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Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 1 do trimestre sobre “As Parábolas de Jesus”.

Lição 02.

Acostumamo-nos com o título “a parábola do semeador”, mas bem que o título desta parábola poderia ser mais adequado assim: “a parábola dos terrenos”, já que o foco está não no semeador propriamente, mas nos terrenos onde as sementes são lançadas e na forma como cada terreno é capaz de propiciar a germinação e o bom crescimento da semente. Como pontua Kunz, citando Erdman, “às vezes é chamada de parábola dos terrenos, porque ilustra os diversos estados de coração que se encontram entre os homens a quem chega a mensagem do evangelho”. [1]

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Não nos esqueçamos do que aprendemos na primeira Lição: toda parábola demanda reflexão de quem ouve e uma tomada de atitude. Ao final da parábola do semeador, os ouvintes de Jesus (“uma multidão tão grande”, Mt 13.2; Mc 4.1; Lc 8.4) deveriam se perguntar: que tipo de terreno sou eu? E de que modo estou respondendo às sementes que estão sendo lançadas sobre mim? Aliás, estão são perguntas que nós também devemos fazer.

  • Ambiente geográfico e cultural

Segundo registro feito por Mateus, esta parábola e as seguintes (cap. 13) foram proferidas junto ao mar de Genesaré ou da Galileia, perto de Cafarnaum, tendo diante de si a planície de Genesaré. A parábola do semeador foi proferida à margem da praia, com a multidão de pé e Jesus sentado no barco (certamente nossos pedagogos hoje sugeririam o contrário: o mestre de pé e os alunos sentados).

Falar a partir do barco, serviria ao propósito de se fazer ouvir por um maior número de pessoas possível, quando a voz seria naturalmente ampliada pelo vento suavemente soprado na direção dos ouvintes. Keener explica: “um locutor falando para uma multidão reunida na margem [da praia] produziria uma condição acústica ideal” [2]. Ao utilizar estes recursos naturais para falar às multidões, Jesus demonstrava ser um mestre por excelência!

  • Contexto

Os capítulos anteriores aos que descrevem a parábola do semeador, demonstram uma grande rejeição sofrida por Jesus entre o seu povo e as lideranças religiosas de Israel (Mt 11.19, 20-24; 12.14, 24-42). Até mesmo sua família, não compreendendo perfeitamente a identidade e a missão de Jesus, demonstrou resistência ao seu ministério (Mt 12.46-48). Marcos registra a indisposição dos parentes de Jesus: “seus familiares ouviram falar disso, saíram para trazê-lo à força, pois diziam: ‘Ele está fora de si’” (Mc 3.21; conf. Jo 7.5: “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele”).

Entretanto, apesar da rejeição a Jesus ter atingido até mesmo parentes seus, muitos creram nele genuinamente (“…ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”, Mt 11.25). Abraçaram de bom grado a mensagem, ouviam, criam e o seguiam, inclusive seus discípulos por ele escolhidos para o apostolado (Mt 10.1.4), além dos setenta por ele enviados posteriormente (Lc 10.1). Desse modo, France contextualiza a parábola do semeador no ambiente em que “os discípulos de Jesus devem ter achado difícil entender como sua proclamação do Reino de Deus, à qual eles haviam reagido de forma tão entusiástica, não fora acolhida da mesma forma por todos que a ouviram”. [3]

A parábola do semeador é contada por Jesus serviria a dois propósitos: primeiro, o de chamar seus ouvintes à reflexão sobre que tipo de terreno cada um deles eram e como estavam respondendo aos apelos de Cristo; segundo, reafirmar a confiança e a esperança no coração dos discípulos quanto aos resultados positivos tanto de Sua própria missão (a missão de Cristo) quanto da missão individual de cada um deles, enquanto semeadores do evangelho no mundo (Mc 16.15). Embora algumas sementes se percam (rejeição ao Evangelho) e outras germinem e morram não muito depois (falta de perseverança na fé abraçada), haverá também aquelas sementes que caindo em boa terra germinarão, crescerão e darão fruto!

  • O semeador, a semente e o solo

Esta parábola é ainda chamada de “a parábola das parábolas” porque nela Jesus explica o porquê do uso frequente de parábolas em seu ministério (Mt 13.10-15; Mc 4.). É uma parábola que nos dispensa de aventurar-nos em explicações espetaculares, já que o próprio Cristo delimitou os sentidos da parábola. O exegeta batista Archibald Robertson relembra que cada parábola de Jesus ilustra um ponto principal e os detalhes são incidentais. E adverte: “Se os detalhem tiverem significado, Jesus os explica. Muita heresia tem surgido de esforços fantásticos de ler excessivamente [forçar sentidos] as parábolas”. [4]

Então leiamos a explicação dada pelo próprio Cristo:

  1. O semeador – a identidade do semeador não está explícita na explicação de Jesus. Todavia, com muita razoabilidade podemos defini-la: é todo aquele que “semeia a palavra” (Mc 4.13). O apóstolo Paulo via-se na figura de um semeador: “eu plantei” (1Co 3.6), referindo-se ao trabalho missionário em Corinto. Jesus é o Pioneiro desta semeadura evangelística, e nós somos semeadores junto com ele. Ele foi o grande pregador e mestre de Israel, que ensinava com autoridade (Mt 7.29), cujas palavras eram tão maravilhosas que se podia dizer: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). Jesus espera que nós, seus discípulos, olhemos para seu trabalho na semeadura, compreendamos a frustração de alguns terrenos que não recepcionam bem a semente, mas que também confiemos que, perseverando em nosso trabalho, alcançaremos bons resultados ao final.
  2. A semente – esta sim está claramente identificada nas palavras de Jesus: “a semente é a palavra de Deus” (Lc 8.11). Pode ser a própria palavra de Deus escrita (Bíblia), podem ser porções desta palavra escrita (literaturas evangelísticas), pode ser esta palavra pregada ou apresentada aos homens em forma de canções ou outros meios. O que importa é que seja a palavra de Deus, não importando tanto a forma como ela é apresentada. Não importa se pregada (gr. kerigma) ou se ensinada sistematicamente (gr. didaskalia).

Aqui, discordo do escritor Orlando Boyer, de quem há um curto subsídio bibliológico na revista de professor (CPAD, p. 16). Boyer diz que o semeador que semeia a Palavra, “não passa o tempo explicando-a, interpretando-a ou discutindo-a”[5]. Como disseminar a semente da palavra de Deus sem explicá-la ou interpretá-la? Somente se reduzirmos o labor do semeador cristão à distribuição de porções da Bíblia, sem nenhuma interpretação ou explicação. Todavia, não creio que semear a Palavra seja apenas e tão somente recitar porções da palavra (ainda que isso também seja semear, mas não apenas isso).

A pregação ou proclamação do evangelho não é mera recitação de versículos da Bíblia, antes demanda interpretação e explicação. Quem poderá dizer que o evangelista Felipe não semeou a Palavra no coração do eunuco, quando este lhe pediu explicações do texto do profeta Isaías, o que estava a ler em sua carruagem (At 8.27-34)? Aliás, atente para algo curioso neste texto da conversão do eunuco: a maior parte da conversa entre o eunuco da rainha de Candace e Felipe se deu em meio à perguntas que exigiam explicações e interpretações. Primeira fala do eunuco: “Como poderei entender [o texto de Isaías], se alguém não me explicar?”; segunda fala: “Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?” (At 8.34); terceira fala: “Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?” (At 8.36); até aqui tivemos perguntas, às quais Felipe pacientemente e prontamente foi respondendo. A quarta e última fala do eunuco neste encontro com Felipe: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (At 8.37). Aqui, finalmente, ele faz sua declaração de fé, não mais interrogando, mas afirmando crer em Jesus como Filho de Deus, após haver recebido respostas para suas indagações e compreendido corretamente as Escrituras, bem como entendido a pessoa e a obra de Jesus Cristo.

Como Felipe, sejamos bons semeadores, não perdendo a oportunidade de “responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15). Afinal, “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16,17),

  1. Os tipos de solos – o ponto central da parábola reside nesta questão, os diferentes tipos de solos onde as sementes são lançadas. De antemão, porém, deve-se dizer que ao deixar cair sementes à beira do caminho, sobre pedregais (ou pedregulhos) e ainda entre espinhos o semeador não está realizando um trabalho desleixadamente, por semear onde, evidentemente, não havia condição favorável para o crescimento da semente. Basta que imaginemos que numa grande lavoura o terreno para o plantio é entrecortado por caminhos por onde os andam transeuntes (por vezes os próprios donos do terreno ou trabalhadores) e onde sementes costumam cair, e que estes mesmos terrenos nem sempre são uniformes, encontrando-se aqui e ali um espinheiro ou pedras por baixo de uma fina camada de areia, onde a planta não conseguirá desenvolver-se por falta de aprofundamento das raízes e calor do sol.

Considerando que as parábolas de Jesus sempre têm um pano de fundo cultural, Kunz destaca que na região da Galileia “havia numerosos lajeados de calcário, que muitas vezes eram cobertos por uma camada fina de solo arável”, e ainda que “os espinhos, da terceira parte de sementes, representam ervas daninhas espinhosas em geral. Algumas dessas ervas possuem raízes de até 30 centímetros de profundidade, difíceis de serem arrancadas. Normalmente o agricultor só as queimava por cima no outono, de forma que, em pouco tempo, brotavam novamente, com vantagem diante da semeadura de cereal” [6]. Portanto, não é à toa nem absurdo que Jesus fale destes diferentes tipos de solo sobre os quais o semeador lança as suas sementes.

Avaliemos os quatro solos da parábola de Jesus:

a) BEIRA DO CAMINHO (Mc 4.4)

A semente é boa, ela sempre é boa, pois é a palavra de Deus. Todavia, à beira do caminho a semente teria dificuldades para germinar no solo batido, pisado pelos transeuntes e aradores. Mas antes mesmo que alguém pisasse essas sementes, aves do céu vieram e a comeram. Jesus explica o sentido aqui: “os que estão no caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo eles a ouvido, vem logo satanás e tira a palavra que foi semeada no coração deles”. (v. 15)

À beira do caminho é o lugar mais próximo do terreno para o plantio. Noutras palavras, as aves – aqui, o diabo – estão muito próximos da lavoura do Senhor para remover as sementes dos corações. O apóstolo Pedro dizia que o diabo “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8). Como o diabo não é onipresente, as “aves do céu” são todos os “poderes e autoridades, dominadores deste mundo de trevas, forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12). Com muitas artimanhas nosso adversário quer remover de nós a semente da palavra de Deus: incitando-nos ao pecado ou à incredulidade quanto ao que Deus falou ao nosso coração.

b) PEDREGAIS (Mc 4.5)

Não é que o semeador jogou sementes sobre pedras (o que seria um serviço descuidado), mas que a terra onde semeou era uma fina camada sobre pedregais. Perceba que o texto diz “não havia muita terra”. À vista do semeador, havia terra; oculta sob a terra, porém, havia muitas pedras, impossibilitando o aprofundamento das raízes. Jesus explica: “ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem; mas não têm raiz em si mesmos; antes, são temporãos; depois, sobrevindo tribulação e perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam” (Mc 4.16,17).

A semente, que é a palavra de Deus, é viva e eficaz (Hb 4.12), entretanto, ela exige uma resposta livre dos corações onde ela é semeada e requer perseverança daqueles que a recebem. Ela não opera irresistivelmente nem ignorando a vontade do ouvinte. Há corações que estão petrificados pela incredulidade, pelo orgulho ou pela falsa religiosidade e logo sucumbem da fé, devido as aflições da vida. O autor da carta aos Hebreus exorta: “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas” (Hb 2.1).

c) ESPINHOS (Mc 4.7)

Os espinhos, como as pedras, não estavam tão à vista do semeador. Veja o que diz o texto bíblico: “outra [parte de sementes] caiu entre espinhos, e, crescendo os espinhos, a sufocaram, e não deram fruto”. Perceba que foram os espinhos que cresceram, mas a semente não. Como já dissemos, eram espinhos cujas raízes permaneciam debaixo da terra e logo voltariam a crescer. Jesus explica: “ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera” (vv. 18,19).

A ansiedade com as coisas desta vida (o que comer, beber ou vestir) é um espinheiro que pode sufocar o crescimento da semente de Deus em nós. Por isso, Jesus adverte: “não andeis ansiosos quanto à vossa vida…”, e exorta-nos a confiar nos cuidados paternos de nosso Deus (Mt 6.25-34; Conf. Fp 4.6). A ambição pelas riquezas deste mundo também são um espinheiro que cedo ou tarde sufocará a palavra de Deus em nós, por isso somos exortados a preferir a piedade com contentamento (1Tm 6.6-10; Conf. 1Jo 2.15-17).

d) BOA TERRA (Mc 4.8)

Como é de se esperar em toda semeadura, uma parte da semente (a maior parte, certamente) caiu em boa terra e deu fruto, que “vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro, sessenta, e outro, cem”. Qualquer perda que o semeador tenha tido com as sementes que caíram à beira do caminho, sobre pedregais ou entre espinhos, está agora compensada nas sementes que caíram em boa terra e deram muito fruto. Falando profeticamente sobre os resultados da obra de Cristo, Isaías disse: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is 53.11).

Jesus explica que “os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem e dão fruto, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um” (v. 20). Keener explica o que significa essa última expressão: “trinta, sessenta e cem grãos produzidos para cada grão plantado são colheitas muito abundantes para o solo galileu” [7]. Há aqui a previsão de uma grande colheita no reino de Deus, apesar de que nem sempre teremos os mesmos resultados na atividade evangelística: alguns não crerão, outros crerão temporariamente.

Quando olhamos para os grandes avivamentos em toda história e os números exorbitantes das conversões que se testemunham terem ocorrido, ficamos por demais felizes com as sementes que germinaram e frutificaram, embora tenhamos consciência de que nem todos aqueles 500 mil conversos durante as pregações de Finney, ou de Spurgeon, ou de Moody perseveraram até o fim ou foram genuínas conversões que redundaram em frutos no reino. Billy Graham ao longo de seus 99 anos pregou o Evangelho para mais de 200 milhões de pessoas, mas nem todas se converteram a Jesus Cristo. De alguns, o diabo roubou-lhes a semente; de outros, a superficialidade da fé logo foi manifesta; de outros ainda, as ambições pelas coisas desta vida secular sufocaram os anseios espirituais; noutros muitos, porém, a palavra encontrou boa terra, e hoje são crentes fiéis e produtivos no reino.

O pregador inglês John Wesley morreu, mas deixou como legado cerca de outros mil pregadores itinerantes em toda Inglaterra no final do século 18; Moody (séc. 19) morreu, mas deixou vasto legado de um trabalho leigo frente à pregação pública ou à escola dominical de que ele participara desde sua juventude; David Wilkerson (sécs. 20/1) morreu, mas hoje aquele moço que ele levou à Jesus, Nick Cruz, ex-chefe de gangue nova-iorquina, prossegue testemunhando do evangelho e levando milhares ao redor do mundo ao Salvador Jesus; Antônio Gilberto (sécs. 20/1), mestre assembleiano, faleceu, mas deixou suas muitas sementes no trabalho de educação cristã na igreja brasileira, e suas sementes lançadas ao longo de quase um século de vida, hoje produzem centuplicadamente! Estes receberam “cem vezes mais nesta vida e no porvir a vida eterna” (Mt 19.29). Não somos nós fruto do trabalho de todos eles e de muitos outros?

Conclusão

Ao final da parábola, Jesus disse à multidão que estava a beira-mar: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mt 13.9). Parece redundante, mas o que Jesus está dizendo é: não ouçam apenas por ouvir, mas ouçam para agir! Noutras palavras, não sejam indiferentes ao Evangelho, nem recebam as sementes da salvação em vão (2Co 6.1). Respondam aos apelos de Deus e produzam fruto! Que nós também hoje atentemos para as palavras de Deus, e sejamos produtivos no seu reino.

Aos ouvintes da parábola do semeador, Jesus está dizendo que os que receberem a palavra de bom grado em seus corações, produzirão muito fruto; aos discípulos, Jesus está explicando o porquê de nem todos receberem alegremente a palavra em seus corações ou nela perseverarem. Cada um é um terreno diferente! E quem dera fôssemos todos “boa terra”, e que buscássemos sempre a excelência, não contentando-nos em produzir 30 ou 60 grãos para cada semente, mas que produzíssemos 100 por um! Amém.

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Referências

[1] Claiton Kunz. As parábolas de Jesus e seu ensino sobre o reino de Deus, AD Santos, p. 64
[2] Craig Keener. Comentário Histórico-cultural da Bíblia – Novo Testamento, Vida Nova, p. 84
[3] R.T. France. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, p. 1384
[4] A.T. Robertson. Comentário Mateus e Marcos à luz do Novo Testamento grego, CPAD, p. 149
[5] Orlando Boyer. Espada cortante 1, CPAD, p. 491
[6] Claiton Kunz. op. cit., p. 62
[7] Craig Keener. op. cit., p. 85

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