Rondônia
Quatro pessoas desaparecem em rios de RO em 1 semana; ocorrências crescem 11% em 2018
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Na última semana, o Corpo de Bombeiros contabilizou quatro desaparecimentos de pessoas em rios de Rondônia. Desde a última terça-feira (13), três equipes de mergulhadores se desdobram para encontrar as vítimas desaparecidas nos rios Machado e Madeira.
Os casos se somam com as 61 ocorrências registradas até o momento este ano, segundo a corporação. Do início ao fim de 2017, foram 55, o que representa aumento de quase 11% no número de registros em todo o estado.
Segundo o coronel Gilvander Gregório, subcomandante geral dos Bombeiros, as equipes são formadas por quatro mergulhadores. “Ao todo, temos 12 mergulhadores em ação por hoje, divididos nas três frentes de resgate”, explicou.
No primeiro caso, duas pessoas sumiram por volta das 18h de terça-feira enquanto transportavam melancias que tinham acabado de colher do rio Madeira ao rio Jaci. A região do desaparecimento é próxima de Jaci-Paraná, distrito a pouco mais de 80 quilômetros do perímetro urbano de Porto Velho, local onde se concentram as buscas.
Conforme uma testemunha, os dois homens, um de 50 e outro de 36 anos, sumiram exatamente no horário em que as águas do rio Madeira ficam mais perigosas. Ela viu o momento em que o barco com os dois passou e retornou em seguida todo solto, com as melancias jogadas nas águas e sem eles. A vítima mais velha tem filhos e netos. Já a segunda cuida da enteada e a esposa está grávida.
Agente penitenciário e jovem
Dois dias depois, o agente penitenciário Marcos Paulo de Lima Marques, de 28 anos, desapareceu no Madeira após uma pescaria com um amigo. Conforme o coronel Gilvander Gregório, o caso aconteceu às 13h de quinta-feira, mas os bombeiros só foram acionados após duas horas do desaparecimento. As buscas entraram no quarto dia neste domingo (18).
De acordo com um amigo do diretor administrativo da Colônia Agrícola Penal de Porto Velho, a vítima pescava na comunidade de Cujubinzinho, no Baixo Madeira, quando teria ocorrido o acidente. Ainda segundo a testemunha, o anzol de Marcos Paulo ficou preso e, com isso, o agente mergulhou para tentar remover. Depois disso, não apareceu mais.
Marcos Paulo de Lima Marques, de 28 anos, desapareceu na última quinta-feira (15) após pescar com um amigo. — Foto: Divulgação/Sistema penitenciário
Porém, a tia de Marcos, Maria de Fátima Marques de Lima, apela por mais esforço nas buscas. Segundo ela, há apenas dois mergulhadores da corporação atuando no resgate.
“Nós precisamos de uma ajuda maior por parte dos bombeiros. Dois bombeiros lá não vão fazer nada”, contou, acrescentando que outros familiares e amigos auxiliam os bombeiros.
O último e mais recente caso, segundo informações preliminares do Corpo de Bombeiros, foi o desaparecimento de um jovem, no sábado (17), que tentou atravessar o rio Machado e não retornou. A idade da vítima não foi revelada.
Vítima mais recente desapareceu no rio Machado. — Foto: Pâmela Fernandes/G1
‘Água que não perdoa’
Ao G1, o coronel Gilvander Gregório disse que todas as vítimas não usavam coletes salva vidas. Para evitar novos casos, ele aconselha que as pessoas nadem em locais que não apresentem correnteza e que a água esteja abaixo do umbigo.
“É uma máxima nossa, do Corpo de Bombeiros. ‘Água acima do umbigo, sinal de perigo’. É preciso ter cuidado com a água, que não perdoa”, acrescentou.
Até o momento, o Corpo de Bombeiros somou 61 ocorrências de desaparecimento em rios. O ano passado fechou o balanço com 55 registros, representando aumento de quase 11% no número de casos.
De afogamento que terminou em morte, a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) contabilizou 44 casos em 2017, ocorridos em 16 municípios do estado. Desses, 13 foram apenas em Porto Velho. Até junho deste ano, a Sesdec contabilizou 19 vítimas que morreram afogadas.