Religião
O nome do departamento de crianças e sua importância
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“Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam…”
Trabalhar para que as crianças conheçam e recebam o evangelho é uma das tarefas mais importantes da igreja, pois elas são o futuro, a próxima geração, os herdeiros de todos os esforços cultivados ao longo dos anos.
Identificar de que maneira esse trabalho será feito pode trazer agilidade, eficiência e foco mais apurado neste propósito. Mas de que maneira o nome do setor pode influenciar no trabalho realizado? Falaremos a respeito disso e a forma pela qual alguns trabalhos têm sido desenvolvidos.
É inevitável ponderar a respeito da realidade de muitas igrejas, onde o setor das crianças é um dos mais negligenciados e não recebe tanta atenção assim. Podemos comparar com setores como o dos jovens ou de homens ou mulheres, por exemplo, onde a visibilidade permite ter mais investimentos e olhos voltados para si, onde os eventos ganham proporções e repercussão ainda maior.
Há quem diga que a questão envolvida nesses casos está diretamente ligada a níveis de importância ou ligada aos fins. Para isso, podemos citar os nomes dados a alguns departamentos: Rede Jovem Impacto; Jovens Radicais; Jovens Free; Revolução Jovem; Homens de Honra; Homens de Valor; Homens Com Propósitos; Mulheres Excepcionais; Mulheres de Honra; Mulheres Virtuosas, etc. Todo nome indica um propósito e como podemos ver nos casos citados, é explícito o objetivo por trás de nomes de impacto e bem chamativos.
Quero deixar claro não ter absolutamente nada contra. Acho muito legal usar esses elementos para atrair o máximo de pessoas para ouvir o evangelho. A escolha de nomes de destaque tem sido um contraponto ao sedutor mercado de atrações oferecidos fora das igrejas , no entanto, ao comparar com os títulos dados às várias Redes de Crianças existentes, a ideia inicial é de que o trabalho sempre se resume apenas a “cuidar” das crianças, entreter enquanto o pastor prega ou simplesmente, realizar um evento festivo onde as crianças apenas participam com brincadeiras e dança.
Em situações como as descritas, o discipulado com os pequeninos seria quase nulo, já que o rumo tomado é o da celebração. Celebrar é importantíssimo, mas, sem um objetivo pré-definido a atuação se torna vaga e sem rumos. O senhor Jesus disse em Matheus 19:14a “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam…” (Bíblia NVI).
Levá-los aos Cultos, Redes, Células, Grupos Familiares ou qualquer outro meio de ouvir a palavra deve ser aproveitado ao máximo, até porque o próprio Senhor não desperdiçava uma única oportunidade de ensinar e causar uma impressão profunda na vida dos ouvintes. Era tamanho o impacto a ponto de gerar mudanças na vida das pessoas.
É interessante que, ao ouvir palavras do tipo:” Deixem vir” e “não os impeçam”, somos remetidos à ideia de apenas facilitar o caminho para que se aproximem do Senhor. Deixar ir e não impedir de se aproximarem de Cristo a fim ouvirem os Seus ensinamentos, para terem também uma experiência profunda e marcante deve ser sempre o foco principal do Ministério Infantil.
Certos nomes usados para o Departamento Infantil podem passar principalmente aos pais, mesmo de forma inconsciente, a ideia de infantilidade no trabalho, descredibilizando assim, toda boa ideia. O caminho possível para reverter este quadro seria realmente um propósito bem definido e explícito, onde toda comunidade cristã envolvida sinta que, de fato, há um trabalho sério sendo realizado e pessoas comprometidas em levar o evangelho prático às crianças.
Wellington Serafim
Líder do Ministério Infantil Santidade Kids, no Ministério Internacional da Santidade em Duque de Caxias, Rio de Janeiro; Professor na rede Estadual de educação; Atuou como Coordenador Pedagógico também na rede Estadual.