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O ritual de tomar o remédio junto com a informação ao paciente pode influenciar o tratamento


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O desenvolvimento da medicina tem sido muito expressivo nas últimas décadas e hoje em dia existe uma quantidade enorme de medicamentos que são usados regular ou eventualmente pela população para combater doenças físicas e emocionais.

Os estudos que fazem o desenvolvimento e teste de novos medicamentos utilizam como controle negativo uma substância inativa em um grupo de pacientes que não sabem que a pílula não contém o princípio ativo que agiria sobre a doença. Esta substância é chamada de placebo. Muitas vezes um placebo é usado clinicamente, pois o benefício psicológico e a expectativa de bem-estar do paciente contribuem decisivamente para o seu tratamento, mesmo que não tenha nenhuma ação farmacológica direta sobre a doença ou seus sintomas.

Há uma idéia geral em medicina que a eficácia de um medicamento, assim como de um placebo, é influenciada por fatores como a expectativa criada no paciente pelas informações dadas pelo médico sobre aquele tratamento. Supunha-se que o efeito positivo do placebo era alcançado quando o paciente não sabia que a pílula que estava ingerindo não continha um principio ativo efetivo, mas era informado que aquele fármaco poderia trazer benefícios ao seu tratamento. Muitas vezes, até a cor do remédio pode influenciar a percepção do paciente sobre sua real eficácia; uma injeção de cor vermelha, por exemplo, pode dar a sensação de que aquele é um remédio “mais forte” e eficiente.

O ritual de tomar o remédio junto com a informação ao paciente pode influenciar o tratamento - ABC da Saúde

Recentemente uma pesquisa publicada na revista científica Science Translational Medicine abre uma nova perspectiva de interpretação sobre o efeito placebo. Os participantes do estudo eram pacientes com enxaqueca. A enxaqueca foi escolhida como modelo por ser uma desordem de natureza repetitiva, permitindo aos pesquisadores comparar a eficácia do medicamento e do placebo em ataques consecutivos, usando em cada ataque diferentes condições de informação sobre o fármaco que o indivíduo estava tomando. O primeiro ataque de enxaqueca do participante no estudo não era tratado e servia como controle. Em seis ataques subsequentes o participante tomava uma pílula que era um placebo ou uma droga de conhecida eficácia sobre enxaqueca (rizatriptano). A pílula era administrada sob três condições de informação diferentes, etiquetadas como placebo, placebo ou fármaco e fármaco.

A intensidade da dor era registrada em um escore de 0 a 10 em diferentes tempos após a ingestão da pílula. Como esperado, o fármaco etiquetado como fármaco teve mais efeito que o placebo etiquetado como placebo. Por sua vez, o placebo quando etiquetado como fármaco teve a mesma eficácia que o fármaco etiquetado como placebo (este é o conhecido “efeito placebo”). A grande novidade do estudo vem do efeito produzido quando o participante tomava a pílula de placebo etiquetada como placebo. A dor foi menor do que no primeiro quando o participante não recebeu tratamento. Mesmo sabendo que estava ingerindo uma pílula que não continha o fármaco de combate a dor, a dor diminuiu.

A conclusão dos pesquisadores é a de que a informação dada ao paciente, associada ao ritual de tomar a pílula, são importantes componentes do tratamento, seja a pílula um placebo ou um fármaco.

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