AL/MT
Votação é adiada e Janaina Riva cita “desespero de mães de LGBTs”
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O projeto de lei que prevê a criação do Conselho Estadual LGBTQIA+ em Mato Grosso que tramita na Assembleia Legislativa teve sua votação adiada mais uma vez.
O texto deveria ter sido colocado em pauta na sessão desta semana, mas está trancado na Comissão de Direitos Humanos, Direito das Mulheres, Cidadania, Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso, que tem como presidente o deputado evangélico Sebastião Rezende (PSC).
O adiamento ocorre após uma “manobra regimental” em que o parlamentar requereu uma reunião entre os membros da comissão antes da votação do projeto. A reunião, agendada para o dia 22 não aconteceu, e o projeto, que foi enviado em setembro pelo Executivo, está parado.
A deputada Janaina Riva (MDB), uma das poucas defensoras do projeto, afirmou que acredita não haver votos suficientes para implementação do conselho e criticou os colegas resistentes.
Nós não escolhemos como nossos filhos serão. Eu vejo o desespero das mães de LGBTs
A emedebista, que é a única mulher no Legislativo Estadual, fez um longo desabafo e disse se colocar no lugar das mães que temem pela vida dos seus filhos LGBTQIA+ por falta de políticas públicas.
“Eu debato qualquer assunto aqui na Assembleia, seja na tribuna ou nas comissões, em um lugar de mãe. […] Nós não escolhemos como nossos filhos serão. Eu vejo o desespero das mães de LGBTs, porque já vi que o conselho não será votado e se for, vai ser reprovado”, disse.
“Eu já vi isso e quando vejo o desespero dessas mães eu penso: meu Deus, são mães como eu”, emendou.
Janaina ainda apontou a diferenças entre mães de filhos que pertences as minorias sociais, como negros, pessoas deficientes e LGBTQIA+.
“A mãe de um negro não é como a mãe de um branco. O filho dela sai de casa e ela tem que se preocupar se ele vai ser abordado pela polícia. Porque se ele estiver em um carro bom, pode ter certeza que vai ser parado e se estiver de moto, também. O LGBT é da mesma forma”, disparou.
Recursos para a causa
A parlamentar explicou ainda que mesmo sem a existência do conselho, haverá recursos destinados à redução da violência contra LGBTQIA+, para combate ao preconceito e redução da desigualdade social.
A diferença, segundo Janaina, está que nenhum representante da categoria vai ser consultado sobre as principais necessidades da categoria.
“A diferença é que sem o conselho ninguém vai ser consultado sobre como esses recursos serão aplicados. A Secretaria de Assistência Social tem recurso específico para promoção da igualdade racial, redução do preconceito, empoderamento feminino”, afirmou.
Midianews.com.br