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Dívida do governo com hospital no AC chega a R$ 13 milhões e médicos continuam em greve


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A greve dos médicos do Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, já dura 12 dias e ainda não tem previsão para se encerrar. Os profissionais exigem o pagamento do salário de outubro que seria efetuado no dia 3 de dezembro, mas ainda são receberam.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) informou, nesta terça-feira (4), que já providenciou o repasse de recursos para a entidade que gerencia a unidade de saúde que seria a responsável pelo pagamento dos médicos.

Por meio de uma nota publicada na tarde desta terça, a Sesacre afirmou que ‘foi realizado um repasse à Associação Nossa Senhora da Saúde (Anssau), na última semana, e que o pagamento dos médicos compete à entidade, já que a Anssau é a contratante dos profissionais”.

O diretor técnico do Hospital do Juruá, o médico Marcos Lima, que também responde pela Anssau, disse nesta quarta-feira (5) que os recursos que foram repassados para a entidade pela Sesacre foram exclusivos para o pagamento dos servidores celetistas.

“Essa verba era carimbada para pagamento dos funcionários do Hospital do Juruá e os impostos trabalhistas que estavam, inclusive, atrasados. Nós temos quase 400 funcionários que estavam também com os salários atrasados”, afirmou Lima.

O médico disse ainda que o valor que foi repassado para a Anssau na semana passada é muito abaixo da dívida do governo com a entidade. “Esse recurso que foi repassado está longe de resolver o problema. A dívida é de quase R$ 13 milhões. Na realidade não foi repassado dinheiro para pagar médico”, alega o diretor da unidade.

A direção do hospital afirma que a Sesacre fez um acordo com o Sindicato dos Médicos dando a garantia que o os recursos para pagamento dos profissionais que prestam serviços no dia 3 de dezembro, mas não foi feita a transferência de valores para essa finalidade.

“Essa negociação, inclusive, nós ficamos até fora. Eles fizeram e o prazo era dia 3 de dezembro. Hoje é dia 5 e não pagaram. Essa é a verdade dessa história toda”, afirmou.

O representante do Sindmed, Theobaldo Dantas, disse que enquanto o pagamento dos profissionais não for efetuado, a categoria continua atendendo apenas os casos emergenciais. Ele também alegou que o repasse feito pela secretaria não daria para pagar os proventos dos médicos.

“Esse não foi um valor negociado para pagar os médicos, ademais, o repasse feito é três vezes inferior ao repasse contratual. Na verdade, esse jogo de empurra-empurra e faz de conta é sempre usado. Uma velha mania de transferência de responsabilidade aos outros e não assumir a culpa”, declarou Dantas.

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