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Caps Três Marias possui mais de 12 mil pacientes cadastrados para tratamento de transtorno mental


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Esquizofrenia, depressão grave, transtorno bipolar e ansiedade são alguns dos transtornos mentais mais abordados no Centro de Atenção Psicossocial Três Marias (Caps) em Porto Velho. O local atua no acolhimento psicológico gratuito de adultos com sofrimento psíquico grave ou persistente e possui mais de 12 mil pacientes cadastrados para tratamento.

Vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), o Caps Três Marias realiza atendimento de pacientes a partir de 17 anos, com transtorno mental e que não tenham comorbidades pelo uso de álcool e drogas. O serviço acontece por demanda espontânea, sem a necessidade de encaminhamento médico.

“Quando o paciente chega à unidade ele passa pela entrevista de triagem, onde vamos analisar se ele tem o perfil para o atendimento do Caps Três Marias. Sendo desse perfil, ele vai ser orientado em relação a agendamento de consulta com psiquiatra e psicólogo. E se não é perfil, a gente vai orientar onde ele pode buscar o serviço certo”, falou a psicóloga Beatriz Ximenes, que atua no serviço.

A psicóloga informou que houve um grande aumento na demanda do Caps Três Marias nos últimos anos. “Todos os dias novos pacientes procuram atendimento e são cadastrados no serviço. Ainda não é possível afirmar se esse é um aumento natural ou se é um aumento em relação à pandemia”, falou.

O Caps Três Marias funciona na avenida Dom Pedro II, 2687, bairro São Cristóvão, no 3º andar, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.

Beatriz Ximenes, psicóloga do Caps Três MariasBeatriz Ximenes, psicóloga do Caps Três MariasTRANSTORNOS MENTAIS

Segundo a psicóloga Beatriz Ximenes, apesar da tristeza, choro e emoções em geral serem sintomas que facilitam o diagnóstico clínico, esses sentimentos sozinhos não caracterizam transtornos mentais. É necessário que os sintomas interfiram em algum tipo de prejuízo na vida da pessoa para que seja determinada a patologia. O diagnóstico deve ser realizado somente por um profissional capacitado.

“O transtorno é caracterizado quando começa a interferir na vida da pessoa. É uma tristeza mais permanente que não passa na mesma intensidade, perda do interesse pelas atividades, falta de energia e cansaço. O paciente depressivo, por exemplo, não é necessariamente o paciente triste, choroso, que fica nos cantos. Existe uma outra parte, que é a perda do interesse pelas atividades. A pessoa que começa a se isolar, começa a não ter energia para fazer as coisas que antes eram normais. Este é o ponto que chama a atenção”, explicou a psicóloga.

A profissional explica também que os transtornos mentais não têm cura e devem ser tratados junto a especialistas. Contudo, quando tratada ainda no início, a patologia crônica pode ser evitada.

“Algumas das situações que acontecem na vida podem desencadear reações emocionais que podem confundir o paciente se há ou não o transtorno. Por isso a necessidade de buscar auxílio de especialistas. Quando você busca o profissional, é possível fazer um tratamento preventivo nos casos leves, e assim evitar que vire um quadro crônico. Então, se o paciente ou o familiar perceber que há atitudes preocupantes, o ideal é procurar atendimento psicológico o mais breve”, falou.

FATORES CAUSAIS

As patologias mentais não podem ser atribuídas a somente uma causa, como término de relacionamento, abuso, luto ou problemas familiares e financeiros. Segundo Beatriz Ximenes, é preciso haver uma junção de fatores biopsicossociais para que um transtorno mental seja desenvolvido.

“O paciente precisa ter uma predisposição genética, levar em conta os fatores psicológicos individuais de personalidade e, ainda, considerar os fatores sociais que são as experiências que cada um vive. Por isso, não dá para dizer que a pandemia por si só causou transtorno mental, mas foi um fator desencadeante. Mesmo assim é necessário que o paciente tenha predisposição”, explicou.

A profissional também esclarece o tabu de que atendimento psicológico e psiquiátrico é sinônimo de fraqueza. A crença errada, segundo ela, pode fazer com que o transtorno mental seja agravado, tornando-se uma grande dificuldade do serviço de saúde pública.

“Sempre trabalhamos nesse processo de conscientização, para que as pessoas entendam que não é algo ruim você buscar tratamento. Na verdade, o tratamento pode salvar vidas. Como o atendimento no Caps acontece por demanda espontânea, a gente precisa que o paciente venha até aqui”, falou.

PREVENÇÃO

A Prefeitura busca sempre desenvolver campanhas de conscientização em datas alusivas como Setembro Amarelo, sobre prevenção ao suicídio, e Janeiro Branco, sobre a importância da saúde mental. Bem como, disponibiliza o atendimento e medicamentos gratuitos para a população realizar o tratamento de transtornos mentais.

Ademais, a profissional Beatriz Ximenes descreve que algumas atitudes podem ser feitas pelo próprio paciente para prevenir o desenvolvimento ou agravamento de patologias mentais. “Buscar atendimento médico e psicológico o quanto antes, realizar atividade física e promover o autocuidado. São atitudes simples, mas que podem ajudar muito contra o desenvolvimento de um transtorno”, finalizou a psicóloga.

SERVIÇO

Além do Caps Três Marias que atende adultos, a Prefeitura de Porto Velho também oferece o Caps Infantojuvenil que atende crianças e adolescentes com idades de 5 a 16 anos e oito meses. O local funciona na avenida Dom Pedro II, nº 2687, bairro São Cristóvão – 1º Andar. Ademais, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas é localizado na avenida Guaporé, 3929, bairro Agenor de Carvalho. Ambos os locais funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.

Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)

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