Conectado por

Rondônia

Moradores de área atingida por rompimento de barragens se arriscam em ponte danificada para buscarem comida em RO


Compartilhe:

Publicado por

em

Três dias após o rompimento de duas barragens em Oriente Novo, distrito de Machadinho D’Oeste (RO), no Vale do Jamari, dezenas de famílias começaram a ter acesso às estradas rurais novamente. Na localidade, sete pontes foram danificadas pela enxurrada.

No último fim de semana, algumas pessoas se arriscavam e passavam por pontes danificadas com a enxurrada para conseguir comida, como é o caso do produtor rural Divino Antônio Zeferino.

“Como quase tudo que tenho em casa já venceu, então a gente está improvisando alguma coisa pra inteirar com o que a gente ainda possui. O que faltar, a gente vai passando sem”, conta o produtor.

Moradores se arriscam para passar pelas pontes danificadas para repor os mantimentos — Foto: Luiz Martins/Rede Amazônica

Moradores se arriscam para passar pelas pontes danificadas para repor os mantimentos — Foto: Luiz Martins/Rede Amazônica

Dificuldades também para os agricultores que vivem na região, que devido a queda das pontes, ficaram sem o escoamento da produção.

“Toda a produção do pessoal está presa nas propriedades, principalmente tanques de leite. Estamos realmente ilhados e esperamos que os acessos sejam recuperados o mais breve possível”, disse o presidente de uma associação de produtores rurais da localidade, Ronaldo Jardim.

Mesmo com risco de queda, agricultor atravessa ponte danificada pelo rompimento das barragens.  — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Mesmo com risco de queda, agricultor atravessa ponte danificada pelo rompimento das barragens. — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

O agricultor Jonas Falcão atravessou o local em cima da motocicleta, mas para ele, mesmo correndo o risco de cair dentro do rio, a travessia era necessárias para cuidar das obrigações do dia a dia.

“A única forma que a gente tem é passar por essa ponte danificada, mas a gente tem que passar e correr o risco de cair dentro da água. Todos os produtores ficaram ilhadas e não tem como escoar a produção”.

Na manhã desta segunda-feira (1°), o departamento de comunicação da MetalMig informou ao G1 que cerca de 90% das pontes danificadas já haviam sido recuperadas por equipes da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp) de Machadinho D’Oeste.

Sete pontes foram danificadas após rompimento de duas barragens no distrito de Oriente Novo.  — Foto: Luiz Martins/Rede Amazônica

Sete pontes foram danificadas após rompimento de duas barragens no distrito de Oriente Novo. — Foto: Luiz Martins/Rede Amazônica

Risco de contaminação

O prefeito de Machadinho D’Oeste, Eliomar Patrício, disse que a principal preocupação agora é com o rompimento de outras barragens e os prejuízos ao meio ambiente. A apreensão está nos possíveis danos no serviço de abastecimento de água do município.

“A maior preocupação nossa é com outra barragem dessa que estourou e existe a possibilidade dela ter contaminado com metais pesados, as águas do rio Belém, onde nós captamos a água para o serviço de abastecimento da nossa cidade”, relatou.

Próximo das barragens que romperam, existem pelo menos outras 10 barragens. O número exato as autoridades não sabem precisar.

Conforme o departamento de comunicação da MetalMig, uma equipe está na localidade para avaliar as condições da água do rio Belém e fazer um parecer técnico para saber há riscos ou não de contaminação do rio.

Rompimento

Duas barragens romperam na sexta-feira (29), no distrito de Novo Oriente, em Machadinho D’Oeste (RO), município a pouco mais de 350 quilômetros de Porto Velho, interior do estado.

O rompimento teria sido provocado por uma forte chuva que encobriu a cidade na última quinta-feira (28). A Polícia Ambiental informou que não houve vítimas fatais, mas destacou que ocorreram “muitos danos ambientais”.

Vista aérea do local onde ocorreu o rompimento das barragens em Oriente Novo.  — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Vista aérea do local onde ocorreu o rompimento das barragens em Oriente Novo. — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Ao todo, 350 pessoas em um total de 100 famílias ficaram isoladas no distrito. As barragens de rejeitos de cassiterita, minério utilizado na fabricação do estanho, não eram utilizadas há décadas, segundo a Metalmig, empresa responsável pela área.

A mineradora disse que está cooperando com as autoridades e que o problema foi pelo excesso de chuvas.

O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) abriu inquérito para apurar a responsabilidade sobre o rompimento das barragens.

Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade
https://rondonia.ro.gov.br/portal/



Desenvolvimento
 Bônus de boas-vindas
Desenvolvimento: Portalrondonia.com