Agronegócios
Usinas de cana do Brasil reduzirão investimentos e empréstimos, diz Itaú BBA
Compartilhe:
As companhias produtoras de açúcar e etanol do Brasil não devem aumentar os seus níveis de endividamento nos próximos meses, disse Pedro Fernandes, diretor do agronegócios do banco de investimento Itaú BBA, já que o ambiente operacional difícil durante esta colheita reduzirá o apetite do setor por investimentos e riscos.
O banqueiro disse nesta quinta-feira, durante apresentação para jornalistas, que as empresas de açúcar e etanol representam a parte mais importante da carteira de crédito do agronegócio do Itaú Unibanco , evitando elaborar.
Ainda nesta temporada, ele prevê que a carteira de empréstimos para o setor de açúcar e etanol não crescerá, já que as companhias estão com menos interesse de acessar capital.
Isso contrasta com o restante do setor agrícola do Brasil, que provavelmente procurará mais empréstimos, disse Fernandes.
Na temporada que terminou em março passado, os produtores brasileiros de açúcar e etanol reduziram seus níveis e endividamento em 3 reais por tonelada, conseguindo gerar receita e pagar as dívidas, disse o banqueiro.
A projeção este ano é incerta, já que, de acordo com analistas, a moagem de cana-de-açúcar no centro-sul, a maior região produtora de cana do mundo, deve cair para uma mínima em quatro safras, em decorrência do envelhecimento dos canaviais e do tempo seco.
“Nós acreditamos que o balanço da dívida das companhias produtoras de açúcar e etanol não aumentará porque os investimentos serão reduzidos”, ele disse.
A carteira de crédito do agronegócio do Itaú Unibanco para o setor, incluindo agricultores e processadores de grãos e carnes, foi de 30 bilhões de reais no fim do ano passado, informou.
Enquanto a carteira para o setor de agronegócio, no geral, deve crescer, o nível para as empresas de açúcar e etanol deve ficar estável, disse Fernandes.