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Qual a diferença entre gripe e resfriado?


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Chegou a época em que sintomas como febre, dor no corpo, espirros e tosse se manifestam com mais frequência. Estamos falando da gripe… ou será que é do resfriado? Afinal, existe alguma diferença entre as duas?

Para tirar suas dúvidas sobre esse tema, SAÚDE conversou com a imunologista Kelem Chagas, gerente médica da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da farmacêutica Sanofi.

O que é a gripe e quais são seus sintomas

A gripe é causada pelo vírus influenza, que pode ser dos tipos A ou B. Cada uma dessas categorias se divide em outros subtipos – dentro do A, está o H1N1; e, do B, o Yamagata, por exemplo.

Seus principais sintomas são febre alta, dor intensa no corpo, tosse, dor de garganta e cansaço. Geralmente, eles aparecem quatro dias após o contato com o agente infeccioso e persistem por mais de uma semana.

“O paciente não consegue se levantar direito e sente maior necessidade de procurar auxílio médico”, arremata Kelem Chagas.

Ela também é marcada por desencadear outros problemas. “O influenza tem maior afinidade pelo pulmão. Por isso, a pneumonia é uma complicação mais frequente”, afirma a imunologista.

E mais: a gripe pode agravar quadros de saúde já existentes, como problemas cardíacos, asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Ela é, portanto, mais grave do que o resfriado. Hora de falar dele…

O que é o resfriado e quais são seus sintomas

Está aí outra infecção respiratória, mas que é desencadeada por diversos tipos de vírus. O rinovírus está entre os mais comuns.

“Sua manifestação clínica é menos intensa”, diferencia a especialista. Os sintomas incluem coriza, febre baixa, tosse e espirros. A recuperação tende a ser mais rápida.

Como é a transmissão?

É igual nas duas chateações. Ela ocorre quando gotículas de saliva do indivíduo infectado entram em contato com as vias aéreas de outra pessoa (por meio de espirro, beijos, tosse…).

Objetos contaminados com essas gotículas também espalham a enfermidade. “Isso acontece principalmente em lugares fechados, como escolas, transporte coletivo e ambientes de trabalho”, exemplifica Kelem. Lavar as mãos ajuda muito nesse sentido.

Entretanto, existe uma diferença na época mais comum de contágio. “A sazonalidade é uma característica da gripe. Ela é mais comum no outono e no inverno, até por causa de uma especificidade do vírus. Já o resfriado pode aparecer o ano todo”, relata a profissional.

Agora, o fato de que nessas estações mais frias as pessoas costumam ficar em ambientes fechados favorece o surgimento das duas.

Quem são as pessoas mais atingidas?

A gripe afeta mais o chamado grupo de risco (crianças, idosos, gestantes, pacientes com doenças crônicas). E também pode ser mais grave neles. “A resposta imunológica nesses casos é menos efetiva do que a de indivíduos saudáveis”, justifica Kelem.

O resfriado é, digamos, mais democrático. “Porém, o quadro tende a melhorar brevemente”, complementa a gerente médica.

Como funciona o diagnóstico?

Ele começa com a avaliação dos sintomas. Se for um resfriado, só isso já basta.

Já em casos suspeitos de gripe com potencial mais grave, talvez seja necessário recorrer a exames de sangue para confirmar a presença do vírus influenza. Isso porque, ao termos certeza de que se trata da gripe, certos tratamentos podem entrar em cena.

Tem cura?

Sim. E quem faz isso é o próprio corpo: com o tempo, ele produz anticorpos que eliminam os inimigos causadores da gripe ou do resfriado.

Só que, conforme já dissemos, o vírus influenza pode causar complicações mais severas. Ou seja, nem sempre o organismo dá conta do recado.

De janeiro até a segunda semana de julho de 2018, por exemplo, o Brasil registrou 839 mortes pela doença. Foi um aumento de 194% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo relatório do Ministério da Saúde.

Tem tratamento? Como funciona?

Para se livrar das duas doenças, é importante repousar e ingerir bastante líquido.

O tratamento do resfriado é baseado nos sintomas, com medicamentosanalgésicos e antitérmicos, por exemplo. Muitas vezes, o especialista faz uma receita parecida em casos de gripe.

“Mas, para ela, podemos usar um antiviral que ficou conhecido: o Tamiflu”, conta Kelem. O fármaco ganhou fama por abreviar o tempo dos sintomas e por minimizar as complicações. Quanto antes o tratamento começar, melhor a resposta.

Dá para prevenir?

Medidas de higiene são necessárias para evitar os dois problemas. Lave as mãos, limpe o nariz com lenço descartável, e por aí vai.

“Mas, pelo risco de complicações e óbito, a gripe pede uma proteção adequada”, enfatiza a especialista. Ela está se referindo à vacinação.

Existem dois tipos de vacina: a trivalente, que protege contra dois vírus do tipo A e um do B (é a que está disponível na rede pública), e a quadrivalente, que ainda combate mais um da cepa B. Essa última você encontra apenas na rede privada.

A campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começou no dia 10 de abril, é focada no grupo de risco. “Quem não é elegível consegue se imunizar em clínicas particulares”, conclui Kelem.

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