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Casos de febre chikungunya no Amazonas têm redução de 68% em um ano, aponta FVS


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Um total de 170 casos de febre chikungunya foi registrado de janeiro até outubro de 2018, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS). O número representa uma redução de 68%, em relação ao total de registros da doença no mesmo período do ano passado.

Entre doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a chikungunya foi a que mais diminuiu o número de ocorrências no estado do Amazonas. Em 2017, foram 378 registros a mais, até o mês de outubro.

Por outro lado, a zika teve a menor redução, um percentual de 32% no mesmo período. Em 2017 foram notificados 657 casos, contra 446 em 2018.

A dengue foi a segunda doença a apresentar a maior redução de casos: 42%. Entretanto, a doença foi a maior em número de notificações, em relação ao zika e chikungunya. Nos 10 primeiros meses do ano, 4.379 registros de dengue no Amazonas. Em 2017, esse número chegou a 7.575.

Pesquisa inédita

Uma pesquisa inédita realizada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) constatou, pela primeira vez, que as fêmeas do mosquito Aedes aegypti podem transmitir o vírus zika e chikungunya para as larvas, fazendo com que os mosquitos já nasçam infectados.

A pesquisa, intitulada “Evidências de Transmissão Vertical do Vírus Zika em Ovos de Aedes aegypti Coletados em Campo na Amazônia Brasileira” foi realizada no município de Itacoatiara, a 270 km de Manaus.

De acordo com o chefe de Departamento de Vigilância Ambiental, Cristiano Fernandes, que é coordenador da pesquisa, a importância dessa descoberta na dinâmica da transmissão precisa ser aprofundada, mas os resultados do estudo já mostram a transmissão vertical, do mosquito (fêmea) para os ovos no ambiente natural.

“Em laboratório, já havia experimentos que demostravam que era possível a transmissão vertical, de forma artificial, no qual as fêmeas eram alimentadas com sangue contendo o vírus zika, e passavam para os ovos, que geravam indivíduos já infectados. No entanto, os estudos com mosquitos em condições naturais de campo, até então não haviam detectado a presença do vírus em formas imaturas, no caso, as larvas”, afirmou Fernandes, por meio de nota.

A pesquisa evidencia, então, que a via de transmissão vertical do vírus acontece na natureza.

Medidas de prevenção

O estudo tem como proposta auxiliar nas ações de vigilância das arboviroses e nas diferentes estratégias de eliminação do vírus na natureza. Após a comprovação da pesquisa são necessárias, mais do que nunca, ações para eliminar depósitos de água parada pois o mosquito não pode nascer.

Em nota, o pesquisador da Fiocruz Rio de Janeiro, José Bento, ainda há perguntas a serem respondidas. “A pesquisa amplia, ainda mais, a discussão sobre possíveis estratégias de controle que podem ser adotadas a partir da detecção da circulação viral em mosquitos, o que pode melhorar a capacidade de resposta das autoridades de saúde frente a introdução de doenças causadas por vetores”, afirmou Bento, por meio de nota.

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