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Saiba o que pode e o que não pode na ceia de Natal de quem tem doença celíaca


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Dezembro chegou e com ele também se aproximam as festas de fim de ano, caracterizadas pelas tradicionais ceias. Nelas, quem tem doença celíaca precisa de atenção redobrada na hora de montar o cardápio, já que ingredientes à base de proteínas de trigo, cevada e centeio devem ficar de fora. A lista é composta por itens que não são geralmente relacionados ao glúten – além de pão, os molhos prontos, achocolatado em pó e cerveja também não podem ir para o prato dos celíacos.

Mas há alternativas que podem ser usadas na hora de substituir esses ingredientes. Por exemplo, você sabia que farinha de milho, de arroz e de mandioca estão livres de glúten? Elas podem ser usadas no lugar da farinha de trigo nas receitas. Ainda, para facilitar o controle, a lei brasileira obriga que a indústria alimentícia informe no rótulo se há ou não a substância naquele produto.

Como sei que tenho doença celíaca?

Barriga estufada, gases, ânsia de vômito, diarreia, irritabilidade, perda de peso, lesões na pele e queda de cabelo. Esses são os principais sintomas da doença celíaca, que acomete um em cada 600 habitantes no País, de acordo com dados da Associação de Celíacos do Brasil. Caracterizada pela reação exagerada do sistema imunológico ao glúten, tem origem genética e pode causar anemia, osteoporose, câncer e até déficit de crescimento em crianças.

Nesses casos, o corpo não produz a enzima necessária para quebrar o glúten. Como a proteína não é processada adequadamente, o sistema imunológico reage e ataca a mucosa do intestino delgado, causando lesões e prejudicando o funcionamento do órgão. Os sintomas iniciais, em geral, aparecem entre o primeiro e o terceiro ano de vida, justamente quando cereais são comumente introduzidos à dieta. Contudo, há diagnósticos que só acontecem na fase adulta, quando já há carências nutricionais graves.

Para quem já estava pensando em mecanismos de prevenção, uma má notícia: por ora, não há formas de impedir o surgimento da doença celíaca. “Entretanto, como a genética está diretamente envolvida, o rastreamento e o diagnóstico precoce aumentam a chance de adaptar a dieta e evitar lesões intestinais”, afirma Tomazo Franzini, médico endoscopista e diretor da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED).

Inclusive, é por meio da endoscopia digestiva que o problema é identificado. Os sinais de que há algo errado são semelhantes a problemas gastrointestinais e, por meio de um exame de sangue, é identificada a presença de anticorpos específicos. “Mas isso ainda não é o suficiente. Para confirmar, o gastroenterologista prescreve uma endoscopia com biópsia do duodeno – única maneira de fornecer o diagnóstico assertivo. Aliás, é com esse exame que é possível checar se as dobras do intestino delgado responsáveis pela absorção de nutrientes, as vilosidades, estão atrofiadas”, explica o especialista.

Acompanhamento nutricional é parte do tratamento

Por ser uma doença autoimune, ainda não há medicamentos e procedimentos capazes de tratar os celíacos. Ou seja, a única maneira de não precisar conviver com os transtornos intestinais e evitar complicações é erradicar do cardápio todos os produtos que contenham glúten. Um nutricionista deve ser consultado para eliminar quaisquer dúvidas e orientar o que pode e o que não pode ser consumido.

Porém, Franzini alerta: nem todo paciente tem o mesmo grau da doença. “Há casos sensíveis nos quais apenas 50 miligramas de glúten, o que equivale a um centésimo de uma fatia de pão, já lesionam as paredes do intestino. Já outros pacientes toleram pequenas quantidades da proteína”, diz.

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