Educação
Após corte de 28% nos salários, professores da UFMT se reúnem para discutir greve
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Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reúnem na tarde desta segunda-feira (4), na sede da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), para discutir o corte de 28,86% dos salários de mais de três mil docentes, determinado pelo juiz federal César Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal de Cuiabá. Segundo a Adufmat, alguns professores já falam sobre a possibilidade de greve.
O juiz federal César Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal de Cuiabá, determinou corte de 28,86% dos salários de mais três mil professores da Universidade Federal de Mato Grosso na semana passada. O percentual havia sido conquistado após 22 anos de batalha dos servidores.
À época, o governo federal havia implementado o percentual ao salário dos militares e os servidores públicos de todo o país movimentaram-se para reivindicar o mesmo direito.
Após a determinação do juiz a Adufmat convocou uma assembleia, que deve ser realizada às 13h30 desta segunda-feira (4), para que os docentes discutam as medidas a serem tomadas. A assessoria da Associação disse que há professores que já falam sobre greve. A última ocorreu em 2015 e durou 139 dias.
Dependendo de como correr a audiência de hoje, há a possibilidade de ser aprovado o indicativo de greve, no entanto, ainda sem um prazo para deflagração, caso seja de fato aprovada.
Entenda:
Em dezembro de 2016, os professores da UFMT finalmente começaram a receber nos seus contracheques os 28,86%, conquistados pela ADUFMAT, tanto na esfera judicial quanto política. Marcado por inúmeros recursos, postergações e tergiversações, este processo arrastou-se por mais de 22 anos, demonstrando os dois pesos e as duas medidas que marcaram Administrações Superiores nesse período.
Em negociação com a atual Administração quanto ao pagamento daqueles meses em que a decisão judicial foi descumprida, a Adufmat foi surpreendida com a informação de que o Procurador Geral Federal da Advocacia-Geral da União (PGF/AGU) Osvalmir Pinto Mendes emitira Parecer desautorizando o pagamento dos 28,86% para todos os professores da Universidade. De acordo com o referido Procurador, esse percentual já fora “absorvido pelos reajustes posteriores”, conforme Acórdão proferido no processo n. 0030874-46.2013.4.01.0000.
Conforme a assessoria jurídica do sindicato, as medidas cabíveis estão sendo providenciadas para restabelecer o pagamento que, estimam, poderá refletir em cerca de 15 mil pessoas, considerando as famílias dos docentes prejudicados pela decisão.