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Filtros e redes sociais: uso exagerado de efeitos afeta autoestima


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Uso excessivo de filtros e redes sociais tem impactado a saúde mental dos usuários e causado frustrações com a própria imagem

Um levantamento realizado no Brasil apontou que o uso exagerado de filtros de imagem nas redes sociais impacta a saúde mental de usuários. Para 98% dos entrevistados, as redes sociais exercem influência na autoestima de uma pessoa e 24% acreditam que esse impacto é negativo.

Apesar de já haver debates sobre o uso de filtros e sua relação com a percepção distorcida de autoimagem, ainda não havia um levantamento feito no Brasil sobre a questão para compreender a percepção das pessoas. O estudo foi encomendado pela Allergan Aesthetic e realizado pelas empresas Offerwise e Let’s Mind. Para o levantamento, foram ouvidas 650 pessoas entre 18 e 50 anos em oito capitais brasileiras, distribuídos em 76% de mulheres e 24% de homens.

Dentre os principais resultados, destacam-se ainda:

  • 93% concordam que o nível de cobrança estética se tornou irreal por conta do uso exagerado de filtros.
  • 89% acreditam que cuidar da própria aparência é o terceiro hábito mais importante para o bem-estar, atrás apenas de alimentação saudável e esportes.
  • 63% conhecem ou ouviram falar de pessoas que já tenham deixado de sair de casa ou de ir a algum encontro por não quererem ser vistas sem os filtros de imagem.
  • 40% utilizam filtros nas próprias fotos frequentemente para aparecer melhor nas postagens.
  • 70% acreditam que os mais jovens estão mais propensos a sofrerem com os problemas ocasionados pelo uso excessivo dos filtros.

O que está por trás do uso dos filtros e redes sociais?

Estudos de psicologia afirmam que a rede social por si só possui uma natureza viciante, mas que, além disso, o maior problema está na forma como os usuários se envolvem com os aplicativos, normalmente em busca de status social e constantemente reproduzindo comparações com as imagens publicadas por outros usuários.

Nesse contexto, os filtros de beleza, que alteram formato do rosto e demais características faciais, tornaram-se muito populares, exibindo peles perfeitas, rostos simétricos e um padrão de beleza cada vez mais irreal. Já existem casos de pessoas que buscam clínicas cirúrgicas e indicam com qual filtro querem que seu rosto pareça.

Lucie Bouchet, uma criadora de filtros de imagem popular nas redes, já afirmou que os filtros que mais geram algum tipo de deformação no rosto são os que se tornam mais populares e virais nas redes. Ela também aponta que os meninos utilizam filtros principalmente por diversão, enquanto as meninas utilizam para melhorar sua aparência, o que corrobora com os achados da pesquisa.

A imersão cada vez mais forte no mundo digital também tem causado frustrações e a pandemia intensificou esse cenário. Uma reportagem do The New York Times mostrou que a população como um todo passou muito tempo com contato pessoal mais restrito e com o uso de máscaras, enquanto nas redes sociais a disseminação de imagens de rostos digitalmente modificados por filtros se tornou cada vez mais presente, afastando as pessoas das formas de beleza naturais.

Outros estudos também relacionam as imagens disseminadas nas redes sociais à depressão, problemas de autoestima e ansiedade social, de acordo com o The New York Times.

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