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Cirurgia plástica após grande perda de peso


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A obesidade é uma pandemia que atinge milhões de pessoas em todo mundo. Para combatê-la, nas últimas décadas, uma grande quantidade de tratamentos foi proposta, variando desde medidas preventivas — como atividade física e dietas hipocalóricas — passando por medicações que interferem no metabolismo de açúcares e gorduras, até a cirurgia bariátrica.

De todas as alternativas, aquela que tem trazido melhor resultado a curto e longo prazo para os pacientes obesos é a cirurgia bariátrica.

Variando de caso a caso, a perda de peso em média é de 40% a 80% do excesso de peso em 12 a 24 meses, podendo chegar a valores maiores dependendo de cada paciente.

No estágio final de perda de peso, quando ocorre a sua estabilização, o paciente encontra-se mais disposto, com melhora acentuada do humor e autoestima, porém com um problema novo a enfrentar: o excesso de pele.

O que fazer com o excesso de pele gerado pela grande perda de peso?

Após a cirurgia bariátrica, o que antes era um grande abdômen, hoje se transformou em um em excesso de pele e gordura que pendem sobre o abdômen inferior e a genitália, ocorrendo fenômeno semelhante em braços e pernas (sobretudo nas faces internas de coxas), além de uma queda acentuada da mama e da face, principalmente na região do pescoço.

Para melhor controle do contorno e harmonização corporal, a Cirurgia Plástica vem se aprimorando com novas e avançadas técnicas, com soluções específicas para cada setor do corpo.

Tipos de cirurgia plástica após grande perda de peso

1. Cirurgia plástica no abdômen (abdominoplastia)

O abdômen é a região onde se concentra a maior queixa dos pacientes, além de ser símbolo da obesidade por si só, o excesso de pele e gordura acumulados principalmente sobre o abdômen inferior e região genital comumente é a primeira região a ser abordada.

Dependendo da composição corporal e da perda de peso atingida, a técnica pode variar desde uma abdominoplastia convencional até procedimentos mais complexos, como a abdominoplastia em âncora.

a) Abdominoplastia convencional

Na abdominoplastia convencional uma incisão é feita na altura do púbis, semelhante àquela realizada para a cesariana, porém com extensão lateral até o quadril.

O tecido composto de pele e gordura é descolado em toda região do abdome até o tórax e seu excesso retirado. São dados ainda pontos na musculatura abdominal, para reforçar a parede abdominal e prevenir novo relaxamento da mesma. Um novo umbigo é feito, em dimensões menores que as anteriores. É deixado um dreno no subcutâneo, que deve ser retirado após cinco dias em média.

O paciente tem alta hospitalar em um ou dois dias, dependendo da extensão do ato operatório e da recuperação individual. Uma cinta modeladora específica é usada pelo paciente por pelo menos dois meses, para otimizar o resultado da cirurgia.

b) Abdominoplastia em âncora

Outra técnica para abdominoplastias em pacientes com grande perda de peso é a abdominoplastia em âncora.

Utilizada para ressecar amplas quantidades de tecido, esse procedimento fica reservado para pacientes onde somente a abdominoplastia convencional não ofereceria um bom resultado estético final.

Os princípios da técnica e os cuidados pós-operatórios são os mesmos da cirurgia convencional, diferindo unicamente no tipo de incisão aplicada, onde uma segunda incisão é feita na parte medial do abdome, da incisão do púbis até o limite do tórax, ressecando-se o excesso de pele e gordura da região medial do abdome.

c) Lipoaspiração

Seja qual a técnica escolhida para a abdominoplastia, pode ser necessária a realização de uma lipoaspiração em conjunto ao procedimento para se retirar maior quantidade de gordura em excesso, contribuindo ainda mais para um melhor resultado estético.

Para saber mais sobre lipoaspiração, leia: Cirurgia de lipoaspiração | Técnicas, indicações e riscos.

Excesso de pele no abdômen e braços após emagrecimento
Excesso de pele no abdômen e braços após emagrecimento

2. Cirurgia plástica nas mamas (mamoplastia)

A mamoplastia é o segundo procedimento mais realizado por pacientes que apresentaram grandes perdas de peso, perdendo apenas para a abdominoplastia.

A perda de peso confere uma queda acentuada do tecido mamário, sendo necessária a reparação local. A dificuldade encontrada aqui é justamente a perda do conteúdo da mama, uma vez que ela é composta basicamente de tecido mamário e gordura.

Diferentes técnicas têm sido desenvolvidas para retomar a forma e o conteúdo mamário, trazendo um resultado mais gracioso às mamas. Elas envolvem a ressecção do excedente de pele e tecido glandular e variam na utilização ou não de próteses de silicone.

Não são utilizados drenos na maioria dos casos e a paciente tem alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento, utilizando um sutiã pós-cirúrgico específico, que deve ser mantido pelos próximos dois meses.

O autor desse artigo prefere o resultado da mamoplastia com a utilização de próteses de silicone. A grande variedade em volumes e formas hoje apresentadas no mercado, como as próteses com perfil alto, super alto, anatômico ou cônico, faz com que o conteúdo mamário seja adequadamente reposto, conferindo resultados mais harmônicos e duradouros.

3. Cirurgia plástica em braços e coxas (braquioplastia e coxoplastia)

O excedente de pele e gordura conferidos nos braços e pernas de pacientes que apresentaram grande perda de peso é corrigido cirurgicamente através de técnicas mais simples.

a) Cirurgia plástica em braços

A braquioplastia ou Lifting Braquial é realizada através de uma incisão na parte interna do braço, estendendo-se da axila ao cotovelo. Todo tecido em demasia é ressecado e a pele suturada.

Pode ser necessária uma Lipoaspiração local, para a retirada de toda gordura redundante. Não são utilizados drenos, e o paciente tem alta hospitalar no dia seguinte, utilizando uma malha compressiva específica nos dois meses seguintes ao procedimento.

b) Cirurgia plástica em coxas

A coxoplastia, dermolipectomia crural ou lifting de coxas é semelhante à braquioplastia em seus princípios. Pode variar de uma simples Lipoaspiração local, até ressecções mais amplas, situadas na face medial das coxas, podendo de estender à região inguinal em casos mais singulares.

De rotina, não são utilizados drenos locais, com o paciente sendo liberado para casa no dia seguinte à cirurgia, andando sem maiores dificuldades, fazendo uso também de uma cinta modeladora específica por dois meses.

4. Cirurgia plástica na face (lifting facial)

A ritidoplastia ou lifting facial tem sido cada vez mais procurada nos consultórios de cirurgia plástica por pacientes que obtiveram grande perda de peso.

A queixa principal se concentra na região do pescoço e pálpebras, porém o tecido da face como um todo sofre uma queda. Muitas vezes é necessária uma lipoaspiração da região do pescoço em conjunto ao lifting facial, para se atingir melhores resultados.

As cicatrizes são escondidas ao máximo na região do couro cabeludo e atrás das orelhas, ficando somente uma incisão mais aparente próxima às orelhas. Usa-se um dreno que é retirado no dia seguinte à cirurgia, antes da alta hospitalar, não sendo utilizadas cintas rotineiramente.

O pós-operatório não costuma ser incômodo, com retorno às atividades rotineiras de forma mais precoce que as demais cirurgias.

5. Cirurgia plástica nos glúteos (gluteoplastia)

Com a perda ponderal, ocorre também uma acentuada mudança na região glútea, sendo necessária a sua remodelação.

A gluteoplastia pode ser realizada com ou sem a inclusão de próteses de silicone específicas. Nos casos onde predomina um excesso de tecido gorduroso, a ressecção deste tecido e a remodelação da região glútea pode ser realizada sem próteses, através de uma incisão na porção superior dos glúteos.

Os casos no quais há somente uma queda dos tecidos locais, a inclusão de próteses de silicone deverá ser a opção escolhida. Em ambas situações, uma lipoaspiração pode ser realizada para a retirada do excesso de gordura local, e a recuperação pós-operatória envolve o uso de cintas modeladoras nos dois meses posteriores à cirurgia.

Quanto custa uma cirurgia para remoção do excesso de pele?

No Brasil, os planos de saúde são obrigados por lei a cobrir todos os gastos com a cirurgia plástica reparadora.

Nesse contexto, os pacientes que se submeteram a uma grande perda de peso, por cirurgia ou não, têm as cirurgias citadas acima cobertas em sua maioria, não havendo qualquer custo por parte do paciente. São elas a abdominoplastia, os liftings braquial e de coxas, além de alguns casos de mamoplastia.

Se você não tiver plano de saúde e quiser pagar pelo procedimento, o valor varia muito, dependendo do procedimento, da equipe médica e do hospital onde a cirurgia será feita.

Em geral, o preço de uma abdominoplastia, mamoplastia ou lifting facial fica em torno de R$ 10 mil a R$ 22 mil.

Este texto foi escrito pelo Dr. Victor Varela, especialista em Cirurgia Plástica e Reparadora, e pelo Dr. Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna.

Autor

Dr. Pedro Pinheiro

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal. 

 

 

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