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PEIXES: Produção no Estado puxa resultado brasileiro


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A tilápia é o filé dessa atividade e já é considerada a principal aposta para conquistar mercados bilionários no exterior, como os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a expectativa é que a economia brasileira se recupere e garanta poder de compra ao consumidor nacional, que ainda demanda apenas 9,7 quilogramas de peixe por habitante ao ano.

Espécies – No País, a piscicultura cresceu 4,5% no ano passado na comparação com o anterior. Houve aumento de 11,9% na produção de tilápias e de 8,0% na categoria chamada de outras espécies, composta principalmente por carpas, trutas e pangas. Ambas as divisões são criadas em cativeiro. Já a pesca de peixes nativos recuou 4,8%. Todos os números são do Anuário de 2019 da Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura).

Produção total – Foram produzidas 722,5 mil toneladas (t) de peixes em geral no ano passado, no País, dos quais 129,9 mil, ou 18,0%, pelo Paraná. Somente no mercado de tilápias, o Brasil chegou a 400,3 mil t e a participação paranaense atinge quase um terço, ou 30,8%. Foram 123 mil t do peixe que conquista paladares por aqui e é um dos principais produtos lá fora, pelo sabor suave e por oferecer um filé generoso e de poucas espinhas.

Mercado internacional – O problema é que, no mercado internacional, o Brasil ainda usa a vara de pescar enquanto os concorrentes trabalham com redes. Foram US$ 5,5 milhões em tilápias brasileiras compradas pelos EUA no ano passado, ante mais de US$ 4 bilhões do mesmo produto chinês, conforme dados da Peixe BR obtidos junto à Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Os norte-americanos são reconhecidamente os maiores importadores de peixes do mundo, com demanda de 50% de tudo o que consomem em pescados e 95%, em tilápias.

Consumo interno – Entretanto, mais importante ainda é o consumo interno. Os brasileiros consomem uma média de 9,7 kg por ano, menos do que os 9,9 kg per capita do continente africano. O volume é muito distante dos 20 kg da média mundial, diz o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros. “No mercado interno, estamos trabalhando para promover o consumo, porque é produzimos um peixe de excelente qualidade, premium pelos padrões internacionais, que é saboroso e bom para a saúde das pessoas”, diz.

Modelo nacional – O presidente da associação afirma que o Paraná cresce acima da média porque se adiantou na regulamentação ambiental e porque oferece uma cadeia interligada e completa, do fornecimento de insumos até a industrialização. “O Paraná criou um sistema regulatório próprio, que precisa de melhorias como qualquer outro, mas que funciona e garante segurança jurídica. Por isso, cresce acima da média”, diz.

Demanda – Ao se especializar em tilápias, saiu na frente também em um mercado que tem demanda hoje em todos os estados brasileiros. Cenário que permitiu à Aquabel, com sede em Rolândia, Região Metropolitana de Londrina, tornar-se a líder no fornecimento de alevinos de tilápia, com foco em melhoramento genético, alto volume de produção e fornecimento contínuo ao longo do ano. Hoje a empresa tem dez unidades nas cinco regiões do País e desde 2016 formou uma joint-venture com o EW Group, maior empresa de genética animal do mundo, sediada na Alemanha.

Perspectivas – O CEO da Aquabel, Ricardo Neukirchner, que fundou a empresa com Claudio Batirola, afirma que as perspectivas são excelentes para os próximos anos. “Tivemos uma acomodação normal do mercado, porque a curva de crescimento nunca é exatamente uma curva, mas uma escadinha. E começamos a ter uma sinalização de crescimento grande, porque essa acomodação foi pela crise no País”, diz Neukirchner, que também é diretor de Aquicultura da SRP (Sociedade Rural do Paraná).

Resultado – Com quase 20% de crescimento da empresa em 2008, ele afirma que a expectativa é repetir o resultado, porque a tilápia é um peixe voltado para a produção industrial e há novos atores entrando na atividade. “Temos pessoas de fora do Brasil que querem investir aqui, da engorda a frigoríficos”, conta.

Cooperativas – Para o presidente da Peixe BR, a participação de cooperativas também é uma vantagem regional. “As grandes cooperativas do Paraná estão mexendo rápido a régua da produção e comercialização de tilápias e acreditamos que há espaço para novos processadores, porque o peixe é vendido em todo o País”, diz Medeiros.

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