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Juiz marca novo depoimento de cabo da PM que confessou grampos e nega suspensão de ação no período eleitoral


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A Justiça Militar de Mato Grosso agendou para a próxima segunda-feira (27) o reinterrogatório do cabo da Polícia Militar Gerson Ferreira Corrêa Júnior sobre escutas telefônicas clandestinas. Gerson foi ouvido no dia 27 de julho e confessou participação no esquema. Depois disso, entretanto, a defesa dele solicitou que ele fosse reinterrogado.

O pedido foi analisado e aceito pelo juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, que investiga crimes militares. O novo depoimento está marcado para começar às 13h30.

No requerimento, a defesa de Gerson alegou que “devido à fadiga que tomou conta do acusado em face do longo tempo pelo qual foi perquirido”, ainda ficaram pontos que necessitam ser esclarecidos.

Segundo a defesa, ao todo, ele passou mais de 15 horas no Fórum. Na ocasião, Gerson afirmou que as interceptações foram financiadas pelo ex secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, primo do governador, Pedro Taques (PSDB).

Essa tática teria sido usada para espionar médicos, advogados, políticos de oposição ao atual governo e jornalistas durante os anos de 2014 e 2015.

A defesa do advogado Paulo Taques nega as acusações e informa que se pronunciará nos autos.

No mesmo despacho, o juiz negou outro pedido da defesa para que a ação penal fosse suspensa durante o período eleitoral para que a evolução processual não interferisse no pleito eleitoral.

“Indefiro o pedido de suspensão da ação penal, por falta de amparo legal. Acolher tal pleito seria o mesmo que admitir a possibilidade de se suspender todas as ações penais que porventura tenham reflexos em candidato ao pleito eleitoral, o que é inconcebível”, diz trecho da decisão.

Telefones foram interceptados com autorização judicial (Foto: Reprodução/TVCA)

Telefones foram interceptados com autorização judicial (Foto: Reprodução/TVCA)

Grampos clandestinos

Os telefones foram interceptados com autorização judicial. Os documentos pedindo à Justiça autorização para isso foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior, numa suposta investigação de crimes cometidos por PMs.

No entanto, foram juntados os telefones de quem não era suspeito de crime algum, numa manobra chamada “barriga de aluguel”.

O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque. Em depoimento encaminhado à Procuradoria-Geral da República, oele afirmou que, naquele ano, ouviu o coronel Zaqueu Barbosa, comandante da PM à época, dizer que as interceptações telefônicas eram feitas por determinação de Pedro Taques (PSDB).

Zaque alega ainda que levou o assunto ao governador, que ficou constrangido, mas não fez nenhum comentário.

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