Rondônia
Polícia aguarda laudo sobre morte de 2 bebês em unidade de saúde de Guajará-Mirim, RO
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A Polícia Civil aguarda um laudo tanatoscópico que deve esclarecer a causa da morte de dois recém-nascidos em Guajará-Mirim (RO), município a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho. As investigações começaram após familiares denunciarem um médico de uma unidade de saúde da cidade. O inquérito para apurar ambos os casos foi instaurado no dia 27 de dezembro do ano passado.
Os boletins de ocorrência foram registrados no início do mês passado. À época, testemunhas alegaram que houve negligência por parte do profissional de saúde e disseram que os bebês estariam vivos se não fosse a demora no atendimento.
Conforme a delegada à frente das investigações, Luiza Ximenes, as mães dos bebês, a equipe médica e parte das testemunhas já foram ouvidas. Ela pontuou também que outras pessoas devem prestar depoimento na próxima semana.
A corporação tem, agora, 30 dias para concluir o inquérito. Entretanto, esse prazo pode ser prorrogado por mais tempo até que todos os fatos sejam esclarecidos pela polícia.
Logo após a conclusão, o inquérito deve ser entregue ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO), que vai decidir se oferece ou não denúncia à Justiça.
Ocorrências e denúncia
De acordo com os registros policiais, uma moradora de Guajará-Mirim, que não teve a idade revelada, deu entrada no Hospital Bom Pastor, que tem convênio com o município, no dia 1º de dezembro de 2018 e permaneceu sem atendimento médico até o dia 3.
Pouco tempo depois do nascimento, a criança faleceu por complicações respiratórias causadas por ingestão de líquidos e fezes.
O segundo caso ocorreu com uma moradora de Nova Mamoré (RO). Gerlaine de Oliveira, de 19 anos, estava com 39 semanas de gestação quando começou a sentir as primeiras contrações.
No dia 1º de dezembro recebeu os primeiros atendimentos no Hospital Antônio Luiz de Macedo, em Nova Mamoré. Depois, seguiu ao Hospital Bom Pastor.
A jovem chegou a Guajará-Mirim na madrugada do dia 2 e permaneceu internada. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o médico disse que o parto não poderia ser realizado, pois ela tinha apenas 2 cm de dilatação e são necessários 10 cm.
Após dois dias de internação na unidade, Gerlaine tinha 5 cm de dilatação. Então o médico decidiu fazer uma cesariana. Nesse tempo, a criança ingeriu fezes, teve que ser entubada, não resistiu e morreu.
O que disse o hospital?
Em 27 de dezembro, dia da abertura do inquérito policial, a empresa que administra o hospital informou, em nota, que todos os procedimentos necessários foram realizados no trabalho de parto das pacientes e que cumpre o Manual Técnico de Assistência Pré-Natal do Ministério da Saúde. Disse ainda estar colaborando com as autoridades na apuração do ocorrido.