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Governador eleito mais votado do Brasil mantém linhagem de grandes empresários no poder


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Helder Barbalho (MDB), foi reeleito no primeiro turno para governar o Pará. Filho do senador e empresário Jader Barbalho e da deputada federal Elcione Barbalho, Helder recebeu R$300 mil reais da mãe para sua campanha

Entre as 213 candidaturas que se candidataram a governador, o Helder Barbalho (MDB), governador reeleito do Pará, alcançou a maior proporção de votos dos estados, com 70,41% dos votos. Helder é filho do senador Jader Barbalho (MDB), político paraense com mais tempo de vida pública e o que mais acumulou cargos. A família Barbalho é proprietária do Grupo RBA de Comunicação e do jornal Diário do Pará, além de ser acionistas da TV Tapajós, afiliada à Rede Globo.

Helder fez uma campanha milionária. No total foram recolhidos R$8,7 milhões cujos 95% vieram do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Outros R$ 400 mil são oriundos de doações de pessoas físicas, onde R$300 mil foram doados por sua mãe, a deputada federal em exercício e reeleita Elcione Barbalho (MDB).

Helder manifestou apoio ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na campanha ao segundo turno da presidência da República. O objetivo agora é garantir que o povo vote. Vamos reduzir a abstenção e evitar que o povo se desmobilize’, disse o governador do Pará para a rede nacional de imprensa.

O segundo colocado em número de votos e eleito foi Carlos Roberto Massa Júnior, governador do Paraná pelo PSD. Mais conhecido como Ratinho Junior, o governador também é herdeiro de um dos mais expoentes comunicadores brasileiros Carlos Roberto Massa, o Ratinho. Ratinho é declaradamente apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro. A família Massa também é proprietária do Grupo Massa, um conglomerado empresarial atuante nas áreas de comunicação (Rede Massa), agronegócio, gestão e licenciamento de marcas. Além disso, seu pai também foi deputado federal pelo Paraná entre os anos de 1991 e 1995.

Na outra ponta, Ibaneis Rocha, também do MDB, foi o governador eleito no primeiro turno com a menor proporção dos votos, 50,30%. Ele, que também é empresário, ligado principalmente ao ramo imobiliário, vai governar o Distrito Federal pela segunda vez.

A Alma Preta Jornalismo em parceria com o Instituto Data_Labe compilou os principais dados sobre os governadores eleitos e que ainda estão em corrida pelo resultado do segundo turno. Os dados foram levantados a partir de informações do TSE obtidas pelo programador Paulo Mota, integrante do laboratório de dados e narrativas localizado na favela da Maré, no Rio de Janeiro.

Conforme levantamento, Tarcísio de Freitas é o governador mais votado do país com números absolutos. O engenheiro, militar da reserva é filiado ao partido Republicanos. Foi ministro da Infraestrutura no governo Jair Bolsonaro, diretor executivo e diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes durante o governo Dilma Rousseff. Ele teve 42,32% dos votos em São Paulo, o que corresponde a quase 1 milhão de votos. A distribuição de votos por candidato é puxada pela quantidade da população do estado, tendo em vista que onde residem mais pessoas existiriam mais votos.

Eleitos x posicionamento

A distribuição de governadores eleitos pelo posicionamento do partido alcançou a maior predominância para os partidos de direita com 8 eleitos. Seguido da esquerda com 4 eleitos e o centro com apenas 3.

Idade

A média de idade entre os governadores foi de 51,26 anos. O candidato mais jovem com 30 anos de idade e o mais velho com 83 anos. Entretant, a média da idade entre os eleitos é de aproximadamente dois anos a mais do que entre os não eleitos.

Gênero

Dos 213 candidatos a governador, 176 eram do gênero masculino (82,6%). Entretanto, apesar das mulheres serem aproximadamente 17% das candidatas ao governo, entre os eleitos essa proporção caiu para 6,7%, tendo sido eleita apenas 1 candidata, a petista Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte.

Raça

A distribuição de raça/cor entre as candidaturas aos governos foram na maioria de candidatos brancos (58,7% do total). Negros somaram 39,9% do total de candidaturas para os estados. Entre os eleitos vemos uma proporção aproximada de governadores brancos de 60% e, entre os candidatos negros 40%.

Comparativo com 2018

As proporções foram modificadas de forma oposta. Em comparação com as eleições gerais de 2018, as candidaturas brancas eleitas diminuíram 13% e os pardos aumentaram em 13%. No entanto, muitas Unidades Federativas enfrentarão o segundo turno, portanto as proporções podem se modificar.

 

TERRA

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