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Em carta, índios negam ter recebido Exército a flechadas durante eleição em aldeia de MT e Funai alega mal-interpretação


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Indígenas da etnia Myky fizeram uma carta para contestar a informação divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) no último domingo (7), de que eles tinham recebido os soldados do Exército Brasileiro a flechadas, noo primeiro turno das eleições. Essa foi a primeira vez que uma urna foi levada até a Aldeia Japuíra, que fica na Terra Indígena Menkü, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá.

No documento, que foi divulgado pela ONG Opan (Operação Amazônia Ativa), na quinta-feira (11), os índios dizem que o processo eleitoral foi tranquilo e que, no dia da votação, um morador da aldeia se aproximou do grupo de soldados do Exército Brasileiro que se encontravam perto do posto de saúde para explicar sobre o arco e a flecha e eles perguntaram se tinham veneno nas flechas e ele respondeu que não.

“Logo após chegou outro integrante da comunidade e explicou mais um pouco sobre como usam o arco e flecha. O senhor seguiu para a escola, que fica ao lado do posto de saúde, onde a pedido do motorista ele fez uma demonstração de como se usa o arco e flecha mirando para longe, do lado do bananal. Também é comum que ao chegar brancos na aldeia, os mais velhos se interessam em mostrar a flecha tradicional do seu povo aos visitantes”, diz trecho da nota.

Posicionamento da Funai

A Fundação Nacional do Índio (Funai) também emitiu uma nota na quinta-feira para negar a existência de conflito durante a eleição na aldeia. Conforme a Funai, equipes do TRE-MT e do Exército chegaram no dia anterior e compartilharam refeições com os indígenas e dormiram na aldeia.

Para a Funai, os anfitriões foram mal-interpretados pelos visitantes. “A Funai considera que o processo eleitoral junto ao povo Myky foi bem sucedido, sendo acolhido por todos os eleitores. Considera, ainda, com os subsídios dos indígenas e de servidores da Funai, que não houve flechada, mas, uma falha na comunicação entre os visitantes e os anciãos, orgulhosos para exibir seus costumes”, cita.

Conforme a Funai, nos primeiros minutos, os anfitriões foram interpretados como hostis pelos visitantes quando quiseram mostrar um pouco da forma como vivem na aldeia.

No dia da eleição, segundo a Funai, alguns indígenas anciãos compareceram trajando vestes e adereços tradicionais, o que incluía cocares, maracás, arcos, flechas e demais ornamentos por considerarem a visita como ilustre.

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