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Saga da BR-29, hoje 364, volta a ganhar destaque com a reedição do livro ‘O Outro Braço da Cruz’
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“Sr. Presidente, o sr. já ligou Brasília a Belém e a Porto Alegre e a está ligando a Fortaleza. Por que não completa o outro braço da cruz, construindo a Rodovia Brasília-Acre? Uai, Paulo; E pode? Pode, Presidente, mas é negócio para homem. Então vai sair”. Parece roteiro de algum filme, mas trata-se do diálogo entre o ex-governador do então território de Rondônia, Paulo Nunes Leal, e o ex-presidente Juscelino Kubitschek na tentativa inspiradora de completar a obra que ligaria os pontos extremos dando origem à construção da Rodovia BR-29, atual BR-364.
Todos esses relatos históricos estão no livro ‘O Outro Braço da Cruz’ escrito pelo próprio Paulo Nunes Leal e que foi reeditado e lançado na tarde de quinta-feira, 27, durante solenidade realizada no Salão Nobre Rosilda Schockness, do Palácio Rio Madeira, com a presença do governador Daniel Pereira, do presidente da SC Transporte, Marcílio Carvalho, do presidente do Grupo SB, Hiroshi Takeda, bem como de outras autoridades e representantes de empresas que colaboraram com a reimpressão da obra.
No seu livro ‘O Outro Braço da Cruz’, Paulo Nunes Leal relata que sugeriu a Juscelino Kubitschek, em 1960, abrir uma rodovia entre Brasília e Rio Branco, lançando o projeto da BR-029, mais tarde BR-364. A reedição do livro publicado pela primeira vez há mais de três décadas foi possível graças ao incentivo do governador Daniel Pereira que tem promovido o resgate histórico de Rondônia como a revitalização do Memorial Jorge Teixeira. “Essa reedição significa um esforço para levar às novas gerações de rondoniense o conhecimento da bravura do então presidente Juscelino Kubitschek e o ex-governador do Território, Paulo Nunes Leal, bem como de milhares de brasileiros anônimos e estrangeiros que aportaram por essas inóspitas terras dá época”, disse o governador no trecho final de sua mensagem deixada na página 10 do livro.
Para garantir a impressão da obra, o governador contou com apoio de parceiros e encomendou à Gráfica Imediata a reedição. Enriquecido com fotos, entre as quais, as da Caravana Ford, o “novo” livro republica relato do ex-governador Jorge Teixeira de Oliveira, comemorando o lançamento da edição original.
“O símbolo da cruz, que a grande obra rodoviária completa, abençoe a quantos nela colaboraram e já não mais estão entre nós para reviver a bela aventura” – escrevia Leal na apresentação do livro original. Segundo destacado pelo governador Daniel Pereira, foram reimpressos dois mil exemplares pela Gráfica Imediata que serão destinados às bibliotecas das escolas de todo o Estado, bem como para entidades que repassarão por um valor simbólico com o objetivo de utilizarem no desenvolvimento das mesmas”, enfatizou Daniel Pereira.
O governador agradeceu a cada um que de forma direta ou indireta colaborou para a reimpressão da obra deixada pelo Paulo Nunes Leal. “Estamos fazendo um resgate da história e nesse momento agradeço a cada um dos senhores pela colaboração, sendo um dos último atos que eu faço como governador do Estado”, disse o governador considerado um dos maiores incentivadores para que reedição do livro.
Dentre parte da história, Paulo Nunes Leal narra que a construção da BR-29, que posteriormente se transformou na BR-364, em toda a historia rodoviária brasileira foi a mais empolgante e o maior feito, considerando um fato que se deve conhecer, preservar e divulgar. “Sinto-me feliz por nesse momento estamos fazendo um relançamento do livro do ex-governador Paulo Nunes Leal que inspirou o Juscelino Kubitschek a fazer o outro braço da cruz”, ressalta Daniel Pereira.
O livro tem grande valor histórico para o Brasil, relatando os bastidores da reunião entre autoridades que deu origem a uma decisão verdadeiramente firme do então presidente Juscelino Kubitschek que permitiria a interligação rodoviária do noroeste brasileiro com o resto do país, ou seja, a construção da rodovia.
Em seu comentário deixado na página 13 do livro, o ex-governador José Bianco expressa que a motivação que levou o governador Daniel Pereira a determinar a reedição não tenha sido apenas a questão literária, mas um sentimento de respeito, além de, ao mesmo tempo, prestar uma justa homenagem à memória dos primeiros pioneiros do Estado.