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Saúde

Doses de vacinas muito próximas sobrecarregam o corpo de crianças?


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A vacinação nos primeiros anos de vida é uma estratégia fundamental para evitar que crianças e adolescentes desenvolvam formas graves de doenças que podem ser evitadas.

Apesar da importância da imunização, os dados epidemiológicos mostram que, desde 2016, o Brasil não consegue alcançar as coberturas vacinais desejáveis para a maioria das doenças com imunizantes disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Um dos motivos para a baixa adesão é o mito de que o grande número de vacinas aplicadas nos primeiros 15 meses de vida sobrecarrega o sistema imunológico das crianças. A pediatra e coordenadora do Programa Estadual de Imunização de São Paulo, Helena Keico Sato, isso é um mito e que a aplicação de mais de uma vacina no mesmo dia é uma estratégia segura.

A médica lembra que as vacinas disponíveis no SUS passam por um rigoroso controle de qualidade. “A norma técnica [do Programa Nacional de Vacinação] faz todas as indicações sobre a vacinação: idade a ser aplicada, intervalo entre as doses, armazenagem”, detalhou.

Reações adversas

A pediatra destaca que nem todas as crianças têm reações após a vacinação e, nos casos de febre, dor local e outros efeitos esperados, medicações para alívio dos sintomas podem ser administradas segundo indicação médica.

“Se compararmos as reações, como febre e dor local, elas são muito mais brandas do que a doença”, aponta Helena.

Veja as vacinas que devem ser aplicadas nos primeiros quatro anos de vida da criança:

Fatores que contribuem para a baixa adesão às vacinas, segundo a pediatra:

  • Percepção enganosa de que doenças como sarampo, tétano, poliomielite e difteria desapareceram;
  • Receio de que o número elevado de vacinas sobrecarregue o sistema imunológico;
  • Desconhecimento das vacinas disponíveis no calendário do SUS;
  • Medo de reação pós-vacina;
  • Fake news;
  • Falta de tempo dos pais para levar os filhos ao posto de vacinação;
  • Desabastecimento dos postos de vacinação.

Coberturas vacinais em baixa

Idealmente, as coberturas vacinais devem ser maiores de 90% para BCG e rotavírus e maiores de 95% para as demais vacinas. Nos últimos seis anos, a cobertura vacinal da BCG passou de 95,55%, em 2016, para 68,27% em 2021. A da poliomielite passou de 84,43% para 69,10%, respectivamente.

* A repórter Bethânia Nunes esteve em São Paulo, a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), para acompanhar a XXIV Jornada Nacional de Imunizações SBIm 2022.

Metrópoles

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