Mato Grosso
Delegado preso pelo Gaeco acusado de tortura acumula polêmicas em carreira
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Alvo da ‘Operação Cruciato’, o delegado Edison Pick, responsável pela cidade de Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá), acumula diversas confusões e denúncias em sua carreira. Ele foi preso pelo Gaeco na manhã desta terça-feira (16) por crimes de tortura. O policial foi o mesmo que investigou a chacina ocorrida na cidade, que terminou com nove pessoas mortas.
A operação, denominada “Cruciato”, investiga a prática de crimes de tortura cometidos na comarca de Colniza. Além do delegado, outros dois investigadores da Polícia Civil também são alvos.
Em agosto deste ano, um médico legista acabou preso pela Polícia Judiciaria Civil de Colniza (a 1.006 quilômetros de Cuiabá), depois de se negar a fazer um exame de necropsia em uma vítima de acidente de trânsito, que morreu após cair em um rio às margens da Rodovia BR-175, a 145 quilômetros do Distrito de Guariba. O motivo da recusa, seria a falta de insumos e local inadequado.
O delegado Edison Pick foi quem o nomeou como perito “ad hoc”, ou seja, para um fim específico, o médico plantonista do dia, que se negou a atender o óbito, pois estaria sem insumos e local adequado. Com a recusa, o profissional de saúde foi conduzido à Delegacia, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por prevaricação.
Em setembro de 2017, a Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação contra o mesmo delegado, acusado em denúncia de usar a viatura da delegacia para fins particulares, como ir à igreja, supermercado e lojas, além de transportar no veículo a esposa, que não é policial e nem servidora do Estado.
Na denúncia, também foi juntado um vídeo que mostra supostamente o delegado de polícia adentrando no veículo, possivelmente ao fim do mesmo evento.
Entre os principais casos investigados pelo delegado estão a morte do prefeito de Colniza, Esvandir Antonio Mendes, de 61 anos, e a chacina ocorrida na Linha 15, na localidade de Taquaruçu do Norte, no município, que terminou com a morte de nove pessoas.
O Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo/MT) informou que irá se posicionar ainda hoje, depois que tiver acesso aos autos.