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Hebreus: A superioridade de Jesus aos anjos


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A epístola de Hebreus constitui-se de um dos mais importantes livros do Novo Testamento. O autor desta epístola, que ainda hoje permanece anônimo, faz uma verdadeira ponte ligando Antigo e Novo Testamento. Vários temas são abordados nesta epístola, como a superioridade de Cristo, o ministério sacerdotal de Jesus, a glória da nova aliança, entre outros.

Este artigo tem por objetivo apresentar um pequeno estudo sobre o tema da superioridade de Cristo em relação aos anjos e subsequentemente em outros dois artigos a Moisés e a Arão. Na epístola de Hebreus, o que significa a superioridade de Cristo em relação aos anjos, Moisés e Arão.

A partir do entendimento que esta carta foi escrita a cristãos Judeus, justifica-se a demonstração da superioridade de cristo em relação aos anjos, uma vez que no judaísmo, desde os tempos de Cristo, há uma ala mística que se ocupa em estudar sobre a natureza e a genealogia dos anjos. Além disto, é possível salientar que Estevão em seu discurso de defesa, afirmou que a Lei foi dada por anjos: “vocês que receberam a lei por ministério de anjos e não a guardaram” (Atos 7.53).

Os leitores judeus deviam ter alta estima pelos anjos, então o autor de hebreus considera necessário demonstrar a superioridade de Cristo a estes mensageiros celestiais. É bem claro o fascínio que as figuras celestiais (anjos) exerciam sobre os destinatários da Epístola aos Hebreus, portanto também a necessidade de demonstrar a superioridade de Cristo é evidente.

Assim, corrobora a seguinte citação:

Os judeus, portanto, orgulhavam-se do fato de que milhares de anjos tinham sido empregados no estabelecimento de sua Lei e, por essa razão, tinham grande estima por ela. Daí, porém, tiravam uma falsa conclusão. Argumentavam que, uma vez que a Lei lhes fora dada por seres tão gloriosos, jamais seria ab-rogada. O escritor da Epístola não nega as premissas dos judeus, mas julga falsa a conclusão por eles tirada [ao afirmar que Cristo era mais excelente que os anjos]. (WILEY, Orton. A Excelência da Nova Aliança em Cristo: Comentário exaustivo da Carta aos Hebreu. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2008).

A comparação de Cristo com os anjos pode também, ser vista como algo além da alta estima dos judeus para com os anjos, pois o Antigo Testamento inteiro está relacionado com o Novo, assim como os anjos estão com o Filho. É necessário ressaltar que no Antigo Testamento, Deus concedia em aproximar-se do Seu povo como o Anjo do Senhor. Como Moisés foi exaltado a ponto de falar face a face com Deus, então era necessário, para o autor de Hebreus, demonstrar que esses dois mediadores do Antigo Testamento deviam encontrar unidade superior em Cristo.

Para demonstrar a excelência de Cristo sobre os anjos, o autor da Epístola aos Hebreus faz uma comparação entre Cristo e os anjos, para assim demonstrar como Jesus é superior aos seres celestiais. A fim de evidenciar a supremacia de Cristo sobre os anjos o autor faz uma citação de vários textos do Antigo Testamento, como Salmos 2.72 Samuel 7.14Salmos 92.7Salmos 89.6 e 27. Assim, partindo do Antigo Testamento, Hebreus passa a demonstrar como Jesus é superior mesmo aos seres celestiais.

Na primeira parte da comparação entre Cristo e os anjos (Hebreus 1.4-14), é possível verificar que Jesus é superior aos anjos “em virtude de Sua existência eterna como Filho de Deus”. Ao analisar a passagem que apresenta a Cristo como superior aos anjos, também é possível observar sete características onde é possível observar a superioridade de Cristo: o Filho tem um nome superior, tem uma dignidade superior, tem uma natureza superior, uma posição superior, um exemplo superior, uma obra superior e o Filho tem um destino superior.

Sendo que Cristo é superior aos anjos, então é importante não nos afastarmos do evangelho que Cristo traz, esta é a consequente advertência registrada em Hebreus (2.1-4), assim que o autor apresenta sua primeira parte de demonstração da superioridade de cristo em relação aos anjos. Esta exortação está fundamentada no fato de que quanto mais alta posição uma pessoa tem, maior autoridade exerce, e, portanto, ela exige maior atenção dos ouvintes. Uma vez que Cristo é superior aos anjos, então ele ocupa uma posição superior aos próprios anjos, assim sendo é necessário atentar para a Palavra de Cristo.

Na segunda parte há uma mudança na comparação, onde se busca, salientar a grande diferença entre suas manifestações. Na primeira manifestação os anjos são vistos como os que trouxeram a Lei a Israel no monte Sinai. Quanto aos anjos sendo usados para a transmissão da lei ao povo, é importante acrescentar que embora o Antigo Testamento não mencione claramente (ainda que haja uma referência na benção de Moisés (Dt 33.2)), tanto Estevão em suas palavras perante o Sinédrio (At 7.35-53), quanto Paulo em sua Epístola aos Gálatas (3.19) mencionam a instrumentalidade dos anjos.

Há uma notável mudança na maneira de se referir a Cristo nesta segunda parte da comparação da Epístola aos Hebreus. Na primeira parte da comparação, Cristo é chamado de Filho de Deus, mas na segunda parte surge o Filho do Homem e o nome Jesus é apresentado, e é significante que o nome escolhido é Seu nome humano. Ainda é possível acrescentar que ao usar o nome pessoal Jesus, o autor da epístola chama a atenção para o aspecto histórico do sofrimento e morte de Jesus.

Além de usar o nome de Jesus, Hebreus nos mostra que Ele “foi feito menor do que os anjos” (Hebreus 2.9), para depois ser exaltado.

Nesse ponto tocamos um mistério indecifrável de Deus: durante o rebaixamento Jesus torna-se Redentor e Iniciador de uma nova humanidade. O mais profundo despojamento o leva à exaltação e à soberania universal (cf Fp 2.5-11). Ele, que traz de forma perfeita a imagem de Deus, precisa humilhar-se por breve tempo num nível inferior aos anjos e ser entregue nas mãos de pessoas, para depois receber novamente a glória divina (LAUBACH, Fritz. Carta aos Hebreus: Comentário esperança. 2. ed. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2017).

A comparação entre Jesus e os anjos pode ser vista na mesma ideia dos termos Lei e graça usados no sentido mais abstrato por Paulo em sua Epístola aos Gálatas, mas em Hebreus com o uso dos termos anjos e Cristo temos um conceito mais pessoal. É exatamente este conceito mais pessoal, que Hebreus evidencia através da utilização do nome pessoal de Cristo que ressalta o conceito de salvação. Jesus, o Salvador, ganhou a glória e a honra para si mesmo e a vida eterna para seu povo.

A superioridade de Cristo em relação aos anjos é um dos mais importantes temas teológicos de Hebreus, na verdade é a porta de entrada para todos os demais temas que serão tratados nesta epístola.

Presidente da AD Viamão, foi missionário em Israel, África do Sul e Paraguai. Graduado em administração e teologia. Pós graduação em Metodologia do Ensino Superior, Ensino Religioso, Gestão Estratégica de Pessoas. Mestrado em Teologia.

 

 

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