Agronegócios
Abate de suínos aumenta 61% em 11 anos, afirma IBGE
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O abate de suínos aumentou 61% de 2007 a 2018 no Brasil, uma aceleração bem mais forte do que a das demais proteínas. O frango teve alta de 30%, e o boi, de 4%, no mesmo período.
É uma atividade que se consolida no Brasil. A carne suína cai cada vez mais no gosto dos brasileiros, e as oportunidades de exportação crescem ano a ano.
Tudo isso devido a um processo de gestão e de aplicação de novos conhecimentos no setor, segundo Jurandir Machado, analista da 7Fluir Consultores e especialista em suinocultura.
O grande avanço do setor vem da produtividade, que aumenta de 0,2 a 0,4 leitão por ano por matriz. Na região Sul, a estimativa é de uma produção de 26,6 leitões por matriz. Na Centro-Oeste, a produtividade é de 26 por ano, segundo o analista.
Para Machado, treinamento de pessoal e informações instantâneas dão detalhes da criação, apontando exigências de alimentação e de acompanhamento sanitário dos animais.
Os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes a 2018, mostram um abate nacional de 44,2 milhões de animais e produção de 3,94 milhões de toneladas de carcaças de suíno.
O acompanhamento de Machado aponta dados semelhantes aos do IBGE para o ano passado e uma evolução neste e no próximo ano.
Para 2020, a consultoria 7Fluir prevê abates de 44,4 milhões de animais e produção de 4,2 milhões de toneladas de carne.
Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da extinta Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), entidade que se transformou em ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), diz que um dos grandes impulsos para o crescimento veio do mercado interno.
A mudança na forma da apresentação da carne suína no mercado atraiu mais os consumidores. Oferta maior, qualidade, preços competitivos e cortes variados e mais adaptados às exigências dos consumidores puxam o consumo, segundo ele.
Camargo Neto diz, no entanto, que o mercado externo não avançou como deveria nos anos recentes. A Rússia, um dos principais parceiros para o Brasil, sempre teve uma política de “morde e assopra”. É um mercado sem transparência e instável nas compras, afirma ele.
Francisco Turra, presidente da ABPA, acredita que a carne suína está retirando mitos desabonadores do passado. Vista como uma alimentação pouco saudável, hoje está até em dieta hospitalar, afirma.
Prova disso, segundo ele, é que o consumo interno atual de 15 quilos por ano por pessoa está bem acima dos dez quilos de há poucos anos.
O presidente da ABPA faz grande aposta, no entanto, no mercado externo, principalmente no da Ásia.
A China já lidera as importações brasileiras, e Japão e Coreia do Sul se apresentam como mercados promissores. As esperanças do setor vêm também do México, grande importador de carne suína e que poderá ser um novo parceiro para o Brasil, segundo Turra.