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Quase um a cada cinco quadros de infecção em escolas pelo Brasil são casos de conjuntivite, aponta estudo


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Doença teve prevalência de 18,1% dos casos analisados no relatório Saúde Escolar pelo Brasil, produzido pela Coala Saúde

Tudo começa com os olhos ficando vermelhos e irritados, seguidos do hábito comum das crianças de coçar os olhos com as mãos. Desta forma, agrava-se um quadro de conjuntivite, que pode ser viral, bacteriana ou até mesmo alérgica. Embora este último não seja infeccioso, por segurança e alto risco de contágio, são necessários alguns dias de recolhimento fora das aulas para não colocar ninguém em risco. No entanto, em se tratando de crianças em idade escolar, não é necessariamente o que acontece, afinal, essa é a doença mais comum nas escolas brasileiras, com prevalência de 18,1% dos casos clínicos e tempo médio de afastamento de 2,4 dias.

Os dados fazem parte do relatório Saúde Escolar pelo Brasil, produzido pela Coala Saúde, que analisou 1.250 casos ocorridos em 82 escolas em todas as regiões do país durante o último ano letivo.

Casos de doenças infectocontagiosas preveníveis ocorrem com mais frequência em escolas de educação infantil e de ensino fundamental nos anos iniciais. A concentração nestes casos chega a 83,6% das situações analisadas, demonstrando como crianças de até cinco anos de idade possuem risco maior de contaminação por agentes etiológicos infecciosos. “Percebemos que alunos dos primeiros anos de ensino apresentam, em média, oito casos diferentes ao longo do ano, sendo que boa parte deles ocorre a partir de vírus, que podem resultar em quadros de sete a quatorze dias de riscos ao doente e a seus contactantes”, explica Rafael Kader, médico e CEO da Coala Saúde.

O levantamento mostra ainda que casos de síndrome gripal, que têm como sintomas de febres altas e tosses secas até dores musculares nas costas, braços e pernas, são a segunda doença infecciosa mais prevalente em escolas pelo Brasil, com aparição em 12,5% dos casos analisados, com um afastamento médio de 2,9 dias.

Por outro lado, com apenas 0,9 dia do tempo fora da escola, casos de gastroenterites, que podem apresentar diarréias, náuseas, vômitos, perda de apetite e dores abdominais, ficam no terceiro lugar, com 10,4% dos casos clínicos estudados.

Com uma prevalência de 4,7%, casos da síndrome mão-pé-boca (MPB) se destacam por seu período mais longo de tempo fora da escola: são, em média, 3,4 dias para o aluno retomar suas atividades. Típica nos mais jovens, a doença é uma infecção viral que pode apresentar sintomas como febre alta e o aparecimento de lesões e pequenas bolhas no pé, na mão e na boca.

Por sua vez, conhecida pelas erupções cutâneas de tom avermelhado que aparecem ao redor do corpo, a escarlatina, uma doença bacteriana provocada pela bactéria Estreptococo, a mesma causadora de infecções na garganta (faringoamigdalite), foi uma dos casos mais comuns nas escolas pelo Brasil em 2023, com prevalência de 4,7% daqueles analisados. Seu tempo médio de afastamento de 3,1 dias demonstra a necessidade de atenção especial ao quadro, que pode apresentar inchaço no pescoço e mal-estar na criança.

Para o executivo da Coala Saúde, o levantamento joga luz para o cenário atual de saúde escolar no Brasil e seus impactos no sistema educacional, uma vez que alunos passam pelo menos de mil horas por ano dentro das instituições de ensino. “Uma criança doente na escola interrompe sua jornada educacional e processo de aprendizagem, podendo  deixar marcas emocionais ao longo de seu crescimento. Ao compreender o real cenário a partir da saúde escolar, estamos cuidando do bem-estar e da saúde da próxima geração do país”, acredita Rafael Kader, médico e CEO da Coala Saúde.

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