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Sesc Pantanal apresenta experiência com Manejo Integrado do fogo em intercâmbio internacional


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               Evento realizado na Reserva Particular do Patrimônio Natural, RPPN Sesc Pantanal, reuniu 24 instituições de 10 países que estudam o uso do fogo
Entender os efeitos dos incêndios florestais, apresentar soluções eficazes e propor novas tecnologias de estudo, monitoramento e manejo para mitigar os efeitos do fogo é o principal objetivo do StudyHub Brazil (Centro de Estudos Brasil), uma fase do projeto FIRE-ADAPT. O intercâmbio internacional reuniu na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, localizada em Barão de Melgaço (MT), 24 instituições de 10 países que estudam o uso do fogo em seus diversos contextos. Além do Pantanal, os pesquisadores também passaram pelo bioma Cerrado para conhecer a relação dos biomas com o fogo.
O FIRE-ADAPT é financiado pela União Europeia por meio do programa Marie Sktodowska-Curie, coordenado pela Fundação Pau Costa da Espanha e pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França. Reúne instituições da Espanha, França, Reino Unido, Portugal, Itália, México, Colômbia, Brasil, Bolívia e Argentina e busca quantificar, monitorar e avaliar o impacto do Manejo Integrado do Fogo (MIF) na dinâmica do carbono, na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos culturais em diferentes regiões tropicais e subtropicais com regimes de fogo alterados.
O StudyHub Brazil é o terceiro grande encontro dentro do projeto FIRE-ADAPT e foi organizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal. As instituições brasileiras mostraram para o mundo os avanços que têm alcançado na gestão do fogo, com especial enfoque na implementação de políticas relacionadas ao Manejo Integrado do Fogo, e conheceram técnicas desenvolvidas em outros países.
A primeira fase ocorreu em Brasília, com debates internos entre os participantes e palestras de renomados pesquisadores brasileiros e profissionais ambientais. Em Mato Grosso, o grupo esteve no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PNCG), onde foram realizadas queimas prescritas. Na Estação Ecológica Serra das Araras, eles conheceram os estudos em andamento sobre o uso do fogo no Cerrado. Durante essas visitas, os participantes tiveram a oportunidade de interagir com técnicos, brigadistas e comunidades tradicionais.
Manejo Integrado do Fogo no Pantanal
A última etapa do StudyHub foi realizada no Pantanal mato-grossense com foco no MIF. O grupo conheceu o trabalho realizado na RPPN Sesc Pantanal, que é a primeira reserva privada de Mato Grosso a ter um Plano de Manejo Integrado do Fogo e é a primeira a realizar queima prescrita em Unidades de Conservação no Pantanal.
De acordo com o gestor da RPPN Sesc Pantanal, Alexandre Enout, receber o FIRE-ADAPT neste momento de implantação efetiva da atividade de queima prescrita é importante para aprimorar o conhecimento sobre o uso do fogo para fins de conservação.
“Essa troca mostra que não estamos sozinhos e existem instituições, pessoas dedicadas a isso em vários países, com experiências em áreas específicas dentro do MIF. Assim, temos a oportunidade de compartilhar o trabalho que fazemos e conhecer o que tem sido feito em outros lugares do mundo. Com parcerias, temos novas fronteiras de conhecimento e avançamos para o uso do ‘fogo bom’ no Pantanal”, destaca. Segundo Enout, as áreas úmidas ainda são pouco estudadas e conhecidas, por isso é fundamental a atuação em rede.
Áreas de estudo do Manejo Integrado do Fogo
De acordo com Rachel Carmenta, professora associada de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Global, do Centro Tyndall para Pesquisa em Mudanças Climáticas e Escola de Desenvolvimento Global, da Universidade de East Angliaa, que integra o FIRE-ADAPT, o projeto engloba seis áreas de estudo. São elas: dinâmica do carbono, conservação da biodiversidade, serviços interculturais e bem-estar humano, modelagem e previsão e Manejo Integrado do Fogo como um enfoque de adaptação às mudanças climáticas.
“Estamos interessados em entender melhor quais danos as pessoas enfrentam com os incêndios. Não há muitos estudos sobre como os incêndios impactam as pessoas que moram nas florestas ou nas comunidades tradicionais. Então, precisamos entender melhor para ajudar”, avalia.
Ao final do projeto, serão produzidos livretos e protocolos acessíveis para todos.
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