Featured
Sangramento na gravidez: aborto, fecundação +12 causas e o que fazer
Compartilhe:
Sangramento na gravidez é motivo de preocupação para muitas mulheres, já que pode se tratar de doenças e problemas com o feto. Apesar de alarmante, o problema também pode ter causas pouco significativas como sua origem, porém isso não descarta a necessidade de auxílio médico. Entenda:
Causas de sangramento na gravidez
De acordo com a ginecologista Valéria Branda, do Hospital Universitário de São Bernardo (HMU), sangrar durante a gravidez é mais comum do que se pensa e nem sempre indica um aborto. “Nesse momento, o corpo da mulher está se adaptando a um novo estilo de vida com a vinda do bebê, mas isso não descarta a orientação médica”, ressalta.
A origem do sangramento na gravidez possui variáveis que se diferem em relação ao tempo de gestação da mulher e aos sintomas apresentados. Listamos algumas abaixo e como podem influenciar para que isso aconteça:
Sexo
O sangramento pode acontecer durante ou logo depois da relação sexual na gravidez independentemente do mês de gestação, como aponta Valéria.
A explicação é que, este período, a circulação de sangue no útero é mais intensa, o que promove o amolecimento do colo uterino. Com isso, na penetração o contato do pênis com vasos sanguíneos mais vulneráveis pode provocar sangramento.
Além disso, lesões, sejam causadas por doença sexualmente transmissível (DST) ou traumas, também podem provocar sangramento devido ao atrito com o pênis durante o intercurso íntimo.
Nidação
Cerca de seis a dez dias após a fecundação ou a fertilização in vitro, a mulher pode apresentar algum sangramento porque o embrião está se fixando no tecido que reveste a parede interna do útero, ocasionando o rompimento de algumas veias.
Esse sangramento no início da gravidez é conhecido como nidação.
Sua duração pode ser de um a três dias com sangue de coloração mais escura, o que cria a impressão de menstruação na gravidez.
Exames
Exames íntimos, como o de toque e o ultrassom, podem provocar sangramento pelo contato com as vias de circulação próximas à vagina e ao colo do útero.
“Na gravidez, o corpo da mulher está pulsando hormônios e isso afeta como o sangue se comporta nas vias de circulação. O contato de alguma dessas veias com qualquer material é muito mais intenso, então o sangramento pode acabar acontecendo”, afirma Valéria.
Descolamento ovular
Conhecido também como hematoma subcoriônico ou retrocoriônico, o descolamento ovular acontece devido ao excesso de sangue acumulado entre o útero e o saco gestacional.
O hematoma causa, além do sangramento, dores abdominais e cólicas e requer tratamento imediato para evitar que cresça e provoque complicações, como o aborto espontâneo.
“Além do tratamento prescrito pelo médico responsável, a gestante deve ficar em repouso e evitar esforços no dia a dia”, orienta Valéria. O desaparecimento do hematoma acontece gradualmente após sua absorção pelo organismo.
Medicamentos
O uso de remédios anticoagulantes durante a gestação para tratar outras complicações, como a trombose, pode promover sangramento por interferir na capacidade do corpo em manter o sangue dentro do vaso sanguíneo.
“Caso a gestante esteja habituada a tomar anticoagulantes, é preciso informar ao médico responsável para uma avaliação exata do caso. Caso seja preciso ingeri-los, o acompanhamento deve ser frequente para evitar que seu efeito prejudique a gravidez”, ressalta a ginecologista.
Infecções íntimas
A presença de sangramento na gravidez de coloração marrom pode ser um indicador de que alguma infecção, como a vaginose bacteriana, esteja presente.
Assim que perceber a incidência, a grávida deve procurar um médico para tratar a doença e prevenir que ela infecte outros órgãos e prejudique a gestação. Além disso, a presença de infecções pode aumentar as chances de contágio por DSTs.
O uso de antibióticos é indicado nesses casos, desde que sejam prescritos pelo ginecologista responsável.
Miomas
Alterações hormonais podem aumentar o tamanho de miomas — tumores benignos no útero — e consequentemente causar sangramento.
A presença de miomas durante a gravidez não necessariamente apresenta riscos, mas é preciso procurar um médico para impedir complicações, como o descolamento da placenta e a limitação de espaço de crescimento do bebê.
Aborto espontâneo
Nem todo sangramento nesta fase é sinal de um aborto espontâneo, mas existem casos que indicam a perda do bebê, especialmente se a hemorragia for intensa e surgirem sintomas como cólicas, dor lombar e ausência dos sintomas de gravidez.
“Para evitar aborto espontâneo, o ideal é manter acompanhamento médico constante desde as primeiras semanas de gestação”, ressalta Valéria.
Ruptura uterina
A ruptura uterina é diagnosticada quando as paredes do útero se rompem parcialmente ou totalmente durante a gravidez. Acontece devido ao aumento da pressão dentro do órgão em consequência ao crescimento do feto ou às contrações no momento do parto.
Dores intensas na região abdominal acompanham o sangramento quando há a incidência dessa patologia. Como apresenta risco de vida para a gestante e o feto, em alguns casos é preciso fazer cesariana de emergência e, até mesmo, transfusão de sangue.
Gravidez ectópica
Em alguns casos, o embrião não se fixa no útero, mas acaba se desenvolvendo nas trompas, o que caracteriza gravidez ectópica e evolui com aborto espontâneo.
“Como as trompas são estreitas, chega uma hora que começam a romper com o crescimento fetal. O processo é gradual e gera sangramentos internos na mulher, correndo o risco de hemorragia e risco e vida”, conta Valéria.
Gravidez molar
A gravidez molar é oriunda do crescimento de um tecido anormal dentro do útero ao invés do embrião. Na maioria das vezes, sua incidência é benigna, embora possa se tornar cancerígena se não tratada.
Além do sangramento, náuseas e cólicas uterinas são alguns dos sintomas deste diagnóstico. Já o tratamento é feito por meio de uma sucção do tecido.
Placenta prévia
O diagnóstico dessa patologia é feito a partir de exames que confirmem que a placenta, em vez de subir próxima ao topo do útero, fica próxima ao orifício interno do colo uterino. Seu acometimento pode causar sangramento na gravidez e, se não tratada, hemorragia.
Descolamento da placenta
Em algumas gestantes, a placenta pode acabar se desgrudando da parede do útero. Como resultado, há sangramento, dores intensas e a região do útero fica enrijecida.
“Neste quadro, a principal indicação é o repouso. Só assim o organismo pode se recuperar e evitar complicações para o bebê e a mãe”, conta a especialista.
Trabalho de parto
Durante o trabalho de parto, a mãe pode observar sangramento vaginal decorrente da dilatação do colo uterino. Pode ocorrer ainda perda de secreção referente ao tampão mucoso, que é branca e espessa.
Quando ambos, acompanhados da diminuição de atividade do feto, acontecem, é provável que o bebê esteja nascendo.
Sintomas associados
Na maioria dos casos, o sangramento na gestação vem acompanhado de dores fortes na região do útero e cólicas. Como são sintomas que podem indicar doenças e complicações improntantes, é imprescindível buscar auxílio médico o quanto antes.
O que fazer em caso de sangramento na gravidez?
Assim que perceber qualquer sangramento, é imprescindível que a paciente procure um pronto-socorro e informe o obstetra que a acompanha o mais rápido possível.
“Isso serve tanto para o tratamento, prevenindo males piores, como para descartar que seja algo mais grave”, diz Valéria.
Já as abordagens para tratar sangramento na gravidez podem incluir medicamentos, procedimentos cirúrgicos e repouso.