Saúde
O que é ácido hialurônico e para que serve?
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Atualmente, o ácido hialurônico está entre os preenchimentos cosméticos mais utilizados, sendo aplicado, por exemplo, no preenchimento de rugas e até mesmo modelando o contorno facial, através de aplicações injetáveis. Pouca gente sabe que o ácido hialurônico além de ser uma substância de nome complicado, atua no processo de sustentação, preenchimento e hidratação da pele, dentre outras funções.
Mas menos gente ainda sabe que o ácido hialurônico é naturalmente produzido pelo nosso organismo (e o de outros mamíferos) e que injetar a substância no corpo não é a única maneira de aproveitar os benefícios oferecidos por ela. Você sabe quais são as outras maneiras? Isso é o que vamos explicar no artigo abaixo, no qual também vamos falar sobre os benefícios da substância.
Vamos conferir?
Índice:
O que é ácido hialurônico?
O ácido hialurônico é um polissacarídeo da família das glicosaminas, naturalmente presente no organismo, especialmente na pele. Descoberto em 1934 por Karl Meyer e John Palmer, o ácido é responsável por reter água, mantendo os tecidos hidratados e as articulações lubrificadas, além de atuar no estímulo da produção de colágeno.
A substância pode ser encontrada em maior quantidade no tecido conjuntivo, com alta concentração na pele e nos olhos. A produção do ácido hialurônico, no entanto, vai reduzindo ao longo da vida e a baixa quantidade da substância, com o avançar da idade, é uma das causas do surgimento de rugas, marcas de expressão e perda de volume na pele, assim como a redução do colágeno, uma proteína importante na sustentação e elasticidade da pele. Vale ressaltar que a ausência de outras substâncias também podem impactar no aparecimento dessas características.
Como o ácido hialurônico é produzido?
Como dito anteriormente, o ácido hialurônico é uma substância naturalmente produzida pelo organismo humano e dos demais mamíferos. Porém, quando extraído de tecidos animais que contém proteínas e DNA, há um risco potencial de reações imunológicas adversas. Por isso, a indústria encontrou formas de também produzir o ácido hialurônico artificialmente, em versões bem mais resistentes, por meio de técnicas variadas de biotecnologia.
Uma delas é a fermentação de substratos vegetais, realizada por bactérias do gênero Streptococcus. Outra possibilidade é a fermentação do açúcar da beterraba por lactobacilos. A verdade é que cada instituição responsável pelo processo de produção da substância trabalha com a técnica que é mais conveniente.
Quais são os benefícios da utilização do ácido hialurônico?
Os maiores benefícios da utilização do ácido hialurônico podem ser sentidos, de fato, pela pele. A substância atua no rejuvenescimento dela, aumentando a hidratação, melhorando a elasticidade e reduzindo a flacidez. A redução de rugas e marcas de expressão é mais um benefício alcançado por quem faz uso do ácido, que pode estar lutando não só contra os resultados decorrentes da idade, como também contra os efeitos do estresse crônico na pele.
Mas não é só isso. O ácido hialurônico também é indicado para preenchimento labial, redução de olheiras, correção de cicatrizes profundas causadas pela acne e até mesmo para o alívio da dor causada por aftas ou úlceras na mucosa da boca.
Vale ressaltar, no entanto, que esses são os principais benefícios da substância do ponto de vista estético e dermatológico. Mas, o ácido hialurônico também é utilizado por prescrição médica em outras situações, como no tratamento da osteoartrite, uma doença em que há um desequilíbrio na formação e destruição da cartilagem articular. Nesses casos, a substância atua na lubrificação das articulações, proporcionando um alívio da dor para os pacientes.
Outro caso que tem se tornado bastante comum é o uso da substância contra a Disfunção Têmporo-Mandibular. Pacientes que sofrem da condição podem aplicar o ácido hialurônico para enrijecer a musculatura da mandíbula e evitar a força dos músculos no apertamento ou no rangimento dos dentes.
Aplicações do ácido hialurônico
A aplicação injetável não é o único meio de usar o ácido hialurônico. Além dela, também é possível fazer seu uso tópico e por via oral através de suplementação alimentar. Saiba mais sobre essas formas!
Uso injetável (preenchimento facial)
Bastante utilizado por quem deseja rejuvenescer a pele ou preencher parte do rosto, o ácido hialurônico injetável tem forma de gel e é indicado para preencher e minimizar rugas e marcas de expressão, especialmente na região da testa, no canto da boca e ao redor dos olhos (os chamados pés de galinha). Além disso, a substância em gel também é utilizada para corrigir olheiras ou cicatrizes de acne e aumentar o volume das bochechas e dos lábios, no conhecido processo de preenchimento labial.
A aplicação do ácido hialurônico na pele se dá por meio de pequenas picadas feitas no local desejado, que pode receber doses de anestesia local para reduzir a sensibilidade da pele e a dor. O procedimento demora, em média, 30 minutos e os resultados começam a surgir imediatamente e duram de 6 meses a 2 anos, conforme alguns fatores — quantidade aplicada, condições da pele e características do organismo de cada paciente.
Vale ressaltar que a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica defendem que procedimentos envolvendo o uso injetável de ácido hialurônico são seguros, desde que realizados por profissionais capacitados e habilitados para executá-los. Nos últimos anos, no entanto, cirurgiões-dentistas também foram autorizados a utilizar a substância para fins estéticos e terapêuticos, de acordo com resoluções emitidas pelo Conselho Federal de Odontologia.
Uso tópico (agente hidratante e anti-envelhecimento)
O ácido hialurônico também é comumente encontrado em cremes anti-envelhecimento, já que ele atua na hidratação da pele. A substância possui a capacidade de reter água até cerca de mil vezes o seu peso, mantendo a pele hidratada, saudável e com bastante elasticidade.
Como a produção do ácido pelo nosso organismo reduz consideravelmente ao longo da vida, é comum que dermatologistas prescrevam o uso tópico do ácido hialurônico, visando retardar o processo de envelhecimento da pele e garantir os benefícios proporcionados pela substância.
Vale ressaltar que os cremes são mais indicados para a prevenção dos sinais do envelhecimento, e não tanto para reparação. Isso porque a substância neste tipo de formulação atua de forma superficial na pele, melhorando a hidratação, mas não conseguindo atingir as camadas mais profundas.
Suplementação alimentar
A Anvisa aprovou o uso do ácido hialurônico em suplementos alimentares no Brasil em 2019 e, desde então, diversos fabricantes produzem a substância em cápsula. A dose máxima permitida pela Anvisa é de 157,7 mg para adultos com 19 anos ou mais, não sendo permitido o uso por crianças, adolescentes, gestantes e lactantes.
Apesar de ser um tratamento com resultados menos imediatos, ele pode ser mais acessível para muita gente, além de ser indolor (diferentemente do uso injetável).
Vale ressaltar que a ingestão da substância via suplementação alimentar atua no corpo como um todo, e não só em um local específico, como acontece nos demais tipos de uso. Isso significa que quem consome o suplemento espera enxergar seus resultados na pele de todo o corpo.
Existem diversas marcas de suplementos que contém esse tipo de ácido e vale a pena pesquisar preços, avaliação de outros consumidores, bem como a reputação da marca no mercado, antes de fazer sua escolha. Mas lembre-se que a necessidade de suplementação deve ser avaliada por um profissional de saúde habilitado.
Contraindicações
Qualquer pessoa pode fazer uso do ácido hialurônico? Na verdade, não. Assim como muitos outros produtos cosméticos, a substância deve ser evitada por pessoas com hipersensibilidade ou alergias conhecidas aos componentes da formulação. Além disso, o ácido injetável, por exemplo, não deve ser aplicado em áreas onde há um implante permanente ou onde haja doenças de pele, inflamações ou feridas. Já na forma de suplemento alimentar, também deve ter seu uso orientado por profissionais e não é indicado para certos grupos populacionais, conforme mencionado anteriormente.