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Chuvas na Bahia e em Minas causam 12 mortes e deixam mais de 9 mil desabrigados


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Subiu para 12, ontem, o número de mortos pelas fortes chuvas que atingem Minas Gerais e a Bahia, nas últimas semanas — os óbitos foram dois nos municípios mineiros e 10, nos baianos. Cinquenta e nove cidades nos dois estados estão em situação de emergência. Por conta dos temporais, rios transbordaram, a água invadiu centenas de casas e construções, estradas afundaram com a força das tempestades e pontes foram destruídas — terminando por isolar algumas cidades. Além disso, o abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica também está afetado em várias localidades.

O número de desabrigados nos dois estados vem crescendo rapidamente: entre domingo e ontem, subiu de 3.872 para 9.565 a quantidade de pessoas que tiveram que deixar suas casas em Minas Gerais — a Defesa Civil da região relatou que, no último sábado, nada menos que 1.979 perderam as casas, em comparação com 406 no dia anterior. Já na Bahia, as chuvas afetaram quase 70 mil pessoas, deixando 3.700 desabrigadas e cerca de 175 feridas, também segundo números da Defesa Civil local.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de mais chuvas fortes até o meio desta semana. Porém, os pesquisadores mantiveram o alerta vermelho de tempestades para o oeste, o sul, o sudoeste, o norte e o noroeste, além do Vale São-Franciscano na Bahia. A explicação para o alto índice pluviométrico que causou as enchentes é um ciclone extratropical. No extremo sul da Bahia, as chuvas chegaram a gerar 450mm de água.

Atendimento

Embora as chuvas tenham diminuído, os governos de ambos estados têm mantido o atendimento à população com equipes do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar e da Defesa Civil. Em nota, o Governo de Minas afirmou que a força-tarefa continua em campo, “buscando desobstruir as estradas e restabelecer os acessos às comunidades afetadas”. “De acordo com a previsão meteorológica recebida do Cemaden, não há previsão de chuvas significativas, para os próximos dois dias, na região do Vale do Jequitinhonha. Os serviços essenciais de água e energia elétrica estão sendo restabelecidos em todos os municípios. As cidades afetadas já não se encontram mais embaixo d’água, o que facilita as ações de socorro e de atendimento às comunidades”, explicou o governo mineiro.

O governador de Minas, Romeu Zema, garantiu que a região está sendo assistida por ajuda humanitária enviada pelas autoridades do estado “com cestas básicas e kits de higiene, e limpeza e estamos com nossa equipe no local”. “Continuamos atentos para fazer tudo o que está ao alcance do Estado para amenizar o sofrimento dessas pessoas. Avaliamos a situação diariamente para atuar no que for necessário”, concluiu.

O governador baiano Rui Costa também garantiu que as equipes de resgate gerenciadas pelo governo estadual estão “na ativa”, distribuindo cestas básicas e itens de necessidade básica, transportando pessoas isoladas e transferindo vítimas dos alagamentos para unidades de saúde. Além disso, serão distribuídos kits com fogão, geladeira e colchões para aqueles que perderam tudo.

Para permitir o acesso terrestre aos municípios, a administração baiana também está desobstruindo vias e liberando estradas. Segundo Costa, esse trabalho será ampliado à medida que o nível da água baixar e o governo fará a reconstrução de pontes e estradas que foram danificadas.

Ajuda do Exército e R$ 5,8 milhões

O Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência dos municípios de Minas Gerais e da Bahia, em decorrência de tempestades e chuvas intensas que acometeram as regiões. Por causa disso, o governo federal autorizou o emprego de tropas do Exército no resgate e realocação de pessoas desabrigadas pelas enchentes e inundações.

O governo já havia prometido R$ 5,8 milhões para os municípios mais atingidos. O valor será destinado a sete municípios baianos: Eunápolis (R$ 2,197 milhões), Itamaraju (R$ 1,862 milhão), Jucuruçu (R$ 543,725 mil), Ibicuí (R$ 433,954 mil), Ruy Barbosa (R$ 260,160 mil), Maragogipe (R$ 503,885 mil) e Itaberaba (R$ 51,4 mil).

Além disso, a Caixa Econômica anunciou que vai liberar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os moradores da região, após a formalização do estado de calamidade pelos governos mineiro e baiano.

Na Bahia, o governador Rui Costa assegurou que, para os moradores de casas que foram destruídas, serão construídas novas, em locais mais elevados e seguros, por meio de parceria com os Municípios. “Esta medida constará em um projeto de Lei que estamos enviando para a Assembleia Legislativa”, afirmou. Ele também disse que para os comércios que sofreram com os alagamentos, será aberta uma linha de crédito de até R$ 150 mil, sem juros, com carência de 12 meses, para pagamento em até 36 meses.

Medidas

O governo baiano afirmou, também, que vai enviar para a Assembleia projeto de lei que vai estabelecer a tarifa social da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), neste mês, para todos os imóveis das ruas que foram alagadas, sejam eles residenciais ou empresariais. Assim, será feita a cobrança da tarifa mínima na conta destes imóveis.

Em Minas, o governo estadual antecipou repasses de até R$ 5,63 milhões para as prefeituras atingidas pelas chuvas no estado. O dinheiro vem do adiantamento do Piso Mineiro de Assistência Social, um recurso de cofinanciamento estadual e benefícios socioassistenciais.

“Este recurso é exatamente para benefícios eventuais, como aquisição de cestas básicas e pagamento de aluguel social, por exemplo. Além desse adiantamento, a equipe da Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social) está dando apoio técnico aos gestores municipais para levantar e cadastrar todas as famílias que ficaram desalojadas”, destacou a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá.

*Estagiárias sob a supervisão de Fabio Grecchi

Correio Braziliense

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