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Para emagrecer e diminuir o risco de doença no coração: Restringir carboidrato é mais eficiente do que restringir gordura


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Obesidade e doença cardíaca são responsáveis por uma alta taxa de mortalidade e redução da qualidade de vida em todo o mundo. Ambas as doenças estão fortemente associadas ao estilo de vida, tendo o fumo, o sedentarismo e a má alimentação como principais fatores causais. No que tange à alimentação, muito tem sido debatido nos últimos tempos sobre qual o tipo de dieta é mais efetiva no combate à obesidade e doença cardíaca. Não está claro, no entanto, qual a dieta é a mais eficiente para emagrecimento e redução do risco cardíaco, se aquela que restringe gordura ou a que restringe carboidrato.

Na tentativa de contribuir para o esclarecimento desta questão foi realizada uma pesquisa que comparou os efeitos de uma dieta com restrição de carboidratos a uma dieta com restrição de gorduras sobre o peso e o risco do indivíduo de desenvolver doença cardíaca. O estudo foi publicado na edição de 2 de setembro da revista médica Annals of Internal Medicine.

A pesquisa foi realizada em 148 participantes divididos em dois grupos. Um recebeu uma dieta baixa em carboidratos e o outro uma dieta baixa em gorduras por um ano. Os participantes foram avaliados quanto ao seu peso, fatores de risco para doença cardíaca e composição da dieta aos 3, 6 e 12 meses. Ao final de um ano os indivíduos do grupo que restringiu carboidratos teve uma perda de peso em média 3,5 kg maior que o que restringiu gorduras, assim como uma redução maior da massa gorda. Comparados os grupos, o de restrição de carboidratos teve também uma maior diminuição dos níveis de alguns fatores que servem como prognóstico de risco cardíaco (proteína C reativa, proporção de HDL em relação ao colesterol total e os triglicerídios) em relação ao grupo de restrição de gorduras.

O estudo conclui que a restrição de carboidrato pode ser uma opção mais eficiente para as pessoas que queiram diminuir de peso e proteger seu coração.

Cabe salientar que é importante ter cuidado na possível aplicação desta conclusão! Certamente, simplesmente reduzir carboidratos, de forma generalizada, não é a solução definitiva. Basta recordar as últimas décadas, quando resultados de pesquisas elevaram a gordura à condição de “grande vilã” da saúde e maior inimigo do coração. A redução radical de ingestão de gorduras produziu um grande aumento na ingestão de carboidratos, provocando um crescimento assustador nos índices de obesidade, diabete tipo 2 e síndrome metabólica.

Os próprios autores da pesquisa comentam que a redução sumária de um macronutriente (como carboidratos) da dieta pode, além de não ser eficaz, produzir efeitos indesejados. Uma opção sensata é manter um equilíbrio entre os macronutrientes: os carboidratos a serem restringidos são os de alimentos processados e de bebidas adoçadas e aqueles presentes em vegetais, cereais e frutas, ricos em fibras, devem ser mantidos. A história científica dos últimos anos tem demonstrado que culpar um macronutriente exclusivo e retirá-lo da dieta tem produzido mais problemas do que soluções.

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