Na semana em que é celebrado o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento (25/7), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste alerta para os perigos de acidentes nas praias. A unidade está localizada na cidade de Santos, litoral sul de São Paulo, destino de muitos turistas neste período de férias escolares e calor fora de época.
Gisele Abud, diretora Técnica da unidade, explica que o afogamento ocorre, de forma geral, por asfixia decorrente da aspiração de líquido, que obstrui as vias aéreas (traqueia, brônquios ou pulmões), ocasionando alterações das trocas gasosas, que levam a falta de oxigênio no sangue e, por consequência a acidez excessiva do sangue e fluidos corporais.
“Infelizmente o risco de afogamento em cidades litorâneas é real. A maioria das mortes ocorre porque as pessoas ignoram os riscos, não respeitam seus limites pessoais e não sabem como agir nessas situações”, alerta a profissional da UPA Zona Leste, que pertence a rede pública de saúde da Prefeitura de Santos e é gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde.
Estudo da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), aponta que a cada uma hora e meia um brasileiro morre afogado e 90% dos óbitos acontecem em águas naturais, ou seja, rios, oceanos, represas, cachoeiras etc. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os afogamentos são a terceira causa de morte acidental no mundo e representam quase 8% do total de mortes globais.
No Brasil, as principais causas de afogamento nas praias são a ingestão de bebidas alcoólicas (que alteram a capacidade de julgamento e resposta do banhista), correntes de retorno (onde o banhista é puxado para dentro do mar), depressão no fundo das praias e o impacto das ondas (onde o movimento forte da água arremessa o banhista para baixo).
Como a prevenção é a ferramenta mais eficaz contra os afogamentos, a UPA destaca algumas orientações importantes:
1- Procure o guarda-vidas mais próximo antes de entrar na água, ele saberá informar sobre as condições do mar e o local mais apropriado para banho;
2- Respeite as sinalizações, como bandeiras verde, amarela e vermelha. Em caso de alerta de perigo, não entre no mar;
3- Fique na parte rasa, principalmente se não souber nadar. Como diz o ditado: “Água no umbigo, sinal de perigo”;
4- Entre no mar acompanhado;
5- Não entre no mar sob efeito de drogas ou álcool ou após ter ingerido alimentos pesados;
6- Não entre no mar a noite e em situações com chuva e raios;
7- Nade em locais seguros, longe de pedras e costões;
8- Tenha atenção redobrada com crianças, que devem entrar no mar sempre acompanhadas por um adulto. É importante também colocar pulseiras de identificação;
9- Lembre-se que no mar há condições adversas. Dados apontam que 50% dos afogados são pessoas que sabem nadar, então cuidado com o excesso de confiança.
10- No caso de uma ocorrência ligue imediatamente para os bombeiros (193), ou chame o guarda-vidas quando perceber pessoas em situação de afogamento.
Caso seja necessário agir, entre no mar sempre com uma boia ou objeto flutuante que possa ser jogado para o banhista em dificuldade agarrar. “Evite se aproximar, pois no momento do desespero, o banhista pode se agarrar a você e ambos se afogarem”, alerta a médica.