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Maggi desacredita delação e diz que cabe a Alan Malouf o ônus da prova


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Citado em delações do Grupo Odebrecht, cujo inquérito foi posteriormente arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) desacreditou o instituto da delação premiada, ao ser questionado sobre as acusações feitas pelo empresário Alan Malouf, que envolvem o atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB). Maggi considerou as declarações de Malouf “doloridas”, mas considerou que cabe ao empresário o ônus da prova.

“Eu também já fui citado, já fui vitima, já fui inocentando, tenho coisas para responder. Eu acho tudo muito preocupante, porque na medida em que o tempo passa, as coisas vão sendo colocadas de forma diferente. Às vezes, você faz reuniões com um intuito e depois elas servem para te acusar, depende do ponto de vista de cada um”, criticou Blairo Maggi.

A delação de Alan Malouf foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 19 de abril deste ano. O sigilo do documento foi retirado na semana passada e revelou uma trama classificada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, como um “esquema complexo de arrecadação de verbas para campanhas eleitorais”. Segundo o delator, Pedro Taques teria ciência das irregularidades e seria o principal beneficário.

“O fato é que tem uma delação e àqueles que foram colocados nela deverão fazer suas defesas. Mas, mais importante, ao acusador cabe o ônus da prova. Vai haver inquérito, investigação e no final, como aconteceu no meu caso, pode não haver elementos de provas. É duro, é dolorido, mas é o que temos”, concluiu o ministro da Agricultura.

Caso Odebrecht

Um dos delatores da Construtora Norberto Odebrecht, João Antonio Pacífico Ferreira havia relatado que Blairo Maggi recebeu “uma contribuição” de R$ 12 milhões para sua campanha ao governo de Mato Grosso em 2006, valor supostamente relativo à propina por pagamento de repasses da União ao governo estadual.

O diretor da construtora disse que o esquema também “beneficiou políticos de Mato Grosso do Sul” – citou o ex-governador Zeca do PT, que teria recebido R$ 400 mil, o ex-senador petista e candidato derrotado ao governo naquele ano, Delcídio do Amaral, R$ 2 milhões, e o candidato vitorioso, André Puccinelli (PMDB), R$ 2,3 milhões.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto afirmou que, “após a realização de diversas diligências investigativas, não se obteve êxito na produção de lastro probatório apto à deflagração de ação penal efetiva e com perspectiva de responsabilização criminal dos investigados”. À pedido da PGR, o ministro Edson Fachin, do STF, arquivou o inquérito.

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