Cuiabá-MT
Irmão de prefeito de Cuiabá e dois servidores são alvos de operação contra fake news
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A Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagrou nesta terça-feira (14), a Operação Fake News, para desarticular possível associação criminosa envolvida em crimes de calúnia, difamação, injúria, perseguição e falsa identidade contra empresários, servidores e agentes públicos de Mato Grosso. Três pessoas são suspeitas de envolvimento, entre eles, o irmão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), Marco Polo Pinheiro.
Segundo a Polícia Civil, são cumpridos seis mandados de busca e apreensão domiciliares em Cuiabá, com alvo em três investigados e um dos mandados é cumprido na Prefeitura de Cuiabá.
Já a Prefeitura de Cuiabá emitiu nota informando que nenhuma ordem judicial referente a ação policial foi cumprida no Palácio Alencastro nesta manhã. Informou também que os dois citados não atuam mais no Executivo Municipal.
Irmão de prefeito de Cuiabá e dois servidores são alvos de operação contra fake news — Foto: PJC MT
Dois dos suspeitos são servidores da prefeitura, sendo um deles assessor de endomarketing e o outro servidor temporário da Secretaria Municipal de Saúde. O terceiro envolvido é o empresário Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó Pinheiro.
Por meio de nota, a defesa de Popó Pinheiro informou que o empresário se propôs a comparecer perante a Justiça para esclarecer os fatos, entregando voluntariamente seu aparelho celular, caso necessário.
Ele também informou que a sua empresa de pesquisas encontra-se neste momento fechada. Mas o empresário se propõe a levar policiais até lá caso queiram investigar o local.
As ordens judiciais têm o objetivo de instruir inquéritos policiais que tramitam na DRCI quanto à produção e disseminação de notícias falsas e de cunho ofensivo por meio da rede social ou aplicativo de mensagens e outros meios em desfavor das vítimas.
As investigações identificaram o modus operandi de três suspeitos envolvidos na realização de ataques ofensivos ou propagar fakes news, aparentemente previamente ajustados, com as suas identidades expostas ou veladas (por meio de números cadastrados fraudulentamente em nome de terceiros), através das redes sociais divulgando montagens de fotografias e vídeos.
Além de falsas notícias que atingem vereadores municipais e empresários, é apurada nas investigações a divulgação de fake news contra o governador do estado, Mauro Mendes, o secretário-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho, a primeira-dama, Virgínia Mendes, além de detetives particulares, delegado-geral da Polícia Civil, outros delegados, comandante-geral da Polícia Militar e outros oficiais, que estariam realizando a captação ou escuta ambiental clandestina de conversas e de reuniões realizadas com parlamentares estaduais.
A natureza falsa da notícia foi devidamente provada após a realização de minuciosa perícia no Palácio Paiaguás pela Politec e demais elementos colhidos nos autos da investigação.
Nesse mesmo contexto da divulgação da fake news da gravação/captação clandestina, visa-se colher elementos informativos sobre a indevida e prematura atribuição de autoria de contratação de detetive particular pela primeira-dama do estado e pelo governador para fins investigar e acabar com a reputação contra um jornalista.
O cumprimento dos mandados conta com apoio das equipes da Gerência de Combate ao Crimes Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor) e Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), sob a coordenação da DRCI.
Alvos da operação
A operação tem como alvo três homens, sendo que dois deles há pelo menos um ano têm divulgado, de modo reiterado, falsas notícias e conteúdo de caráter criminoso contra as pessoas públicas citadas.
Os indícios de autoria de produção e da pulverização da fake news, ante os dados técnicos coletados durante a investigação policial, recaem sobre um dos investigados, de 55 anos, o qual figura como suspeito em pelo menos três inquéritos policiais. Há suspeita de que o conteúdo ofensivo e fake news foram divulgados durante horário de expediente.
Segundo o delegado da DRCI, Ruy Peral, dentre os investigados, também está um homem de 37 anos de idade, de alta periculosidade, condenado à pena de 16 anos e 11 meses de prisão por ser um dos líderes de “quadrilha” que praticou furtos qualificados contra bancos nos Estados de MT, GO e TO.
“Atualmente ele é funcionário contratado da Secretária Municipal de Saúde e figura como suspeito de praticar delitos de roubo majorado, extorsão, ameaça, calúnia, difamação e injúria. É temerário que um indivíduo de tal periculosidade e que ainda cumpre pena no regime semiaberto seja integrante da possível associação criminosa investigada”, disse o delegado.
Penas previstas
Com a entrada em vigor da Lei nº 13.964/19 – Pacote Anticrime, os crimes contra a honra praticados ou divulgados pelas redes sociais terão a pena triplicada.
Além disso, há hipóteses de somatório de penas com outros delitos praticados no mesmo contexto. Sendo que os investigados podem ser condenados, no presente caso a penas que ultrapassam dez anos de prisão.
G1.globo.com