telefônico. Nesta quarta-feira, policiais da DHBF conseguiram prendê-lo.

— Chegamos até o Moisés a partir do celular da vítima. Descobrimos que o aparelho estava sendo usado por uma pessoa que já havia trocado o chip. Esta pessoa que contou ter comprado o aparelho por R$ 200 e apontou Moisés como o vendedor do telefone — disse o delegado Moyses Santana, titular da DHBF.

Nilton Pereira, apontado como o autor do disparo, está foragido
Nilton Pereira, apontado como o autor do disparo, está foragido Foto: Divulgação / Polícia Civil

Moisés foi preso por agentes da DHBF quando se alistava numa junta militar em Nova Iguaçu. A Justiça decretou a prisão temporária dos dois suspeitos.

A família da estudante Marcela de Souza Oliveira disse acreditar que a Polícia Civil vai identificar e prender todos os envolvidos na morte da jovem. Segundo o tio, o jornalista Renato Barone, a notícia da prisão de Moisés Amorim da Silva e da identificação de Nilton Pereira como sendo o autor do disparo que matou a vítima, trouxe um sentimento de que a justiça está sendo feita.

— Mesmo sabendo que não vai trazer a Marcela de volta, a notícia da prisão de um envolvido no crime e a identificação de outro, traz alento para a família, e um sentimento de que a justiça começa a ser feita. Temos confiança no trabalho da polícia. Acho que todos os envolvidos serão identificados — disse o jornalista que esteve na DHBF ao lado do irmão Jefferson de Oliveira, pai de Marcela.

Apesar de estar desaparecido, o suspeito de ser o atirador já tem um longo histórico com a polícia. Nilton tem sete passagens por roubo, três por homicídio, além de acusações de latrocínio, tentativa de homicídio, porte de arma e tráfico. Ele também é suspeito de ser ligado a uma milícia que atua no município de Queimados, na Baixada Fluminense.

Nilton Pereira também já era investigado pela DH-BF por um outro assassinato. No dia 4 de dezembro de 2018, ele teria sequestrado um motorista de aplicativo e usado o veículo para praticar uma série de roubos e um homicídio. De acordo com Moisés Santana, os crimes ocorreram em Nova Iguaçu. Após chamar o carro por um aplicativo, ele e um comparsa renderam o motorista , na altura do Bairro Vila de Cava. Em seguida, exigiram que a vítima continuasse conduzindo o veículo que foi usado numa série de roubos. Segundo a polícia, em outro ponto do município, a dupla pediu para o motorista estacionar o veículo.

— O comparsa do Nilton disse que ali morava um homem que teria o costume de bater em uma mulher. O Nilton, então, desceu do carro, entrou na casa e matou o homem. Ele (Nilton) é um psicopata — disse o delegado.

Após a execução, o motorista do Uber foi liberado pela dupla. O nome da vítima não foi revelado.

O Caso

Marcela foi assassinada com um tiro na nuca
Marcela foi assassinada com um tiro na nuca Foto: Reprodução

A jovem estava desaparecida desde o dia 27 de maio. O corpo foi encontrado no último sábado. Ela havia sido vista com vida, pela última vez, pouco antes de deixar a casa do namorado, William Santos, de 33 anos, no Bairro de Vila de Cava. O reconhecimento do corpo foi feito pelo pai de Marcela, Jefferson de Jesus Oliveira, que a identificou por uma tatuagem que a filha tinha nas costas.

Segundo a polícia, Marcela reagiu ao roubo e acabou sendo executada por Nilton. Após o roubo, o assassino jogou o corpo da estudante no Rio Iguaçu, em Vila de Cava, Nova Iguaçu, e entregou o celular roubado para Moisés Amorim da Silva, de 18 anos, que é sobrinho de consideração .

O Rio fica a aproximadamente 1,6 quilômetros de distância do bairro Vila Cava. Ele e Marcela haviam dormido juntos no dia do sumiço. Ele saiu para trabalhar às 7h, e ela ficou dormindo. Ela ia almoçar com os pais, mas não apareceu.

— A gente se assustou porque ela não é de fazer isso. De sair sem dar satisfação. E começamos as buscas. Fomos no hospital, na delegacia e no IML — contou o namorado.

O corpo de Marcela foi enterrado na tarde da última segunda-feira, no cemitério municipal de Nova Iguaçu. Cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia. No sepultamento, parentes e amigos prestaram uma última homenagem à memória da jovem, cantando músicas e fazendo um momento de oração diante do caixão, que foi mantido fechado.

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