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Com salários atrasados, médicos ameaçam só atender casos de urgência e emergência no Hospital do Juruá, no Acre


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Médicos que trabalham no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, ameaçam atender apenas casos de urgência e emergência, caso seus salários continuem atrasados. Os trabalhadores afirmam que estão há dois meses sem receber. A denúncia partiu do médico Teobaldo Dantas, representante do Sindicato dos Médicos na cidade.

O G1 tentou contato com o diretor técnico do hospital, Marcos Melo, e com a assessora especial do governo, Suely Melo, porém, até a publicação desta reportagem, não conseguiu retorno.

A reclamação já havia sido feita meses atrás por enfermeiros e técnicos de enfermagem que falaram da falta de condições de trabalho devido à escassez de insumos e medicamentos na unidade hospitalar.

Segundo Dantas, os repasses do governo estão atrasados. Ele afirma que os atrasos estão ocorrendo, pois o governo tem atrasado ou pagado a Associação Nossa Senhora da Saúde (Ansau) parcialmente.

“Ao longo dos 11 anos que a Ansau administra o Hospital do Juruá, já tivemos alguns conflitos devido à falta de pagamento. Isso está gerando prejuízos para a Ansau, trabalhadores e a comunidade que precisam dos serviços do hospital. Também temos escassez de medicamentos”, reclamou.

O sindicalista disse que os salários do mês de setembro foram pagos somente a metade.

“Além disso, estamos com o mês de outubro dentro. Fizemos uma assembleia geral dia 5 e decidimos alguns pontos e negociamos com a doutora Suely Melo pelo WhatsApp. Foi prometido que dia 12 eles vão fazer o repasse dessa outra parte e foi apresentada uma programação. O mês de outubro deve ser pago dia 3 de dezembro e novembro dia 10 de dezembro”, disse o médico.

Dantas revelou que atraso afeta todo o quadro funcional. Ele falou que a situação não está complicada apenas para os médicos, há atrasos também nos pagamentos do pessoal de enfermagem, técnicos e manutenção.

“São pessoas que têm famílias, responsabilidades e precisam do dinheiro para sobreviver e manter suas famílias. Imagina você ir trabalhar pensando que sua energia pode ser cortada e que não tem dinheiro para comprar o arroz, o leite para dar aos seus filhos?”, questiona.

O médico disse que a categoria não descarta uma paralisação, caso a situação não seja resolvida.

“Definimos nestas três datas que foram apresentadas que se o calendário de pagamento apresentado não for cumprido, faremos a paralisação dos serviços não essenciais como consultas ambulatoriais, fichas verdes e azuis, consultas com especialistas, exames que o médico precisa estar presente, como endoscopia e ultrassom. Manteremos a UTI, centro cirúrgico para emergências e enfermarias”, finalizou.

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