Medicina
O que é retinoblastoma: saiba mais sobre o câncer de retina
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No final de janeiro de 2021, os jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin utilizaram suas redes sociais para falar sobre o câncer raro nos olhos de sua filha, Lua, de 1 ano, e fazer um alerta aos pais, para que percebam os sinais o mais cedo possível e, assim, aumentem as chances de cura.
Para saber o que é retinoblastoma, entender quais são os sinais, como é feito o diagnóstico e qual é o tratamento, siga na leitura.
O que é retinoblastoma
Para entender o que é este câncer, primeiro é preciso saber o que é a retina. Essa estrutura é uma fina camada de tecido localizada no fundo do olho, formada por milhões de células fotorreceptoras. É a retina que capta as ondas luminosas recebidas e, por meio do nervo óptico, as envia ao cérebro para formar a visão.
O retinoblastoma é um câncer raro que atinge a retina imatura. Ele acomete, principalmente, crianças com menos de 5 anos de idade — sendo que 95% dos casos acometem os menores de 2 anos.
Entenda o retinoblastoma, que responde por 3% dos casos de câncer infantil.
Ele pode ser unilateral (quando atinge apenas um olho) ou bilateral (quando atinge os dois). Neste segundo caso, ele é sempre hereditário, ou seja, está relacionado a genes herdados dos pais. No caso dos tumores unilaterais, apenas 15% dos casos são hereditários. Quando não é hereditário, o câncer é causado por mutações espontâneas que acontecem ainda durante a formação do embrião.
Existe, ainda, um terceiro tipo, chamado de PNET ou trilateral, que acontece quando um tumor associado ao câncer de retina se forma nas células nervosas do cérebro. Casos como esses derivam, apenas, de retinoblastomas hereditários bilaterais.
Sintomas e sinais de retinoblastoma
Os sintomas do retinoblastoma podem ser muito discretos e demoram a aparecer, por isso é importante ficar muito atento.
Os primeiros sinais costumam ser fotofobia (incômodo exacerbado em relação à luz), dor no olho, problemas de movimentação do globo ocular, estrabismo e vermelhidão na região. No entanto, o principal sintoma é chamado de leucocoria, e trata-se de um reflexo branco que aparece na pupila e pode ser identificado de forma caseira por meio de fotografias com flash.
Atente-se: o estrabismo pode ser um sinal de retinoblastoma.
Como é feito o diagnóstico
Para monitorar de perto a saúde ocular e descartar qualquer alteração importante, todo bebê deve fazer o exame do olhinho ainda na maternidade e repetí-lo com certa frequência até os cinco anos de idade, segundo recomendação do Ministério da Saúde.
Ao desconfiar de um caso de retinoblastoma, seja por meio do exame do olhinho ou pela observação clínica, provavelmente o médico requisitará uma ultrassonografia do órgão, uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética, tanto para identificar a presença do tumor quanto para entender a extensão dos danos (e sua possível disseminação para o cérebro).
Na maioria dos casos, o câncer é detectado antes de sua extensão para o nervo óptico — mas caso isso aconteça, é necessário realizar uma pulsão lombar e uma ressonância magnética do cérebro para descartar a possibilidade de metástase (quando o câncer se espalha para outras partes do corpo).
Tratamento
O prognóstico do retinoblastoma, felizmente, é positivo. Quando o tumor é intraocular e não metastático, as possibilidades de cura são de cerca de 90%.
Os tratamentos são focados na cura da doença e, também, em preservar o máximo possível do olho e da visão da criança. Em alguns casos, pode ser que seja necessária a extração cirúrgica do órgão — mas priorizam-se os protocolos de tratamento quimioterápico, radioterápico ou, ainda, em caso de tumores menores, protocolos especiais como o de laserterapia e crioterapia.
Esses dois últimos citados são os mais indicados, por produzirem menos efeitos colaterais e permitirem que a criança continue enxergando normalmente. No caso da quimioterapia, os medicamentos são administrados por via oral ou venosa com o objetivo de diminuir o tamanho do(s) tumor(es).
A radioterapia também atua com a função de reduzir o tumor, mas a aplicação de radiação na área pode trazer consequências mais significativas a médio e longo prazo, como o desgaste dos tecidos ao redor do olho, secura crônica, diminuição da visão e cataratas.
É importante ter em mente que depois de um tratamento bem sucedido contra o câncer, o paciente precisa continuar a ser acompanhado de perto pela equipe médica responsável, para que uma possível reincidência possa ser monitorada de perto: existe o risco de que o tumor se desenvolva novamente, em especial nos casos em que há hereditariedade e nos casos de tratamento por radioterapia.
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