Agronegócios
Cotações do trigo subiram durante a semana
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As cotações do trigo, em Chicago, subiram um pouco durante a semana, porém, sem grandes movimentos. O fechamento desta quinta-feira (21) ficou em US$ 8,06/bushel, contra US$ 7,94 uma semana antes. Nos EUA, a colheita do trigo de inverno atingia a 70% da área total, no dia 17/07, contra 71% na média histórica. Já as condições das lavouras do trigo de primavera apresentavam-se com 71% entre boas a excelentes, 23% regulares e 6% entre ruins a muito ruins.
Por sua vez, as vendas líquidas de trigo, por parte dos EUA, na semana encerrada em 14/07, para o ano 2022/23, atingiram a 511.100 toneladas, ficando 50% abaixo do registrado na semana anterior e 10% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Mesmo assim, o volume ficou dentro do esperado pelo mercado. Com isso, em todo o atual ano comercial os EUA já venderam 1,86 milhão de toneladas de trigo, contra 2,38 milhões no mesmo período do ano anterior. Os EUA esperam exportar um total de 21,8 milhões de toneladas do cereal no ano 2022/23.
Enquanto isso, na França, a safra de trigo macio deverá ficar em 33,2 milhões de toneladas, segundo analistas privados. Esse volume é um pouco superior ao que o Ministério da Agricultura francês estima, que é de 32,9 milhões de toneladas, volume este que seria 7,2% menor do que as 35,4 milhões colhidas em 2021. Enquanto isso, na Argentina, o plantio de trigo atingia, no início da presente semana, 97% da área, a qual deverá ficar entre 5,9 e 6,1 milhões de hectares. A produção argentina de trigo, nesta nova safra, será menor, devendo ficar entre 17 e 19 milhões de toneladas. Já no Brasil, os preços recuaram de forma mais consistente, pela primeira vez nas últimas semanas.
A média gaúcha fechou a semana em R$ 113,15/saco, enquanto no Paraná os valores oscilaram entre R$ 110,00 e R$ 112,00/saco. Dito isso, as primeiras projeções privadas para a nova safra de trigo brasileira, mais consistentes, chegam a um recorde de 10,4 milhões de toneladas em 2022, com um aumento de 34,5% sobre o ano passado. A área total semeada deve atingir a 3,18 milhões de hectares, com um aumento de 16,6% sobre o ano passado. Esta seria a maior área de trigo no Brasil desde 1990 (último ano em que o mercado era regulamentado pelo governo). Evidentemente, para se chegar a tais números de produção, o clima deverá ser excelente em todas as regiões produtoras, fato que já não está sendo o caso, particularmente em boa parte do Rio Grande do Sul.
Em termos de produção por Estado, o Paraná deverá semear 1,15 milhão de hectares, com recuo de 5% sobre o ano anterior. Já no Rio Grande do Sul a área deverá atingir a 1,52 milhão de hectares, com um avanço de 32% sobre 2021, se estabelecendo na maior área de trigo desde 1979. Por outro lado, nos demais seis Estados produtores e o Distrito Federal, a área deverá atingir a 510.000 hectares, o que significa um crescimento de 38,6% sobre o ano anterior. Enfim, no Paraná, 95% das lavouras, até o início da presente semana, estavam em boas condições e 5% em situação regular. (cf. Deral) No Rio Grande do Sul, o plantio atinge a 90% da área esperada, contra 95% na média histórica para esta data. A totalidade está em fase de germinação e/ou desenvolvimento vegetativo.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA