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Tribunal francês julga mãe que escondeu bebê em porta-malas por dois anos


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O julgamento da mãe que escondeu seu bebê durante dois anos no porta-malas de um carro começou nesta segunda-feira na França.

O caso foi revelado em outubro de 2013, quando a mãe da menina levou o carro a uma oficina e um mecânico fez a descoberta.

A menina sobreviveu e este mês completará sete anos, mas sofreu sequelas permanentes. De acordo com um exame realizado em 2016 ela tem “um déficit funcional de 80%” e “um autismo provavelmente irreversível”.

O mecânico disse que ouviu sons estranhos e se deparou com uma “cena horrível” ao abrir o porta-malas. Disse ter visto uma menina coberta de excrementos, incapaz de manter a cabeça erguida, “pálida como um fantasma”.

Funcionários da corte preparam a entrada no Tulle Court House antes do julgamento da mãe da menina Serena (Georges Gobet / AFP) – AFP

As autoridades explicaram que a menina teria sofrido um “grande risco” pela falta de oxigênio se o resgate demorasse 15 ou 30 minutos a mais.

O comportamento da mãe intrigou a polícia porque ela parecia “tranquila”, como se a descoberta do bebê fosse uma “libertação”, segundo o mecânico.

A mãe e o pai da criança foram detidos para interrogatórios. O pai, que afirmou que não sabia da gravidez da mulher nem da presença do bebê no veículo, foi liberado.

“Nenhum elemento demonstrou que estivesse a par”, concluíram os investigadores.

Casa de um casal que mantinha a filha recém-nascida trancada no porta-malas de um carro por mais de um ano – AFP

O caso, conhecido como “Serena”, o nome que a mãe deu ao bebê, “desafia a imaginação”, admitiu o promotor responsável pela investigação. O casal tinha outros três filhos, com idades entre 6 e 12 anos, todos matriculados em escola e integrados normalmente à sociedade.

A mãe, que atualmente tem 50 anos, pode ser condenada a até 20 anos de prisão.

A menina vive atualmente com uma família de acolhimento. Os outros filhos do casal, agora com idades entre 11 e 17 anos, foram devolvidos aos pais depois de passar um período com famílias de acolhimento.

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