Agronegócios
O que são viticultura, vinicultura e vitivinicultura?
Compartilhe:
A viticultura é voltada ao cultivo de videira, ou seja, a plantação de uva, independentemente do destino, como consumo in natura, em sucos, geleias ou vinhos. O campo se preocupa com cuidados do solo, manejo da lavoura e colheita.
A produção brasileira é de 1,5 milhão de toneladas por ano, com a metade sendo comercializada como uva de mesa e o restante destinado ao processamento. O Rio Grande do Sul é o principal produtor, seguido por Pernambuco.
No País, predominam os cultivares americanos Vitis labrusca e Vitis bourquina, bem como os híbridos, que são responsáveis por mais de 90% das uvas processadas. Apenas 7% da produção são da casta europeia Vitis vinifera, destinada principalmente para a elaboração de vinhos finos.
Qual é o significado de vinicultura?
A vinicultura se refere à elaboração de vinhos e começa quando a viticultura termina. A uva pode ser comercializada in natura ou processada para fazer sucos e geleias, mas quando é usada para produzir bebidas alcoólicas por fermentação se refere à vinicultura o envasamento e o encaminhamento para a comercialização.
Cerca de 49% da uva produzida no Brasil são destinados à elaboração de vinhos. Em 2021, a comercialização de vinhos finos (nacionais e importados) foi de 217 milhões de litros, superando pela primeira vez o consumo de vinhos de mesa, que ficou em 205 milhões de litros, segundo dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
O que faz a vitivinicultura?
A vitivinicultura se preocupa tanto com a produção da uva quanto com a elaboração do vinho, abrangendo as áreas de atuação de viticultura e vinicultura. A fazenda faz o processo completo, desde a preparação do solo até vinhos finos, espumantes, de mesa, suco de uva e uva para consumo.
A atividade proporciona melhor renda para o agricultor, uma vez que o preço mínimo da uva industrial é baixo e pode ser insuficiente para cobrir os custos dos insumos. Contudo, exige o conhecimento de um enólogo, profissional que normalmente vem de fora da porteira.
A propriedade pode ganhar mais com o refinamento dos vinhos, aumentando o valor agregado, pois controla o terroir da uva, que abrange uma série de fatores geográficos, climáticos, históricos e culturais que tornam a bebida única.
Tendências para o mercado de uva e vinho
A pandemia de covid-19 expandiu o consumo de vinho no mundo. No Brasil, a base de interessados na bebida superou 50 milhões de pessoas, com o País elaborando 3,6 milhões de hectolitros por ano, sendo o 14º maior produtor mundial. A Itália lidera o ranking, acompanhada por Espanha, França, Estados Unidos e Austrália.
A quebra de safra, por conta de geadas no inverno e de chuvas no verão, afetou as principais áreas produtoras da Europa e permitiu o aumento das exportações do vinho brasileiro. O volume embarcado subiu 66%, e o valor aumentou 52% entre 2021 e 2022. O destino de 90% do vinho exportado foi o Paraguai.
Em 2023, o cenário deverá ser mais desafiador para a uva brasileira, com a continuidade do aumento dos custos de insumos, além de demanda retraída por sucos, provocada pela queda do poder de compra da população. No entanto, a elaboração de vinhos refinados deve continuar ganhando espaço.
Fonte: Turismo Flores, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Reserva 85, Itaú BBA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
https://summitagro.estadao.com.br