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Vegetais e frutas para prevenir doenças: Quando mais, melhor!


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Há mais de duas décadas evidências científicas consolidaram o conceito de que o consumo diário de frutas e vegetais traz benefícios à saúde. Baseada nessas evidências, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma recomendação, nos idos de 1990, para o consumo mínimo de 400 g por dia de frutas e vegetais. O consumo elevado desses alimentos demonstrou-se protetor contra doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Esta recomendação teve a adesão de muitos governos no mundo todo.

Um novo estudo de grandes dimensões realizado na Inglaterra, que avalia o efeito da ingestão de frutas e vegetais, acaba de ser publicado na revista científica Journal of Epidemiology and Community Health. Os pesquisadores examinaram os hábitos alimentares de 65.226 pessoas de 35 anos ou mais, por um período de 12 anos, entre 2001 e 2013. Foi encontrada uma forte relação inversa entre o consumo de frutas e vegetais com morte de qualquer causa, significando que o maior consumo destes alimentos diminui o risco de morte. O aumento do consumo de porções de vegetais, saladas, frutas frescas ou secas estão significativamente associadas a um menor índice de mortalidade.

Além disso, o alto consumo de frutas e vegetais foi associado com uma redução na mortalidade produzida por câncer e doenças cardiovasculares. O maior efeito foi observado com a ingestão de sete ou mais porções por dia, que está associada com uma redução de 42% no risco de morte em qualquer idade, quando comparada com a ingestão de menos de uma porção por dia. Os vegetais parecem ter um efeito mais pronunciado quando comparados às mesmas quantidades de frutas.

Mas atenção – o consumo de frutas congeladas ou enlatadas foi associado com um maior risco de mortalidade. No entanto a relevância deste achado deve ser examinada com cuidado, desde que consumir enlatados pode ser um marcador de estilo de vida pouco saudável. Este estilo de vida, e não os enlatados, pode ser a causa da maior mortalidade. Deve ser considerado, por sua vez, que as frutas enlatadas contem muito açúcar, o que anularia o efeito benéfico da fruta fresca.

Cabe salientar que este tipo de estudo não tem poder de estabelecer uma relação causal. Ele simplesmente aponta uma associação entre um fato (maior consumo de vegetais e frutas) com outro (menor mortalidade). Por si só, isto não prova que a menor mortalidade é devida ao maior consumo de frutas e vegetais. Por outro lado, os resultados demonstrando uma relação dose/resposta – cada porção a mais de vegetais ingerida por dia está associada a uma redução de 16% no risco de morte – serve como um forte indício de relação causa efeito.

Este estudo, devido a sua dimensão, vem para consolidar a já antiga recomendação da OMS de que o consumo de vegetais e frutas serve como uma proteção contra doenças e como um promotor de saúde, com um importante adendo: quanto mais, melhor!

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