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Transtornos alimentares: o que são, causas e tratamentos


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O transtorno alimentar pode estar ligado a diversos fatores. Investigar as causas é o primeiro passo para um tratamento assertivo.

Em tempos nos quais a busca pelo corpo perfeito e dentro dos padrões estéticos considerados ideais é cada vez mais intensa, a mente e o organismo podem sofrer diversas consequências. Ter um corpo saudável nada tem a ver com sacrifícios extremos ou com dietas restritivas e consideradas milagrosas. Na realidade, isso é resultado de uma reeducação alimentar consciente e equilibrada aliada a práticas físicas benéficas à mente e ao corpo.

O aparecimento dos transtornos alimentares pode estar ligado a diversos fatores, que vão da já citada pressão estética à genética, passando pelas alterações biológicas, sociais e/ou psicológicas. Investigar as causas é o primeiro passo para um tratamento assertivo e com bons resultados.

O que são transtornos alimentares?

Mas, o que são transtornos alimentares e como eles impactam o organismo? A principal característica é a desordem no comportamento alimentar considerado normal, e essa desordem traz efeitos prejudiciais ao indivíduo. Existem diferentes tipos de transtornos alimentares, que podem levar o corpo do emagrecimento excessivo ao ganho de peso em níveis extremos. Além disso, uma série de outros problemas de saúde surgem como resultado dessa perda ou do ganho de peso.

“Quando o indivíduo desenvolve receio de comer, pensando que vai engordar, ou passa a comer compulsivamente, é preciso buscar ajuda e investigar as causas do distúrbio alimentar de maneira multidisciplinar.”, explica Matheus Motta, Nutricionista do Vigilantes do Peso.

Quais são os tipos de transtornos alimentares?

Existem algumas desordens alimentares listadas por meio de estudos e pesquisas médicas, e, entre os tipos de transtornos alimentares mais comuns, estão a anorexia, a compulsão alimentar e a bulimia.

Conforme dados do Programa de Transtornos Alimentares – AMBULIM do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, as causas são multifatoriais, incluindo componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares.

  • Anorexia

A anorexia é um quadro que caracteriza-se pela restrição alimentar como forma de reduzir drasticamente o peso corporal. Os indivíduos com anorexia se enxergam no espelho de forma distorcida, e o medo extremo de que ganhem peso culmina na redução da ingestão de alimentos.

No início do transtorno, é comum que apenas alimentos considerados calóricos sejam cortados gradativamente da dieta. Com a progressão do quadro, outros alimentos passam a ser eliminados do cardápio, chegando a um ponto em que poucos itens são mantidos e em quantidades ínfimas.

“Quanto mais restritiva é a dieta, mesmo em situações consideradas normais, – ou seja, na ausência do transtorno alimentar – menos nutrientes o corpo recebe. Isso é ainda mais sério em um quadro de anorexia, pois, além da perda de peso extrema, o organismo também sofre com a desnutrição, o que pode causar ainda outros problemas de saúde muito graves”, ressalta o Nutricionista Matheus Motta.

Apesar do peso corporal diminuir, o indivíduo com anorexia inversamente se preocupa com o ponteiro da balança e com as medidas corporais. Mesmo extremamente magra e frágil, a pessoa se enxerga com sobrepeso. Esse é um transtorno grave, que pode até mesmo levar o paciente a óbito, se não tratado a tempo.

Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), sobre estudo publicado pela American Medical Association, a taxa de mortalidade entre pessoas com transtornos alimentares é significativamente mais alta em indivíduos com anorexia.

  • Compulsão alimentar

Aqui é preciso diferenciar os episódios em que a pessoa raramente acaba comendo um pouco além da conta, em situações específicas, – o que pode acontecer a qualquer pessoa –  e pelos mais variados motivos.

A compulsão alimentar tem algumas características próprias. Basicamente, além da ingestão exagerada de alimentos em um curto espaço de tempo, ela vem acompanhada da culpa e da sensação de vergonha logo após o episódio. Pensando em controlar essas situações, muitos indivíduos com compulsão acabam entrando em dietas restritivas, o que não apenas é ineficaz como pode agravar seriamente o quadro.

  • Bulimia

Diferente da pessoa com anorexia, que evita comer por conta do receio de ganhar peso, o indivíduo com bulimia apresenta episódios de grande ingestão de alimentos – principalmente aqueles considerados mais calóricos – seguidos por ações consideradas compensatórias e que evitariam o ganho de peso. Uso de laxativos ou diuréticos, indução do vômito e jejum prolongado são algumas delas.

Outro diferencial da bulimia em relação à anorexia é o estado do corpo. Enquanto a pessoa anoréxica tende a apresentar caquexia, ou seja, a magreza e desnutrição extrema, quem tem bulimia possui um corpo aparentemente saudável e muitas vezes dentro dos padrões estéticos.

A pessoa com este transtorno alimentar normalmente apresenta sentimentos de remorso ou culpa após os episódios de compulsão. As causas também variam e podem estar relacionadas à pressão social para o alcance de um corpo perfeito ou à genética.

“O uso de laxativos, diuréticos e a indução do vômito, que são ações rotineiras em um quadro de bulimia, podem trazer sérios efeitos ao corpo. Os problemas gastrointestinais, a desidratação e as arritmias cardíacas são alguns deles”, alerta Matheus Motta.

Tratamento para os transtornos alimentares

É essencial iniciar o tratamento dos transtornos alimentares o quanto antes. É bastante difícil para a própria pessoa compreender que há um quadro a ser tratado, portanto a observação feita pelos familiares e amigos é muito importante. É preciso derrubar o tabu acerca dos transtornos, além de ter a compreensão de que não é uma escolha do paciente manter o quadro por vontade própria – como, infelizmente, algumas pessoas ainda acreditam.

Tanto a anorexia quanto a bulimia são desordens mais comuns em mulheres jovens – sobretudo em adolescentes -, porém podem atingir também homens e mulheres em todas as faixas etárias.

O tratamento é realizado a partir de uma investigação clínica individual, e varia conforme a gravidade do quadro, o histórico do paciente e há quanto tempo os sintomas estão presentes. O psicólogo e o nutricionista são profissionais essenciais nesse momento, tanto atuando na ressignificação da relação do paciente com seu corpo quanto em uma reeducação alimentar equilibrada.

“Os transtornos alimentares têm origem multifatorial que envolvem questões genéticas, socioculturais, psíquicas etc. Assim, é necessário um tratamento multidisciplinar com  médico clínico e/ou psiquiatra, nutricionista e psicóloga. Sem o tratamento psicológico, não há a superação dos fatores que levaram ao desenvolvimento do transtorno, há também uma menor adesão ao tratamento”, explica a psicóloga paulistana Letícia Tressino Santos.

Os familiares também recebem orientações sobre como cuidar da pessoa em tratamento, agindo em conjunto com a equipe médica, em busca de uma melhor qualidade de vida para o paciente. Os transtornos alimentares podem impactar seriamente na saúde do organismo, portanto precisam de tratamento adequado e humanizado.

Vigilantesdopeso.com.br

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