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Europa cortará dependência do gás da Rússia em breve, diz presidente da Comissão Europeia


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Por G1

A presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, afirmou nesta quarta-feira (27) que a Europa alcançará em breve a independência do gás russo. A declaração foi feita em reação ao corte de abastecimento do insumo à Polônia e à Bulgária realizado nesta manhã pela Gazprom.

“Estamos trabalhando há meses para conseguir a independência do gás russo. E já estamos vendo o resultado. E essa independência será para valer e para sempre”, declarou. “A era de combustíveis fósseis russos está chegando ao fim. A Europa está dando passos adiante em questões energéticas”.

Cerca de 40% do gás consumido na Europa vem da Rússia através de gasodutos que passam por países como a Polônia e a Bulgária.

A presidente da Comissão Europeia, que é o braço executivo do União Europeia, disse também que já está trabalhando para minimizar o impacto do corte feito pela Gazprom aos consumidores. Entre outras funções, o gás serve para fornecer aquecimento a residências e instalações comerciais e governamentais dos países europeus.

Mais cedo, ela chamou a medida de chantagem por parte de Moscou. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou a acusação e alegou que a Rússia é um “fornecedor de energia confiável”.

No entanto, von der Leyen afirmou que o corte desta quarta-feira mostra justamente o contrário.

Efeitos do corte para a Europa

Anunciada na noite de terça-feira (26) pela Rússia, a suspensão de gás para a Polônia e para a Bulgária também traz consequências importantes e preocupantes para toda a Europa.

A Gazprom é responsável por 40% do abastecimento de gás de toda a Europa, que chega através de gasodutos construídos pela extinta União Soviética na década de 1970. Moscou já ameaçou mais cortes.

Além disso, os gasodutos por onde chega o gás fornecido pela Rússia à Alemanha, à Hungria e à Sérvia passa pela Polônia e pela Bulgária. Moscou já ameaçou cortar imediatamente o fornecimento por essas tubulações caso descubra que o gás dali está sendo desviado ilegalmente.

A exigência do presidente russo, Vladimir Putin, para que o pagamento do gás seja em rublos é a principal resposta às sanções feitas pelo Ocidente à Rússia, que incluem o congelamento de bilhões de dólares em bens e ativos russos.

Putin afirma que as sanções são uma declaração de guerra econômica do Ocidente, e por isso prometia respostas. O corte desta quarta-feira (27) é um dos atos mais duros no mercado de gás desde a construção dos gasodutos.

E a medida, assim como a guerra na Ucrânia, chega em um momento em que a Europa começava a discutir alternativas para a dependência do gás russo, algo que os Estados Unidos criticava constantemente, principalmente à Alemanha.

Esta, no entanto, não é a primeira interrupção desse fornecimento à Europa por embates econômicos. Nos últimos 15 anos, a Rússia e a Ucrânia tiveram vários embates sobre o preço do gás russo, o que já ocasionou várias interrupções, como uma no inverno de 2009 e em 2014, quando Moscou anexou a região ucraniana Crimeia.

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